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3 gráficos mostram recuperação mais rápida do que o esperado em julho

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Terceiro trimestre começa com dados antecedentes melhores sobre confiança, indústria e varejo — desafio é que onda positiva se mantenha no pós-pandemia

Pessoas com máscaras de proteção caminham por mercado em São Paulo, Brasil, na quinta-feira, 30 de julho de 2020. (Jonne Roriz / Bloomberg/Getty Images)

Os principais setores da economia brasileira continuam mostrando recuperação desde o pior momento da pandemia para a atividade, que pegou os meses de abril e maio.

Após mostrarem leve reação em junho, dados que medem o ritmo da atividade em julho e até em agosto indicam um cenário melhor do que o esperado inicialmente por analistas de mercado:

“A principal revisão de leitura é que saimos de uma contração esperada no segundo trimestre de 11% ou 12%, para algo mais próximo de 9%”, diz Artur Mota, economista da Exame Research.

Essa revisão veio na esteira dos resultados melhores em maio em relação a abril, o primeiro mês inteiro a pegar os efeitos da crise do coronavírus: “Não sabíamos se esse ritmo seria mantido em junho e julho, mas até os dados iniciais de agosto continuam sugerindo a recuperação”, diz.

No varejo, cujo dado oficial de junho ainda será divulgado pelo IBGE nesta semana, essa tendência é observada, por exemplo, na alta de 3% das vendas em supermercados, de quase 30% em móveis e eletrodomésticos e de 24% em materiais de construção, como mostram as linhas do gráfico abaixo, com dados compilados pela casa de análise.

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Apesar de os indicadores preliminares sugerirem que atividade tem ocupado terreno da ociosidade ampliada pela pandemia, vale lembrar que o nível das vendas ainda está 35% abaixo do verificado em fevereiro, mesmo depois dessas altas expressivas – o que que reflete uma base baixa de comparação.

O grande desafio de agora em diante, segundo Mota, é que a recuperação mantenha sua tração ao longo do trimestre, já que, além do processo de reabertura, o auxílio emergencial — que vem ajudando comércio e serviços — , deve acabar em setembro.

Para a indústria, que já teve o resultado de junho divulgado pelo IBGE, a surpresa para o mês foi positiva, com crescimento de 8,9% em julho e uma revisão mais positiva para o mês de maio.

Em julho, por exemplo, foi verificado um avanço de cerca de 5% no fluxo de caminhões em estradas pedagiadas, que tem uma ligação forte com a atividade industrial, diz Mota, além do crescimento da utilização da capacidade instalada de 66,6% para 72,3%.

Vale destacar ainda o aumento de 3,8% no consumo de energia elétrica em julho.

“Leituras iniciais para agosto de carga de energia elétrica mostra que setores como bebidas, minerais não metálicos e produtos químicos já superam o consumo verificado em 2019, para igual mês. No geral temos relatados esses dados de frequência diária no nosso relatório semanal de Reabertura e Covid-19“, diz o economista.

 

A melhora do humor em julho foi antecipada de certa forma, destaca Mota, pela recuperação da confiança dos empresários.

“Quando o governo colocou toda sua artilharia de medidas de estímulos fiscal e monetário, em última instância, foi para garantir que essa confiança retomasse o mais rápido possível para próximo do seu nível pré-pandemia, o que asseguraria uma retomada mais consistente”, diz.

A confiança do empresário industrial cresceu 15,7% em julho, assim como aconteceu no setor de serviços (10,18%) e comércio (2%). Pela ótica do consumidor, o avanço também foi observado, com alta de quase 11% em julho.

 

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