“A reabertura da capital impacta diretamente no índice e ao longo das semanas ele vem aumentando, mostrando que a flexibilização foi precipitada. Aumentando o número de casos pode impactar os serviços de saúde e pode ser até que tenhamos que recuar na reabertura”, avalia.
A contaminação média em todo o estado diminuiu, mas aumentou na Região Metropolitana se for contabilizada a capital. Sem a cidade do Rio, o índice da região caiu de 1,45 para 1,40. Para o especialista, o alto risco de contaminação pode impactar os municípios vizinhos, inclusive aqueles que tomaram medidas mais duras de isolamento:
“O Rio de Janeiro e a Região Metropolitana são umbilicalmente ligados. Há uma mobilidade muito grande entre os municípios”, explica Medronho.
A taxa também reduziu na região Noroeste, onde a situação é a mais preocupante e que atualmente apresenta um risco de 1,89 — quando uma pessoa pode infectar quase duas. Já no Centro-Sul do estado, onde a contaminação é considerada “muito alta” e no Médio Paraíba, com risco “alto”, o índice subiu.
Rio tem menor índice de isolamento desde o início das medidas de distanciamento
A última semana, entre os dias 21 e 27 de junho, a cidade do Rio também registrou o menor índice de isolamento social desde o início da implantação das medidas para evitar a propagação do coronavírus. Dados da Cyberlabs, que analisa câmeras de segurança e trânsito em bairros da cidade, apontam que a média de isolamento na última semana foi de 47%. Foi a segunda queda consecutiva do índice, que chegou a ser de 85% durante a primeira semana de maio.
Taxa de isolamento na última semana:
- Rio de Janeiro – 47%
- Barra da Tijuca – 54% (estava em 62% na semana anterior)
- Botafogo – 20% (estava em 28% na semana anterior)
- Centro – 58% (estava em 60%na semana anterior)
- Copacabana – 53% (estava em 61% na semana anterior)
- Ipanema e Leblon – 52% (estava em 65% na semana anterior)
- Tijuca – 44% (estava em 58% na semana anterior)
Neste domingo, GLOBO flagrou aglomeração no calçadão e nas areias das praias do Rio. A cidade já acumula 6.393 mortes pela Covid-19 e 56.060 casos confirmados da doença. Outro levantamento feito pela prefeitura do Rio, mostra que as maiores aglomerações na última semana forma registradas na Zona Oeste. O pior dia foi na última terça-feira, quando foram registradas quase 11 mil pessoas em Campo Grande.
- Dia 21 – 6.727 pessoas em São Cristóvão, às 9h30
- Dia 22 – 4.990 pessoas na Rocinha, às 12h30
- Dia 23 -10.916 pessoas em Campo Grande, às 13h6
- Dia 24 – 6.848 pessoas no Anil, às 16h
- Dia 25 – 6.268 pessoas em São Cristóvão, às 11h
- Dia 26 – 4.232 pessoas em Campo Grande, às 19h
- Dia 27 – 9.246 pessoas em Guaratiba, às 13h30
O levantamento é feito através de uma parceria entre o município do Rio e a Tim permite ao Centro de Operações (COR) detectar aglomerações na cidade por meio dos sinais de celular. Os dados usados pela operadora não identificam os usuários e a confidencialidade da privacidade é garantia.