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Bolsonaro vai a Israel na data certa — certa para Netanyahu

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Mostrar força internacional é fundamental para atual premiê, envolvido em escândalos de corrupção, se manter no cargo. Israelenses vão às urnas em abril

NETANYAHU: em busca do quarto mandato, ele antecipou as eleições / Ronen Zvulun/Reuters (/)

Jair Bolsonaro inicia domingo sua terceira viagem internacional no cargo. Depois de visitar Estados Unidos e Chile, desta vez o presidente vai a Israel, considerado um aliado estratégico de seu governo. A grande dúvida na mesa é se o governo brasileiro levará adiante a polêmica ideia de transferir a embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém, seguindo a estratégia de Donald Trump.

Se na visita aos Estados Unidos Bolsonaro foi criticado pela oposição por fazer concessões em troca de promessas, como o apoio à entrada na OCDE, desta vez tende a ser cobrado por embarcar na campanha presidencial alheia. O pressionadíssimo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está na reta final de sua campanha contra o centrista Benny Gantz, para eleições marcada para o dia 9 de abril.

Aos 70 anos e considerado um herói de guerra, Netanyahu convocou o atual pleito no véspera do Natal, num momento de intenso escrutínio sobre seus governos — ele tenta o quarto mandato consecutivo. Ele é suspeito de suborno e tem contra si três acusações de corrupção que envolvem benefícios a empresas privadas.

As denúncias enfraqueceram Netanyahu a ponto de fazer sua derrota possível. Seu adversário, Benny Gantz, é um general do Exército de 59 anos sem experiência política. Em sua campanha, tem defendido que “nenhum líder israelense é rei”. “Agradeço a Netanyahu por seus 10 anos de serviço. Continuaremos a partir daqui”, é outro mote da campanha. Sua maior bandeira é não ser Netanyahu.

Mostrar força internacional é fundamental para o atual primeiro-ministro se manter no cargo. Neste contexto, a visita de Bolsonaro vem a calhar. Para o Brasil, o risco é que os interesses internos de um goveno em fim de mandato em Israel levem Bolsonaro a selar compromissos como a transferência da embaixada. O ato importaria para o Brasil o conflito com os palestinos e pode levar a retaliação da comunidade árabe. Em 2018, as exportações brasileiras para Israel somaram 321 milhões de dólares, ante 11,5 bilhões de dólares para os países árabes.

Fonte Exame

 

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