Economia

Dólar vai a R$ 5,70 e Ibovespa perde os 110 mil pontos com aumento de impostos

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Governo confirma aumento de Contribuição Social sobre Lucro Líquido de instituições financeiras; bancos caem mais de 2%

Bolsa: Ibovespa (Germano Lüders/Exame)

O Ibovespa futuro recua nesta terça-feira, 2, com a repercussão negativa sobre o aumento de impostos sobre bancos para compensar a isenção do PIS/Cofins do diesel e gás de cozinha. Com a queda de hoje, o índice perde os 110.000 pontos e chega ao menor nível de pontuação desde novembro.

A confirmação sobre a medida veio na última noite, quando  a Secretaria-Geral da Presidência informou que o governo editou uma medida provisória e um decreto que aumentam de 20% para 25% a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido de instituições financeiras.

Mas na bolsa, as perdas tiveram início ainda na tarde de ontem, quando o Ibovespa reduziu o movimento de alta, após o jornal O Globo noticiar as intenções do governo. Grandes bancos, como o Itaú (ITUB4), chegaram a cair 3%.

A isenção de impostos sobre o diesel e gás de cozinha foi uma das maneiras de o governo tentar melhorar a relação com caminhoneiros, que ameaçavam uma nova greve, sem interferir diretamente na política de preços da Petrobras, que anunciou novo reajuste na véspera.

Com as novas mudanças tributárias, o mercado tem o pior desempenho entre as bolsas ocidentais, onde investidores buscam alguma recuperação após as perdas da semana passada, geradas pelo aumento dos rendimentos dos títulos americanos.

Após o mercado europeu virar para o positivo no início da manhã, somente os índices futuros americanos seguem em baixa, após o S&P 500 bater a maior alta desde junho. Entre as principais bolsas do mundo, somente as da Ásia tiveram pior desempenho, com alertas da China sobre “bolhas” no mercado internacional.

A pior moeda do mundo

Além da bolsa, a moeda brasileira também figura entre as piores do mundo nesta terça. Embora suba contra algumas divisas emergentes, a alta do dólar é ainda maior no Brasil, chegando a superar 1,5% nesta manhã, tocando os 5,70 reais. Em quatro pregões, a valorização acumulada do dólar já se aproxima dos 5%.

“As medidas paliativas para criar os fundos necessários para financiar o corte de impostos dos derivados de Petróleo foi extremamente mal recebidas pelo mercado. Aumentar impostos num setor oligopolizado – como é o setor bancário – para dar descontos num outro setor oligopolizado – como é o caso do petróleo óleo e gás – não é uma solução agregada correta”, afirma em nota André Perfeito, economista-chefe da Necton.

Segundo o economista, a medida do governo tampouco deve servir para manter o preço do combustível, pelo contrário, deve aumentar ainda mais. “Se o objetivo é segurar ou atenuar o preço dos combustíveis e se estes estão em dólar, logo medidas deste tipo (intervenção ou tributação fora de um contexto mais amplo) fazem os derivados subirem por conta da elevação deste mesmo dólar.”

Destaques

Com o pessimismo generalizado, todas as ações do Ibovespa se desvalorizam nesta manhã.

Puxando a queda do Ibovespa estão as ações dos grandes bancos e da Petrobras (PETR3/PETR4). Após já ter caído 3% na última sessão, os papéis do Itaú recuam mais 2,1%. Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC3/BBDC4) caem mais de 2%, enquanto o Santander (SANB11) mais de 3%. Já os papéis da petrolífera caem cerca de 4%, após tocarem a mínima de pouco mais e 5% de baixa.

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