Cidades
Companhias aéreas devem subir o preço das passagens depois de alta dos combustíveis
Latam já admite aumento, Azul não confirma nem nega. Gol está em período de silêncio e responde por meio da associação do setor.
As principais companhias aéreas do país devem aumentar nas próximas semanas o preço das passagens. A alta segue o curso de subida do preço dos combustíveis no mercado internacional, resultado do encarecimento das commodities desde a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia.
Em nota, a Latam admitiu que os preços de combustíveis têm impacto relevante no custo de operação e o atual cenário demanda que a passagem fique mais cara.
“É inegável o impacto nos custos das companhias aéreas, em função da alta do preço do querosene da aviação (QAV) que, infelizmente, diante da imposição desse novo cenário de crise sem precedência e previsibilidade, afetará o aumento no preço das passagens”, diz nota da Latam.
Gol
A Gol não pode responder aos questionamentos da reportagem porque está em “período de silêncio”. Trata-se de uma exigência legal para empresas de capital aberto nos dias anteriores à divulgação de seus resultados trimestrais. A companhia publicará o balanço na próxima segunda-feira.
A Gol se posiciona, contudo, como associada da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). A entidade divulgou nota no último dia 8, dizendo que o conflito “pressiona ainda mais o já elevado preço do QAV, que em 2021 alcançou seu maior patamar, acumulando alta de 76,2%”.
Segundo a Abear, o combustível responde por mais de um terço dos custos do setor, que têm uma parcela superior a 50% indexada pelo dólar.
“Diante desse cenário, a Abear informa que o consequente encarecimento do QAV nos curto e médio prazos poderá frear a retomada da operação aérea, o atendimento logístico a serviços essenciais e inviabilizar rotas com custos mais altos, incluindo o foco na expansão de mercados regionais, num setor que acumula prejuízo de R$ 37,4 bilhões de 2016 até o terceiro trimestre de 2021, impactando também o transporte de cargas e toda a cadeia produtiva do turismo”, diz a nota.
Azul
A Azul enviou longa nota ao g1, em que não confirma nem nega um possível aumento do preço das passagens.
A empresa lamenta a guerra e diz que, além das irreparáveis perdas humanas, o conflito também traz “consequências devastadoras para todos os setores da economia no mundo”.