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Polícia prende 8 suspeitos em operação de combate à pirataria digital
Investigados foram presos em flagrante por repasse ilegal de conteúdo e por porte de arma de fogo. Alvos são ligados a sites e aplicativos ilegais de streaming.
Oito pessoas foram presas em flagrante, nesta sexta-feira (1º), durante uma operação da Polícia Civil que investiga um esquema internacional de pirataria digital. A força-tarefa foi coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Os detidos foram levados à delegacia por porte ilegal de arma de fogo e por suspeita de participação na revenda de séries, filmes e programas de televisão. As prisões ocorreram em seis estados:
- Marcação (PB): 1
- Canoas (RS): 1
- Euclides da Cunha (BA): 1
- Rio de Janeiro (RJ): 1
- Várzea Grande (MT): 1
- São Paulo (2) Rancharia, SP (1)
Os alvos da investigação são suspeitos de operar 210 sites que transmitem ilegalmente o material, além de 100 aplicativos de streaming.
Ao todo, os agentes cumpriram 30 mandados de busca e apreensão em 12 estados: Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Paraíba, Pernambuco, Santa Catarina e São Paulo.
Até a última atualização, 125 páginas da internet estavam fora do ar. A Polícia Federal tem a lista dos usuários dos serviços piratas.
A operação apontou ainda que os sites possuem servidores localizados, em pelo menos, quatro países: Canadá, França, Alemanha e Estados Unidos.
A estimativa do governo é que 4,2 milhões de lares tenham acesso a esse tipo de conteúdo. “Em eventos de futebol, séries, que estão sendo lançadas [o número] chega a mais de 20 milhões de usuários”, explica o coordenador do laboratório de operações cibernéticas, Alessandro Barreto, do Ministério da Justiça.
Modus operandi
De acordo com as investigações, os fornecedores do conteúdo adquiriam o material e repassavam o conteúdo de forma irregular, por meio de assinaturas. O grupo também faturava por meio da veiculação de propagandas.
Durante a operação, os agentes identificaram, inclusive, uma empresa em Goiás que acumulava cerca de 7 mil usuários. “Tem pirata vendendo conteúdo para pirata. Eles repassam e ganham dinheiro com assinaturas”, explicou Barreto.
Em relação aos valores movimentados no esquema, policiais identificaram “rentabilidades boas em locais pequenos”, além de carros de luxo em nome dos proprietários. Se comprovada a autoria do crime, os suspeitos vão responder por lavagem de dinheiro.
Os dez websites piratas com o maior volume de tráfego no Brasil receberam, no ano de 2018, 1,3 bilhão de visitas. Esses websites piratas receberam R$ 17 milhões em receitas publicitárias entre agosto de 2015 e agosto de 2016.
A estimativa é que existam cerca de 4,2 milhões de sinais piratas de TV no Brasil, e o prejuízo passa de R$ 9 bilhões ao ano.