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Alexei Navalny, principal opositor de Vladimir Putin na Rússia, foi retirado de prisão e sua localização é desconhecida

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Seus advogados escreveram mensagem a respeito em rede social. Principal opositor de Vladimir Putin estava em uma colônia penal, preso por um caso de fraude que é considerado perseguição política.

Alexei Navalny antes de audiência sobre a sua prisão em 20 de fevereiro de 2021 em um tribunal de Moscou — Foto: Maxim Shemetov/Reuters

Alexei Navalny, o principal político de oposição ao governo de Vladimir Putin na Rússia, foi retirado do colônia penal onde estava preso e não se sabe qual é sua localização, de acordo com uma mensagem em uma rede social publicada nesta sexta-feira (12) no perfil do próprio Navalny (o texto cita seus advogados).

Ele havia sido transferido para a colônia penal no fim de fevereiro.

Na ocasião, o diretor do Serviço Prisional Federal da Rússia, Alexander Kalashnikov, afirmou que Navalny “foi transferido para o local onde deveria estar por decisão do tribunal” e que não sofria nenhuma ameaça de vida.

Navalny “cumprirá sua sentença em condições absolutamente normais”, disse Kalashnikov, antes de indicar que “se desejar, ele participará das atividades de produção”.

Prisão é considerada perseguição política

Navalny foi preso pela polícia ao chegar no aeroporto de Moscou, em janeiro de 2021.

A Justiça o condenou por um caso de fraude de 2014. O próprio Navalny, os governos de vários países e ONGs consideram que o julgamento teve motivação política.

Navalny é um ativista anticorrupção. Ele é considerado o principal crítico de Putin. Ele tem milhões de seguidores nas redes sociais e publica informações que, segundo ele, revelam a profundidade da corrupção na Rússia de Putin.

Veneno na cueca

Em agosto de 2020, Navalny passou mal durante um voo da Sibéria para Moscou. O avião pousou, e ele foi levado a um hospital.

De lá, foi transportado de avião para Berlim e tratado lá enquanto era mantido em coma induzido.

O governo alemão disse que Navalny foi envenenado por uma sofisticada substância conhecida como Novichok, o que reforça as suspeitas de que o Estado russo esteja por trás do envenenamento.

Conhecidas como agentes neurotóxicos, essas substâncias são usadas em pó ou em forma líquida. E são tão perigosas que só podem ser fabricadas em laboratórios avançados, que são em grande maioria de propriedade de governos, ou controlados por eles.

Inicialmente, acreditava-se que o envenenamento teria ocorrido por meio do chá que Navalny bebeu no dia. No entanto, depois que se recuperou, ele rastreou os indivíduos que acreditava terem participado do atentado.

Passando-se por uma autoridade da área de segurança, Navalny teria conseguido enganar um expert em armas que teria admitido que o caso foi mesmo de envenenamento. E a maior parte do agente químico teria sido plantada na cueca dele. O governo russo negou novamente as acusações.

Pressão internacional

Em um encontro da ONU nesta sexta-feira (12), 45 países, incluindo os Estados Unidos, pediram à Rússia que liberte Navalny, dizendo que sua prisão era ilegal e uma investigação sobre seu envenenamento no ano passado.

Em uma declaração lida pela Polônia ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, os países disseram que as ações das autoridades russas contra o líder da oposição eram “inaceitáveis ​​e politicamente motivadas”. Os 45 países eram principalmente europeus, mas também incluíam Austrália, Canadá e Japão.

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