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Filho de Beto Richa lavou R$ 2,6 milhões na compra de imóveis, diz MPF

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Pagamentos não declarados foram feitos em dinheiro vivo entre 2010 e 2013; contador da família tentou convencer vendedor a negar a negociação

O ex-governador do Paraná, Beto Richa, concede coletiva de imprensa após deixar o Quartel da Polícia Militar, onde ficou preso em setembro (Cassiano Rosário/Futura Press/Folhapress)

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), André Richa, filho do ex-governador Beto Richa (PSDB), preso na manhã desta sexta-feira, 25, recebeu pelo menos 2,6 milhões de reais em dinheiro vivo. Os recursos teriam sido utilizados para a aquisição de pelo menos três imóveis, colocados em nome da Ocaporã Administradora de Bens. A empresa está registrada em nome de Fernanda Richa, esposa do ex-governador, e dos filhos Marcello e André. O contador Dirceu Pupo Ferreira, também preso nesta sexta, é funcionário da Ocaporã.

O primeiro imóvel adquirido com dinheiro da suposta propina foi um apartamento em Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Adquirido pelo valor declarado de 300 mil reais, o imóvel foi pago de forma parcelada ao longo de 2011.  O laudo de avaliação, no entanto, demonstrou que que o imóvel valia na época 700 mil reais. Em outubro de 2012, foi adquirido um terreno de luxo no bairro de Santa Felicidade, em Curitiba. O valor real de venda foi de 1,9 milhão de reais. Na escritura, a compra foi declarada por 500 mil reais, correspondentes a uma suposta permuta com dois lotes em Alphaville. O vendedor reconheceu que, além dos lotes dados, o contador entregou outros 930 mil em espécie, que acabaram ocultados no documento de transação. Posteriormente o mesmo imóvel foi vendido pela empresa da família Richa por 3,2 milhões de reais.

Já em novembro de 2013, são adquiridos conjuntos comerciais no bairro Centro Cívico, em Curitiba. O valor declarado foi de R$ 1,8 milhão na escritura pública. O corretor que intermediou o negócio contou, porém, com o pagamento de R$ 1,4 milhões adicionais “por fora”, que foram ocultados.

Pedido

A apuração do MPF demonstrou que, em agosto de 2018, a fim de impedir que o esquema fosse descoberto, Dirceu Pupo Ferreira  procurou um dos corretores de imóveis que intermediou a negociação das salas comerciais e solicitou que, caso fosse intimado a depor pela investigação, ocultasse a existência de pagamentos em espécie por fora.

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