Geral
Operação prende policiais civis e militares da Grande BH envolvidos em crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e homicídio
A ação desta segunda-feira (9) é um desdobramento da Operação Hexagrama, realizada no dia 6 de março e 3 de setembro de 2020. Na terceira fase da operação, foram cumpridos 15 mandados de prisão preventiva de policiais militares e 11 de policiais civis.
Policiais civis e militares da Grande BH foram alvos da terceira fase da Operação Hexagrama, deflagrada nesta segunda-feira (9) pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Eles são investigados por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e homicídio.
Dos 18 mandados de prisão preventiva de policiais militares, 15 foram cumpridos nesta segunda (9). Já dos 12 mandados, também de prisão preventiva de policiais civis, 11 foram cumpridos.
Segundo o Ministério Público, a operação ainda estava em andamento até as 16h desta segunda. Ao todo, 60 mandados de busca e apreensão foram expedidos.
Segundo o MPMG, foram apreendidos arma de fogo, cerca R$ 110 mil em dinheiro, cheque no valor de R$ 50 mil e quatro carros. Granada, diversas munições e mais de 30 celulares também foram encontrados durante a operação.
“A organização criminosa está sendo investigada pela prática dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, exploração ilegal de jogos de azar, homicídio, extorsão, ameaça, lesão corporais, dano ao patrimônio, destruição de cadáver, comércio ilegal de armas de fogo de uso restrito e acessórios, disparo de arma de fogo em via pública e lavagem de dinheiro”, enumerou o promotor do Ministério Público, Peterson Queiroz Araújo.
O promotor não informou quantos homicídios estão sendo investigados na operação.
Segundo o MP, as ordens judiciais autorizaram a entrada em casas e em locais de trabalho de policiais civis e militares nas cidades de Belo Horizonte, Ribeirão das Neves, Santa Luzia, Esmeraldas, Contagem, Nova Lima, Vespasiano, Sabará, Betim e Lagoa Santa.
O resultado parcial da terceira fase desta operação foi divulgado, na tarde desta segunda-feira (9), em uma entrevista coletiva com promotores do Ministério Público e representantes das Corregedorias da Polícia Militar e da Polícia Civil.
A ação, que teve o apoio do Batalhão Rotam da Polícia Militar de Minas Gerais, da Corregedoria-Geral da Polícia Militar e da Corregedoria-Geral da Polícia Civil, é um desdobramento da Operação Hexagrama, realizada no dia 6 de março e 3 de setembro de 2020.
Candidatos envolvidos
Um policial militar candidato a vereador em Belo Horizonte foi preso em flagrante em casa, na manhã desta segunda-feira (9), pelo crime de posse irregular de munições, durante a operação.
Um outro militar, também candidato a vereador, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi alvo da operação, mas não pôde ser preso porque não havia flagrante –a lei do Código Eleitoral proíbe a prisão de qualquer eleitor, no período que vai de 5 dias antes até 48 horas após a eleição.
O Ministério Público não divulgou a identidade nem os partidos dos candidatos envolvidos.
Organização criminosa tinha 47 membros
Segundo o promotor Peterson Queiros Araújo, a organização criminosa atuava de forma “metódica” pelo líder, que é “uma pessoa carismática com grande poder de liderança”. O homem foi preso na primeira fase da operação, em março.
Peterson disse que os policiais envolvidos tinham papéis definidos dentro da organização.
“Havia uma divisão de tarefas entre eles. Uns policiais eram pagos para fazer escoltas, segurança dos pontos onde haviam máquinas caça-níqueis, outros ganhavam dinheiro apenas por omitir o crime e não coibir a ação. Um deles recebia por destruir as máquinas da organização rival e alguns eram responsáveis por matar”.
Segundo o promotor, a organização já contou com 47 membros.
Durante a coletiva, representantes da Polícia Militar e da Polícia Civil disseram que “assim que as investigações cessarem as corporações vão iniciar as investigações dos policiais envolvidos”.
Participaram da operação quatro promotores de Justiça, 54 policiais militares da Corregedoria-Geral da Polícia Militar, oito policiais militares do Batalhão Rotam e 70 policiais civis da Corregedoria-Geral da Polícia Civil.
Operação Operação Hexagrama III, em Belo Horizonte — Foto: Ministério Público de Minas Gerais