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Brasília

Veja os destaques da programação do festival Varilux de cinema desta quarta

Barriga de aluguel, novas famílias, feminismo e relação entre irmãos são alguns dos ingredientes dos longas

Clotilde Hesme vive Diane, uma mulher que topa uma barriga de aluguel para ajudar amigos no longa O poder de Diane. (foto: Petit Films/Divulgação)

 

Clotilde Hesme estava no fim da segunda gravidez quando filmou as cenas em que aparece com o barrigão flutuando em uma piscina de plástico. E por aí se encerra a semelhança com a realidade do longa O poder de Diane, de Fabien Gorgeart, em cartaz no Festival Varilux do Cinema Francês 2018. É verdade que ela amamentou Selma durante as filmagens, mas faz questão de dizer que procurou manter distância psicológica da personagem como uma maneira de separar a ficção da vida real durante um período de grande fragilidade emocional.

Era a única forma de não se abalar com a história de Diane, uma mulher um tanto sem rumo que aceita ser barriga de aluguel para satisfazer o desejo de paternidade de um casal de amigos homossexuais. “Tem, com certeza, algo muito psicológico em encenar esse papel. Mas, ao mesmo tempo, foi muito concreto: não fiquei me fazendo perguntas muito psicológicas, coisa que, aliás, raramente faço. Sou mais do tipo físico e instintivo, não intelectual, e nesse filme menos ainda”, avisa a atriz. A única cena em que a barriga de Clotilde realmente aparece é a da piscina. Todas as outras foram filmadas um mês e meio depois do parto.

Diane não sabe ao certo no que está se metendo quando topa a empreitada com o casal. É de sua personalidade, sua impulsividade, mas também sua generosidade que o roteiro de Gorgeart trata, texto, aliás, escrito especialmente para Clotilde. Em tom de comédia que, eventualmente, desliza um pouco para o exagero, o longa traz para a tela alguns debates ainda marcados pelo preconceito e pelo tabu. O primeiro deles é a própria barriga de aluguel, situação proibida hoje pela lei francesa, mas alvo de uma pressão social que faz tremer os conservadores. O outro é sobre as várias formas de família ali expostas. E há também uma discussão saudável sobre a maternidade: ela não é inata e há sim mulheres como Diane, que nunca quiseram nem se derreteram com a ideia de ter filhos.
No entanto, o filme não traz um debate pronto. É como se essa parte, a da reflexão e da discussão do assunto, fosse coisa posta e resolvida. Gorgeart preferiu focar em como essa mulher de pouco mais de 30 anos lida com a questão. “O filme interroga essas novas formas de parentalidade e redefine também o que é um homem, uma mulher, um casal, amantes. A normalidade está com o casal homossexual que espera a criança. Eles têm apartamento, são sérios, mais ‘normais’ em relação a ela, que é imatura e não teve muito a dimensão do que está fazendo. Acho que isso é muito feminista também”, acredita a atriz, quando questionada sobre o fato de o papel ter sido escrito por um homem.

Momento

Clotilde Hesme tem sido uma das atrizes queridinhas do cinema de autor francês. Dividiu a cena com Louis Garrel em Os amantes regulares, de Philippe Garrel, e em As canções de amor, de Christophe Honoré. Também esteve na série Les revenants, raro sucesso da tevê francesa no exterior e, em 2012, ganhou o César de melhor atriz por Angèle et Tony, de Alix Delaporte. Em todos, a atriz esteve mais próxima de personagens tristes ou sombrios do que em O poder de Diane. “É o papel mais próximo de mim”, garante. “Gorgeart se inspirou dessa coisa um pouco burlesca e muito grande, porque sempre é necessário que eu não seja muito grande nos filmes, e ele exagerou isso. Isso serve ao propósito do filme porque, em certo momento, Diane é transbordada por seu corpo, sua barriga, e isso ultrapassa a moldura da tela.”
Sobre a questão do assédio na indústria do cinema depois das denúncias contra o produtor Harvey Weinstein, ela acredita que não é uma discussão exclusiva das mulheres. Diz que não gostou do manifesto assinado por Catherine Deneuve no Le Monde, mas entende que ela e as outras autoras do texto vivem em uma realidade paralela. “Elas estão desconectadas da realidade porque são mulheres desconectadas. Vivem em outra realidade, um pouco privilegiadas demais para compreender”, repara. “Tenho muita esperança em uma geração que é um pouco como essa do filme. Falo com muitas pessoas de 20, 30 anos que entendem que é preciso que o` cinema do papai´ termine. O problema é que, na França, não falamos o suficiente sobre isso. A gente poderia ter discutido mais de forma concreta.”

Festival Varilux do Cinema Francês 2018

Até 20 de junho, no Cine Cultura (Liberty Mall), Cinemark Pier 21, Espaço Itaú de Cinema (CasaPark) e Sala Le Corbusier (Embaixada da França). Confira horários no roteiro.

     

    Brasil

    Por

    Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

     

    Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

     

    Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

    A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

    O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

    A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

    Correio Brasiliense

     

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    Brasília

    Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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    Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

     

    Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

    O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

    A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

    A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

    No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

    >> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

    – Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

    – Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

    – Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

    – Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

    – Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

    – Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

    – Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

    – Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

    De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

    No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

    Por Agência Brasil

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    Brasília

    Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

    Por

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

    Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

    O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

    Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

    Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

    O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

    Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

    Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

    A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

    O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

     

    SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

    O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

    O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

    O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

    A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

    O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

    A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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