Brasília
Aquecimento global: fotos mostram derretimento de gelo no mar de Bering
Imagens registradas por satélites da Administração Atmosférica e Oceânica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) mostram que, devido ao aquecimento global, o mar de Bering já está quase sem gelo nenhum, apesar de ainda ser abril. O normal seria que o congelamento estivesse no seu pico e durasse até maio, mas 2019 tem apresentado um recorde de menor média de extensão de gelo nos arredores do oceano Ártico.
Em uma foto do dia primeiro de abril de 2014, os mares de Bering e de Tchuktchi aparecem cobertos de gelo. Naquele ano, a área congelada alcançou o seu máximo no dia 21 de abril, o que é considerado o normal.
Uma imagem do dia 31 de março de 2019, no entanto, mostra uma área inteira sem gelo na costa que vai do Refúgio Nacional Yukon Delta até o Estreito de Bering, que liga o mar de Bering ao oceano Ártico.
Para especialistas, a mudança é preocupante. “Isso garante que as superfícies marinhas serão mais quentes do que o normal no verão e outono da região, o que terá impactos no ecossistema, incluindo na pesca comercial, nos próximos meses”, alertou Rick Thoman, especialista em mudanças climáticas da Universidade Fairbanks do Alaska, nos Estados Unidos, em comunicado da NOAA.
O derretimento de gelo não só afeta as economias, mas também compromete a regulação do clima, já que a superfície do gelo reflete a luz do Sol de volta ao espaço. Sem o congelamento, as águas aquecem mais rapidamente e as mudanças climáticas se aceleram.
A Terra está 1°C mais quente desde o século 19 e, de acordo com o Painel Internacional de Mudanças Climáticas, um aquecimento de 1,5°C pode significar riscos à vida. Já um aumento de 2°C representaria ondas de calor maiores, menor quantidade de recursos alimentares e verões sem gelo dez vezes mais prováveis.