Apesar de os indicadores preliminares sugerirem que atividade tem ocupado terreno da ociosidade ampliada pela pandemia, vale lembrar que o nível das vendas ainda está 35% abaixo do verificado em fevereiro, mesmo depois dessas altas expressivas – o que que reflete uma base baixa de comparação.
O grande desafio de agora em diante, segundo Mota, é que a recuperação mantenha sua tração ao longo do trimestre, já que, além do processo de reabertura, o auxílio emergencial — que vem ajudando comércio e serviços — , deve acabar em setembro.
Para a indústria, que já teve o resultado de junho divulgado pelo IBGE, a surpresa para o mês foi positiva, com crescimento de 8,9% em julho e uma revisão mais positiva para o mês de maio.
Em julho, por exemplo, foi verificado um avanço de cerca de 5% no fluxo de caminhões em estradas pedagiadas, que tem uma ligação forte com a atividade industrial, diz Mota, além do crescimento da utilização da capacidade instalada de 66,6% para 72,3%.
Vale destacar ainda o aumento de 3,8% no consumo de energia elétrica em julho.
“Leituras iniciais para agosto de carga de energia elétrica mostra que setores como bebidas, minerais não metálicos e produtos químicos já superam o consumo verificado em 2019, para igual mês. No geral temos relatados esses dados de frequência diária no nosso relatório semanal de Reabertura e Covid-19“, diz o economista.
A melhora do humor em julho foi antecipada de certa forma, destaca Mota, pela recuperação da confiança dos empresários.
“Quando o governo colocou toda sua artilharia de medidas de estímulos fiscal e monetário, em última instância, foi para garantir que essa confiança retomasse o mais rápido possível para próximo do seu nível pré-pandemia, o que asseguraria uma retomada mais consistente”, diz.
A confiança do empresário industrial cresceu 15,7% em julho, assim como aconteceu no setor de serviços (10,18%) e comércio (2%). Pela ótica do consumidor, o avanço também foi observado, com alta de quase 11% em julho.