Economia
Ibovespa opera estável com busca por barganhas e incertezas internas; dólar supera R$ 5,86
Possível candidatura de Lula em 2022 e temores sobre desidratação da PEC Emergencial mantêm cautela entre investidores
Bolsa: Ibovespa (Germano Lüders/Exame)
O Ibovespa oscila próximo da estabilidade nesta terça-feira, 9, com investidores balanceando as buscas por oportunidades com as incertezas sobre a PEC Emergencial e a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tornando-o elegível para concorrer à presidência em 2022.
No último pregão, quando foi anunciada a decisão do STF, o Ibovespa teve a segunda maior queda do ano. Com o Lula elegível para a próxima eleição, parte do mercado espera maior polarização política e até uma guinada populista por parte do governo.
Além do “efeito Lula”, o mercado também teme a desidratação da PEC Emergencial, que começa a ser analisada hoje pela Câmara, após ter sido aprovada na última semana no Senado.
De acordo com o Estado de S. Paulo, o próprio presidente Jair Bolsonaro estaria negociando a possibilidade de de progressão e promoção de servidores públicos.
Aguardada desde 2019, a PEC Emergencial prevê ferramentas de controle de gastos, além de abrir espaço para uma nova rodada de auxílios emergenciais.
O movimento misto da bolsa brasileira contrasta com o cenário internacional, em que as bolsas avançam firmes, com a queda dos rendimentos dos títulos americanos e com expectativas sobre o pacote de 1,9 trilhão de dólares.
Entre as maiores altas do exterior está o índice futuro de Nasdaq, que avança mais de 2%, se recuperando das perdas da véspera, quando a alta dos rendimentos dos títulos gerou maior cautela sobre ações de empresas de crescimento.
Na bolsa brasileira, as ações da (VALE3), com maior participação no Ibovespa, são as principais responsáveis pela queda do índice, se desvalorizando mais de 2%, após o minério de ferro despencar na China. Por outro lado, os papéis da Petrobras (PETR3/4) aliviam a queda, subindo mais de 1%, em linha com a valorização do petróleo.
Dólar
Apesar de alguma busca por oportunidades na bolsa, a moeda brasileira segue sangrando nesta terça. Depois subir mais de 1,6% na véspera, o dólar volta o dólar volta a se valorizar e já é negociado acima de 5,80 reais, enquanto outras moedas emergentes se valorizam frente à divisa americana.
Na máxima desta manhã, o dólar passou de 5,86 reais. A cotação só é menor do que a que a moeda atingiu em maio do ano passado, quando se aproximou pela primeira vez dos 6 reais.