Nas bolsas mundo a fora, ações de empresas que dependem mais do fim da pandemia para a normalização dos negócios, como companhias aéreas e varejistas de comércio físico disparam. Na Alemanha, os papéis da Lufthansa disparam 20% e os da Air France, na França, 23%.
No Brasil, as ações das aéreas Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) avançam 15,21% e 12,23%, respectivamente, figurando como a primeira e terceira maior valorização do Ibovespa hoje. A agência de turismo CVC Brasil (CVCB3) também tem alta de 9,36%. Na segunda maior colocação do índice, aparecem os papéis da Lojas Renner (LREN3), com alta de 13,84%.
A expectativa de que a vacina ajude a normalizar o consumo global também impulsiona o preço do barril de petróleo, que dispara cerca de 10% no mercado internacional de futuros. A alta puxa para cima as ações da Petrobras (PETR3; PETR4), que sobem mais de 8% e ajudam a impulsionar o Ibovespa. Em pontos, os papéis da estatal apareciam como as maiores contribuições para o desempenho do índice hoje, assim como os grandes bancos, que vinham com desempenho fraco no ano, mas apresentam na sessão forte valorização. Os papéis do Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) subiam em torno de 7%.
A euforia dos investidores também é observada no mercado de câmbio, onde o dólar perde valor contra todas as principais moedas emergentes. A lira turca, que vinha sofrendo por problemas internos, é a que mais se valoriza, disparando mais de 3%.
Nesse cenário, o índice Nasdaq é o que apresenta a menor valorização, com modesta alta de 0,2% devido à sua grande concentração do setor de tecnologia. “As empresas de tecnologia se beneficiaram muito com o coronavírus. Teve mais home office, as pessoas acabaram consumindo mais esses produtos. Agora, com a vacina, elas perdem um pouco de força”, afirma Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.
Segundo Laatus, os investidores devem sair dessas ações e migrar para papéis da economia tradicional, como de bancos e companhias áreas. “Todas essas empresas estão descontadas, foram muito machucadas pelo coronavírus.”