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MG: obra de viaduto parada desde 2015 resume descaso com dinheiro público
Nesta semana, foi anunciado que mais um projeto milionário vai ficar pelo caminho.
A obra era considerada fundamental para fomentar a atração de empresas para a região, conhecida como Complexo da Ferradura. Quase quatro anos após o início da construção, já saíram dos cofres públicos cerca R$ 5,2 milhões e serão necessários mais R$ 2 milhões para o encabeçamento do viaduto. O valor pago, até o momento, é referente à parte da ponte já levantada e ao asfaltamento de 2,6 quilômetros da rodovia DVL-120.
Projetado no governo do PT, em 2009, a obra já consumiu R$ 28 milhões, segundo a própria ministra, e serão necessários outros milhões de reais para sua conclusão. Em todo o estado, segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE), existem 1.216 obras paradas pelos mais diferentes motivos: desde falta de dinheiro até falta de documentação e suspeitas de fraudes.
De acordo com levantamento do tribunal, as obras paralisadas em Minas se espalham por 487 cidades e totalizam o valor de R$ 2.046.548.137,48. “Somente os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul têm mais municípios que o número de cidades com obras paralisadas em Minas Gerais”, alerta o relatório do TCE-MG.
O levantamento aponta que o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DEER-MG), órgão responsável pela malha rodoviária mineira, tem 26 obras paralisadas em estradas. Elas somam o montante de R$ 278.282.655,32. Além dos problemas nas MGs, mais de 50 obras nas rodovias federais que cruzam o estado também sofrem com atrasos e paralisações.
Outra obra é a readequação do BRT nas avenidas Antônio Carlos e Pedro I, que tem custo estimado de R$ 154 milhões e começou em 2011, no programa de ações de mobilidade para a Copa do Mundo de 2014. Segundo a assessoria da Secretaria de Obras e Infraestrutura da PBH, quatro obras listadas já foram concluídas neste ano e outras dependem de repasses do governo estadual ou federal.
A obra na UPA do Aarão Reis foi reiniciada no mês passado e tem previsão de término para o segundo semestre de 2020. Já a obra no BRT da Antônio Carlos terá edital publicado neste segundo semestre.
Em Ibirité, a construção de unidades habitacionais para alocar moradores em situação precária das vilas Primavera e Água Dourada, obra iniciada há mais de uma década com orçamento de R$ 40 milhões, segue paralisada. Em Contagem, a construção de prédio anexo da Câmara Municipal, estimada em R$ 33 milhões, também não foi concluída.
Sem verba Em Divinópolis, a justificativa para a paralisação da obra do viaduto é a falta de dinheiro. O ex-prefeito da cidade Vladimir Azevedo (PSDB) disse que, na época, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico deixou de repassar R$ 800 mil para a obra. “Não recebemos nenhum centavo no último mandato do governo do estado, o que inviabilizou o término”, afirmou.
Os R$ 1,2 milhão restantes seriam por conta do município. A mesma justificativa é mantida pela Prefeitura de Divinópolis. Com as contas do município estranguladas, a assessoria afirmou que aguarda a autorização do recurso por parte do estado para a realização de uma nova licitação.