Um homem de 29 anos sofreu uma descarga elétrica dentro da subestação da Companhia Energética de Brasília (CEB) no estacionamento do estádio Nacional Mané Garrincha na manhã desta terça-feira (23). Ele foi transportado consciente para o Hospital de Base.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o pedido de socorro foi feito por volta das 8h pela própria vítima, que estava dentro da estação. A CEB informou que o homem não é funcionário da companhia e que teria entrado no local “possivelmente tentando furtar cabos de energia”.
“Ele tentou serrar um cabo energizado e sofreu uma descarga elétrica.”
O homem caiu de uma altura de cerca de 3 metros, teve queimaduras na mão direita e na perna esquerda, e sangramentos no corpo, informou o subtenente Cidemar da Silva. “Ele escapou por pouco.”
O choque foi de 13.800 volts, segundo operadores que trabalham na subestação – a voltagem é 61 vezes a das tomadas convencionais, usadas em casa.
“A gente ouviu o pipoco alto e achamos que não era nada, mas depois de cinco minutos ouvimos gritos”, disse a vendedora de lanches Maria Aparecida do Santos, que trabalhava próximo ao local no momento da descarga. “Ele estava aqui no chão, gritando de desespero.”
“O braço dele estava todo queimado e as pernas também.”
Um funcionário que não quis se identificar disse que, em 2017, foram identificados cerca de 6 furtos somente nesta subestação. Em 2018 esse seria o primeiro caso.
Outros casos
Em outubro de 2013, um curto-circuito em um transformador da CEB que passava por reformas provocou o esvaziamento do prédio do Ministério das Comunicações e dos Transportes. Segundo os bombeiros, ao menos 30 pessoas foram atendidas, sendo que 21 foram encaminhadas ao hospital.
Em fevereiro daquele ano, o mesmo prédio teve de ser esvaziado depois que uma explosão na subestação provocou um incêndio. E, em novembro de 2012, um eletricista da CEB morreu após a explosão de um transformador no subsolo do Ministério do Esporte.
A subestação no Mané Garrincha foi inaugurada em dezembro de 2013. Naquele ano, no mesmo local, também passaram a funcionar duas linhas de distribuição de alta tensão: a Sudoeste-Estádio Nacional e a linha Brasília Centro-Autarquias Norte-Estádio Nacional.
‘Melhor tecnologia’
Segundo informações disponíveis no site da CEB, a subestação foi construída “com a melhor tecnologia disponível”. Os equipamentos teriam sido comprados na Coréia do Sul. Além disso, a estação seria “imune a descargas atmosféricas” por ser abrigada.
As obras foram cumpridas para “garantir a continuidade e eficiência energética” do estádio e da região central de Brasília durante a Copa do Mundo de 2014.