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Menino de 11 anos espancado até a morte é enterrado no DF

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Garoto foi enterrado nesta sexta-feira (8), em Taguatinga. Só neste ano, ele havia sido levado à delegacia oito vezes por roubos e furtos.

Menino de 11 anos espancado até a morte é enterrado no DF — Foto: Afonso Ferreira/G1

O menino de 11 anos encontrado morto em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, foi enterrado na tarde desta sexta-feira (8), em Taguatinga, no DF. Parentes e amigos compareceram ao local com botões de rosa.

A criança recebeu um sepultamento social, oferecido pelo Governo do DF a famílias que tenham renda per capita de até meio salário mínimo. Por isso, o corpo não foi velado em uma capela, mas sob uma tenda no cemitério.

O corpo do menino foi encontrado em uma mata, às margens de um córrego, na última terça-feira (5). Ele tinha marcas de pancadas na cabeça, provocadas, provavelmente, por um pedaço de pau ou de ferro. Só neste ano, ele havia sido levado à delegacia oito vezes por roubos e furtos (entenda abaixo).

A mãe dele precisou ser amparada durante o cortejo. “Está doendo em mim. O que eu mais quero é justiça”, disse. A avó da criança também esteve no local.

‘Ele queria ser policial’

Pâmela Vieira e menino de 11 anos espancado até a morte no Entorno do DF — Foto: Arquivo pessoal

Uma das pessoas que compareceu ao enterro foi a agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Pâmela Vieira. Ela afirma que atendeu a duas ocorrências em que a criança estava envolvida e ainda se encontrou com o menino algumas vezes.

“Um dia eu estava em uma operação em Águas Lindas e o encontrei. Aí perguntei o que ele esperava para o futuro. Ele disse que queria estudar para ser policial. Aí me abraçou.”

Emocionada, a policial relembrou dos conselhos que deu para o menino. “Eu até me emociono em falar dele. Me afeiçoei e tentei ajudá-lo.”

A policial afirma que teve contato com o menino pela primeira vez em setembro. Ela disse que tentou encaminhar o menino para tratamento.

“Eu juntei algumas ocorrências e mandei para a conselheira tutelar. Achei que a gente poderia salvá-lo antes que o pior acontecesse.”

‘Não era desprezado.

Na quinta-feira (7), A mãe do menino afirmou que ele era usuário de drogas desde os 9 anos. A mulher disse ainda que nunca desistiu de tirar o garoto do mundo das drogas e da violência.

“Fiz de tudo para salvar meu filho. E ele não era desprezado. Eu nunca o desprezei. Nunca abandonei nenhum deles.”

A mulher diz que tentou internar compulsoriamente o garoto para tratamento contra o vício em drogas. No entanto, nunca conseguiu uma resposta efetiva da Justiça.

“O Estado não me socorreu no momento em que eu precisei de ajuda.”

Investigação

A Polícia Civil de Goiás acredita que o crime possa ter sido cometido por vingança, já que o garoto tinha sido ameaçado diversas vezes por conta do envolvimento em delitos. Para tentar proteger o filho, a mãe pediu ajuda para colocá-lo em um abrigo.

O delegado Cléber Martins, que investiga o caso, disse que a criança já havia sido ameaçada de morte por conta dos casos de furto e roubo que tinha se envolvido.

O conselheiro tutelar, Cleiton Vital de Oliveira, que acompanhava o caso, o garoto fugiu cinco vezes de uma casa de acolhimento em Brasília, em um período de dois meses.

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