Além disso, a existência de várias estruturas lipídicas no organismo também contribuiu para o aumento das características metastáticas nas células – e apenas a sua remoção impediu que o MMA se espalhasse ainda mais. Ana P. Gomes, a pesquisadora líder do projeto, e seus colegas examinaram formas de bloquear a ação do MMA no corpo humano.
Eles descobriram que o fator de transcrição SOX4 conseguiu bloquear a resposta das células cancerígenas, impedindo a progressão da doença. E, de forma indireta – e ainda sem explicação científica -, o MMA também contribui para o aumento da expressão do gene SOX4, que acaba conseguindo alterar o destino das células cancerígenas.
Os pesquisadores também descobriram que os níveis de colesterol por lipídios tendem a aumentar entre a puberdade e os 50 anos de idade, Sendo assim, é possível que os lipídios armazenados impulsionem, ainda mais, o aumento dos níveis de MMA no sangue, além de ajudar as moléculas a atravessarem as membranas celulares.
Os participantes do estudo, porém, não foram identificados com nenhum tipo de câncer, o que implica que o MMA contribui apenas para a disseminação da doença – e não sua formação inicial. No entanto, é possível que estudos futuros demonstrem que o MMA tem, sim, papel no desenvolvimento da doença. Também é possível que as moléculas sofram mutações genéticas, o que leva Gomes e sua equipe a não descartarem a possibilidade.
Embora não conclusivo, o estudo contribuiu para identificar mais um fator de risco do câncer e entender o real papel do metabolismo na progressão do câncer em pessoas idosas.