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Operação investiga lavagem de dinheiro e tráfico de drogas no DF e em três estados

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Segundo investigação, suspeitos são da mesma família e agiam de ‘modo semelhante à máfia italiana’. Mandados foram cumpridos em GO e SP, além de regiões de Brasília.

Uma tonelada de maconha apreendida em Goiás, em fevereiro de 2020, durante investigação — Foto: PCGO/Divulgação.

Uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), deflagrada na manhã desta sexta-feira (5), investiga uma organização criminosa especializada no tráfico interestadual de drogas e suspeita de lavagem de dinheiro. Segundo a investigação, os principais alvos são um casal e os dois filhos, que vivem em Goiás.

A apuração começou em maio de 2019. Os agentes constataram que o grupo era “responsável por abastecer o DF, especialmente a região de Ceilândia, com carregamentos de entorpecentes”. A identidade dos envolvidos não foi divulgada. Cinco pessoas foram presas.

Ainda de acordo com a corporação, a família mantinha uma “altíssimo padrão econômico de vida” e fraudou benefícios sociais do governo federal. A operação foi batizada de “Sborone”, que em uma tradução livre, faz referências a “esbanjador, gangster, extravagante, exibido”.

“O pai utilizou documentos falsos, até mesmo para fraudar o Auxílio Emergencial, viajar de avião e se hospedar em hotéis, com intuito de evitar uma possível prisão”, disse a PCDF.

Ao todo, foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de três imóveis e oito mandados de prisão no DF e em três estados:

  • DF (Ceilândia, Samambaia e Águas Claras)
  • São Paulo (Ribeirão Preto)
  • Goiás (Goiânia, zona rural de Cromínia, Aparecida de Goiânia e Luziânia) e
  • Santa Catarina.

Segundo a Polícia Civil de Santa Catarina, o mandado judicial expedido para o estado não foi cumprido porque o endereço informado era falso.

PCDF encontrou foto de notas de dinheiro em troca de mensagens entre pai e filho investigados por tráfico de drogas — Foto: PCDF/DIvulgação

Investigação

A investigação apontou que a família agia de modo “semelhante à mafia italiana”. Os líderes da organização criminosa são o pai e o filho mais velho. Durante umas das operações que buscava provas sobre a atuação dos suspeitos, a polícia encontrou trocas de mensagens entre os envolvidos, em que o filho mencionava que “cresceu vendendo pó”.

“O que indica que aprendeu o ofício com o pai, que há mais de 30 anos continua realizando tráfico de drogas”, explicou a corporação.

“O envolvimento entre os familiares denota atuação semelhante às máfias italianas, organizadas, muitas vezes, em torno de grupos familiares, cujos filhos, à medida que vão crescendo, assumem papel importante na hierarquia do crime, chegando a ocupar ou substituir o pai na organização criminosa.”

OS investigados já tinham sido alvos de uma operação ocorrida em 2012 e, alguns deles, condenados pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico.

Alto padrão de vida

A apuração apontou ainda a suspeita de lavagem de dinheiro. Os agentes localizaram transações bancárias entre os investigados e uma empresa de fachada localizada em Ribeirão Preto (SP), que atua no ramo de seguros.

Segundo a Polícia Civil, o grupo movimentou mais de R$ 100 milhões, “havendo fortíssimos indícios de lavagem de dinheiro e de utilização desta conta para realização de pagamentos e operações cambio por organizações criminosas do Sudeste”.

Desde o início da investigação, em 2019, os suspeitos adquiriram imóveis, jet-skis, veículos de luxo – um deles, uma Land Rover Velar avaliada, à época em R$ 360 mil, além de joias.

“Os bens adquiridos, em sua maioria, possuem titularidade em nome de terceiros, manobra utilizada por organizações criminosas para ocultação de bens e lavagem de dinheiro obtido através do tráfico de drogas”, detalhou a polícia.

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