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Eunício sinaliza brecha para votar reforma da Previdência ainda neste ano

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A possibilidade de não votar nada da reforma neste ano azedou o humor do mercado nesta terça-feira: dólar fechou em 3,8313 reais, uma alta de 1,99%

Eunício disse que presidente Michel Temer tem que suspender a intervenção federal no Rio

Antes resistente à votação da reforma da Previdência, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), sinalizou nesta terça-feira, 13, que há brechas para que a proposta ande no Congresso ainda neste ano. A mudança de postura foi verbalizada logo após o senador ter recebido na residência oficial do Senado o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.

“Da nossa parte, não há nenhuma indisposição, nenhum interesse de atrapalhar o governo. Pelo contrário, atrapalhar o governo é atrapalhar o Brasil e nós queremos que o Brasil avance”, disse Eunício, ao final do encontro.

A possibilidade de não votar nada da reforma neste ano azedou o humor do mercado nesta terça-feira. O dólar fechou o dia em 3,8313 reais, um avanço de 1,99%. Foi maior alta porcentual em mais de dois meses – teve uma subida de 2,01% em 21 de agosto – e o maior valor de fechamento desde 5 de outubro (3,857 reais).

Eunício afirmou que o presidente Michel Temer poderia suspender a intervenção federal no Rio de Janeiro, liberando o Congresso para analisar a reforma. Pelas regras atuais, uma proposta que altere a Constituição Federal não pode ser analisada pelos parlamentares enquanto uma intervenção estiver em vigor em algum estado do País.

O presidente do Senado, no entanto, se mostrava resistente ao avanço da reforma da Previdência que está no Congresso e que foi enviada por Temer. Na semana passada, ele chegou a dizer que uma reforma deveria ser encaminhada ao Congresso pelo presidente eleito, ‘traduzindo o sentimento das ruas’.

Na semana passada, Eunício disse ao Buzzfeed que saiu horrorizado de um encontro com Paulo Guedes, que tentou pressionar o Congresso a pautar logo a proposta de reforma de Previdência enviada por Temer.  Guedes ainda defendeu uma “prensa” nos parlamentares para aprovarem a reforma. A declaração polêmica gerou incômodo, obrigando o presidente eleito Jair Bolsonaro a dizer que essa fala era fruto da “inexperiência” do futuro ministro da economia.

Após o encontro de ontem, Eunício disse que não se constrói um entendimento à força. “A democracia é fruto do diálogo, que leva ao entendimento. Só o diálogo pode fazer o entendimento. À força, nunca constrói.”

Nesta semana, o presidente eleito Jair Bolsonaro e o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, admitiram que seria muito difícil aprovar qualquer mudança neste ano. Onyx afirmou que era preciso ter humildade para saber o que pode e o que não pode fazer, se referindo ao Congresso, onde metade de seus membros não se reelegeu.

Orçamento

Eunício disse ainda que pretende se reunir com os integrantes da área econômica do governo eleito. De acordo com ele, na pauta está a possibilidade de mudanças na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2019.

O senador afirmou que está à disposição para colaborar com a nova equipe. Segundo ele, é importante que o governo eleito tenha ciência do orçamento que vai implementar.

Fonte: Portal Veja

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