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‘Mini Merkel’ será a substituta de Angela Merkel na liderança de partido

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Centrista foi apelidada de “Mini-Merkel”, já que segue a mesma linha política e é muito próxima à chanceler

Annegret Kramp-Karrenbauer, ex-governadora do estado de Sarre, foi eleita a nova líder da União Democrata-Cristã (CDU), partido da chanceler da Alemanha, Angela Merkel. Como manda a tradição política, AKK, como é conhecida a política do sarre, sucederá a chanceler na chefia do partido e, como recomenda a própria Merkel, possivelmente no comando do país em 2021.

Apesar de não ter sido publicamente endorsada pela chanceler até o momento, ficou claro durante a disputa que Kramp-Karrenbauer era a candidata da escolha de Merkel para ocupar ao cargo. Na imprensa alemã, é chamada de “Mini-Merkel” por seguir a mesma linha política da chanceler e ser próxima a Angela.

A centrista, contudo, parece querer se afastar da imagem da líder para conseguir seu próprio espaço. Foi eleita pelos delegados do partido com 517 dos 999 votos nesta que foi a segunda rodada de votação em Hamburgo.

Seu oponente na disputa, o advogado Friedrich Merz, recebeu apenas 35 votos a menos. Ele, que perdeu uma disputa política para Merkel em 2002 e está voltando para a política após uma década no setor empresarial, é apoiado por membros da CDU que estão insatisfeitos com Merkel.

Kramp-Karrenbauer tem reputação de angariar apoio ao redor do conservador União Democrata-Cristã (CDU) e um talento especial para selar alianças com outros partidos. Ela se ocupava desde fevereiro deste ano o cargo de secretária-geral do partido, por indicação da própria Merkel. Atuou também como governadora de Sarre, o segundo menor estado da Alemanha.

“Tenho 56 anos, criei, com o meu marido, três filhos, e há 18 anos tenho responsabilidades governativas. Não tenho nada de ‘mini’”, afirmou antes da vitória, claramente incomodada com o apelido.

Como chefe do maior partido da Alemanha, Kramp-Karrenbauer pode se tornar a próxima chanceler do país, depois que Merkel deixar o cargo. A próxima eleição federal está marcada para outubro de 2021.

Merkel anunciou em outubro que renunciaria como líder do partido. Decidiu, contudo, permanecer no cargo de chanceler até as eleições, em um esforço para administrar sua saída após uma série de crises desde 2015, quando tomou a polêmica decisão de manter as fronteiras da Alemanha abertas para refugiados fugindo de guerras no Oriente Médio.

A chanceler já disse em diversas ocasiões acreditar que o indicado para concorrer às eleições federais pelo CDU deve ser o líder do partido. Não há, contudo, nenhuma regra para obrigar que as duas funções sejam desempenhadas pela mesma pessoa.

Posicionamento

Na sua apresentação diante dos delegados, antes da votação, a centrista AKK tinha pedido ao partido “coragem” para assumir os desafios que terá pela frente. O oponente Merz advogou por recuperar o eleitorado que se perdeu para a extrema-direita e por adotar um perfil mais claramente conservador.

Embora tenha apoiado a política de imigração de porta abertas de Merkel em 2015, Kramp-Karrenbauer se posicionou recentemente de forma favorável ao endurecimento dessas leis. Ela é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e defende mais restrições aos abortos.

Contudo, ela  tem uma abordagem liberal em relação a outras questões. Já votou a favor do salário mínimo e apoiou a criação de cotas para mulheres em empresas.

‘Foi uma honra’

Antes da votação para o novo líder do CDU, Merkel expressou sua gratidão pela oportunidade de liderar o partido por 18 anos, 13 deles como chanceler. Nesse período, ela dominou a política europeia e se consolidou como a principal gestora de crises da região.

“Foi um grande prazer para mim, foi uma honra”, disse, sendo ovacionada por quase 10 minutos, período em que lutou para conter as lágrimas.

Descrevendo os múltiplos desafios que a Alemanha tem pela frente – da mudança rápida da tecnologia às mudanças climáticas, passando pela tendência global de abandono do multilateralismo e de defesa de posições nacionalistas, Merkel disse: “Em tempos como estes, vamos defender nossas visões progressistas, nosso modo de vida, tanto em casa como no exterior”.

“A CDU, em 2018, não deve olhar para trás, mas olhar para frente, com novas pessoas, mas com os mesmos valores”, acrescentou a chanceler. Fonte-Portal Veja

 

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