Brasília
Salles cita o nazismo para rebater artigo crítico de colunista alemão
Texto de rede pública alemã condena a política ambiental do governo e atos de seguidores de Bolsonaro; ministro lembrou período de Hitler em resposta
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, utilizou o Twitter para criticar um artigo publicado pela página brasileira da rede pública alemã Deutsche Welle (DW), assinado pelo colunista Philipp Lichterbeck, que é nascido no país europeu e está baseado no Brasil. Nesta quarta-feira 6, Salles compartilhou um texto no qual seguidores de Jair Bolsonaro são descritos de forma negativa. Para rebater, o ministro relembrou o período nazista.
Na postagem, Salles grifou um trecho específico do artigo, que diz: “[os seguidores de Bolsonaro] são pessoas que agem e falam com arrogância e crueldade. São pessoas que riem quando morre uma criança de sete anos. Que comemoram quando a polícia comete massacres em favelas”.
Em resposta, o ministro declarou que é “lamentável” um canal público alemão dar espaço para o texto e evocou o período nazista. “Essa sua descrição se parece mais com o que a própria Alemanha fez com as crianças judias e tantos outros milhões de torturados e mortos em seus campos de concentração”, escreveu.
Lamentável que um canal público alemão escreva isso do Brasil. Essa sua descrição se parece mais com o que a própria Alemanha fez com as crianças judias e tantos outros milhões de torturados e mortos em seus campos de concentração… pic.twitter.com/rzBTTXJG4d
— Ricardo Salles MMA (@rsallesmma) 6 de março de 2019
Embora o trecho grifado por Salles não aborde diretamente a questão ambiental, o artigo completo trata centralmente do assunto. Assinado por Lichterbeck ele diz que “a destruição do meio ambiente brasileiro parece ser um dos principais projetos do novo governo” e que a administração atual transformará o meio ambiente brasileiro em “um inferno de soja, pastos, agrotóxicos, cana-de-açúcar e lama da indústria de mineração”.
Questionado por seguidores na redes social, Salles declarou que a Deutsche Welle é um canal público e “não pode escrever essas coisas do Brasil”.
Fonte eja