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Trump impaciente e confiante antes de cúpula com Kim

O presidente americano e o líder norte-coreano já estão em Singapura na véspera da cúpula histórica entre os dois países

Donald Trump e Kim Jong Un estavam envolvidos nesta segunda-feira nos preparativos finais para sua cúpula histórica na terça-feira, para a qual o presidente americano demonstra sua confiança e uma forma de impaciência.

Os olhos do mundo inteiro estão voltados para Singapura, com uma mesma interrogação: o presidente dos Estados Unidos, que concordou, para a surpresa geral, encontrar o herdeiro da dinastia Kim, vai conseguir fazer Pyongyang desistir das armas nucleares?

“Acho que tudo vai correr bem”, declarou em um almoço de trabalho com o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong.

“Genial estar em Singapura, se sente a emoção no ar!”, havia tuitado um pouco antes o inquilino da Casa Branca, que falou por telefone com o presidente sul-coreano Moon Jae-in e com o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe.

O encontro entre os dois homens, absolutamente inimaginável há alguns meses, quando estavam envolvidos em uma escalada verbal, vai acontecer amanhã em um hotel de luxo da cidade-Estado asiática.

A equipe de Trump trabalha para dar uma imagem animadora das negociações, enquanto o lado norte-coreano permanece absolutamente silencioso.

Personagem central desse diálogo, o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, que se reuniu com Kim Jong Un duas vezes, assegurou que as negociações avançaram “rapidamente” nas últimas horas.

“Estou muito otimista com as chances de sucesso”, disse ele em entrevista coletiva.

“Garantias de segurança únicas”

Sem entrar em detalhes, simplesmente enfatizou que os Estados Unidos estavam prontos para, em troca da “completa, verificável e irreversível” desnuclearização, fornecer à Coreia do Norte “garantias de segurança únicas, diferentes” daquelas propostas até aqui.

A cúpula, que oferece visibilidade internacional ao líder de um regime enclausurado e cujas viagens ao exterior podem ser contada nos dedos de uma mão, já é vista como uma grande concessão por parte dos Estados Unidos.

“Faz 25 anos que a Coreia do Norte tenta marcar uma reunião com um presidente americano em exercício”, explica à AFP Boris Toucas, pesquisador convidado do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington.

Em jogo, as ambições atômicas de Pyongyang, sob anções internacionais draconianas impostas ao longo dos anos e crises pelo Conselho de Segurança da ONU.

Moon Jae-in também expressou confiança na reunião de terça-feira, enquanto pediu que se evite expectativas excessivas.

“Mesmo que o diálogo entre os dois deslanche, provavelmente será necessário um diálogo de longo prazo, que poderia levar um ano, dois anos ou mais para resolver completamente as questões na mesa”, principalmente a desnuclearização, enfatizou.

Em um relato sobre o deslocamento do homem forte de Pyongyang, a agência norte-coreana KCNA evocou o advento de uma “nova era”, confirmando que a desnuclearização, mas também “um mecanismo de paz permanente” e sustentável na península coreana estaria no menu da cúpula.

Uma autoridade americana viu nessa formulação “uma mensagem de otimismo”.

Fracassos de 1994 e 2005

Mas a exigência americana de desnuclearização tropeça há anos na resistência obstinada dos norte-coreanos.

Em 1994 e 2005, acordos foram concluídos, mas nenhum deles foi realmente implementado, e a Coreia do Norte aumentou desde 2006 seus testes nucleares e balísticos até a perigosa escalada do ano passado.

Ao se encontrar com Kim, Trump confia em seus autoproclamados instintos e talentos como um excelente negociador. Mas depois que sua administração propagandeou um acordo histórico em 12 de junho, tem estado ocupada tentando reduzir as expectativas, evocando o início de um “processo” sem precedentes.

Os ingredientes de um possível acordo são, em muitos aspectos, os mesmos que no passado: uma desnuclearização progressiva em troca de apoio econômico, garantias de segurança para o regime e um tratado de paz encerrando oficialmente a Guerra da Coreia (1950-53).

“Trump simplesmente concedeu esse encontro aos norte-coreanos sem obter qualquer progresso”, lamenta o especialista Jeffrey Lewis do Foreign Policy. “Parece óbvio desde o início que a Coreia do Norte não tem intenção de abandonar seu arsenal nuclear”.

Mundo

Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

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Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

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Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

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País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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