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Museu da Pessoa armazena histórias de brasileiros no Arquivo Ártico Mundial

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BRASILEIRAS E BRASILEIRAS PODEM COMPARTILHAR SUAS HISTÓRIAS NO MUSEU DA PESSOA, EM SÃO PAULO (FOTO: FACEBOOK/ MUSEU DA PESSOA)

Todo indivíduo tem uma história que merece ser contada e registrada. Essa é a premissa do Museu da Pessoa, que tem como objetivo transformar o relato de vida das pessoas em fonte de conhecimento para o futuro. Recentemente, parte dessas histórias foi depositada no Arquivo Ártico Mundial, um tipo de cofre na Noruega que pode armazenar documentos, imagens e vídeos durante séculos.

Fundado em 1991, o Museu da Pessoa tem em seu acervo mais de 20 mil histórias de vida e 60 mil fotos digitalizadas de brasileiras e brasileiras que narraram suas vidas à instituição.

Karen Worcman, historiadora e presidente do Museu da Pessoa, lembra que mesmo sem internet na época em que foi fundado, o museu sonhava que o espaço se tornasse virtual. “Desde o inicio queríamos criar um espaço digital que possibilitasse a toda e qualquer pessoa a fazer parte da história de um museu”.
Segundo Worcman, o principal objetivo da instituição é o de registrar, para o futuro, as tradições e histórias orais que temos. “É como conhecer o Brasil a partir da gaveta de cada pessoa”, brinca.

Infelizmente, muitos fatos históricos que aconteceram apenas apresentam um registro oficial e não da perspectiva das pessoas comuns: “Nunca saberemos como foi, por exemplo, a vida de um escravo no século 19, apenas temos acesso aos documentos oficiais”. Para ela, é necessário uma mobilização para que a sociedade tenha mais consciência do que está sendo deixado para o futuro.

Registro para a posteridade

Em fevereiro de 2019, o Museu da Pessoa foi convidado a integrar parte de seu acervo ao Arquivo Ártico Mundial. Enquanto instituições no mundo todo escolheram documentos oficiais, o museu foi um dos poucos que levou a história pessoal para integrar o projeto.

Trata-se de 100 horas de histórias da coleção “Memória de Brasileiros e Brasileira” que, ao todo, conta com mais de 2 mil fotos digitalizadas e 300 histórias registradas entre 2006 e 2016.

Além de registrar a cultura e a oralidade vivida, o Arquivo visa preservar documentos, fotos e imagens consideradas importantes para a história da humanidade. “É como se criássemos uma cápsula do tempo. Mesmo que aconteça um desastre no mundo no futuro as pessoas poderão entender como era a vida [atualmente] e o que exatamente pensávamos”, conta Worcman.

Localizado na ilha de Svalbard, na Noruega, a tecnologia utilizada para guardar essas histórias foi desenvolvida pela Piql, empresa que desenvolveu uma técnica de armazenamento na nuvem.

“A nossa nuvem contém tudo que uma nuvem tradicional possui mas, ao mesmo tempo, tem uma segunda camada de preservação de dados. Nosso suporte pode durar milhares de anos”, explica Roberto Carminati, diretor da Piql no Brasil.

De acordo com Carminati, o método de armazenamento de histórias da Piql previne crimes cibernéticos, já que não há como os arquivos serem apagados. Desenvolvida há 10 anos em partes do mundo, a tecnologia já foi feita em diversos países, como México, Itália, Espanha, Alemanha e, de um ano para cá, no Brasil.

Como participar

O Museu da Pessoa é aberto para qualquer brasileiro dividir e compartilhar sua história. Aos interessados, basta acessar o site da instituição e relatar suas trajetórias a partir de textos e imagens ou agendar uma gravação na sede do museu — os voluntários também recebem uma cópia do material.

Em fevereiro, a página do Facebook do Museu da Pessoa publicou sobre um novo programa feito por eles. Chamado de “Conte Sua História”, o projeto é “um espaço aberto e gratuito em que toda e qualquer pessoa pode gravar sua história de vida”.

Museu da Pessoa
Rua Natingui, 1100
São Paulo – SP, Brasil
CEP 05443-002
Telefone: 2144-7150

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