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Suspeito de matar a ex em unidade de saúde no litoral de SP afirmou que ela ‘não seria de mais ninguém’, diz polícia
Vítima saía do serviço, em uma unidade de saúde de Cubatão (SP), quando foi surpreendida pelo suspeito. Ele foi preso por policiais militares do 2º Baep.
A jovem de 29 anos que foi morta a facadas pelo namorado dentro da unidade de saúde onde trabalhava, em Cubatão (SP), havia relatado a colegas de trabalho que o companheiro era ciumento e instável. O suspeito, Edson Batista da Silva, de 36 anos, cometeu o crime porque não teria aceitado o fim do relacionamento, que havia ocorrido no mesmo dia.
Ana Paula Trajano foi velada e sepultada nesta terça-feira (5). O suspeito foi preso por policiais militares do 2º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep). De acordo com o que a Polícia Civil informou à TV Tribuna, afiliada da Rede Globo, ele confessou o crime às autoridades, e afirmou que, se ela não fosse dele, não seria de mais ninguém.
Em entrevista à TV Tribuna, a técnica em enfermagem Elaine Fernandes afirmou que viu a vítima e o suspeito conversando pouco antes de ele esfaqueá-la, mas nunca pensou que ele seria capaz de fazer aquilo. “Ele estava com o rosto vermelho, como se estivesse irritado com algo, mas falando baixinho. Como a gente sabia que era namorado dela, achamos que era [uma conversa] normal”, afirma.
Uma outra colega de trabalho, a auxiliar técnico-administrativa Renata Pinheiro, se emocionou ao se lembrar de Ana Paula, que tinha um filho de 3 anos, de outro relacionamento. “Uma pessoa maravilhosa, não vai ver o filho crescer. Ela só falava dele [filho], e estava super alegre, iria fazer uma faculdade. A gente aqui é uma família, né? Então, a gente sabe um pouco sobre a vida de todo mundo, e ela se abria com a gente, dificuldades, vitórias dela. Era uma pessoa nova”, lamenta, chorando.
A técnica em enfermagem Lídia Dantas relatou que a vítima já havia reclamado do jeito do namorado a elas. “Ela começou a se queixar que ele era uma pessoa instável, era muito ciumento, que ficava achando que ela tinha alguém, e infelizmente deu no que deu. É lamentável. Está todo mundo sem chão, a gente jamais esperava que isso iria acontecer”, afirma.
As colegas de trabalho de Ana ainda relataram que Edson parecia ser uma pessoa tranquila. A irmã da vítima, Vanessa Trajano, afirmou que a família está se sentindo impotente diante do ocorrido, e que a irmã não tinha se aberto sobre o jeito do então namorado. “É isso que mata, quem passa por isso não se abrir, não falar nada. A gente não tem como ajudar, aí, no final, o que acontece é isso”, lamenta.
Nas redes sociais, muitos amigos e familiares da vítima também lamentaram o ocorrido. “Que tristeza saber que você foi de uma forma tão violenta”, publicou uma conhecida da jovem.
Unidade de saúde não funcionou no dia seguinte ao crime, em luto pela vítima — Foto: Marcela Pierotti/g1
A administração municipal confirmou que a funcionária da prestadora de serviços foi assassinada dentro da unidade, e afirmou que as autoridades municipais repudiam toda violência contra a mulher, estando à disposição para colaborar com a polícia. Devido ao ocorrido, a USF Mário Covas não funcionou nesta terça-feira (5).
Não aceitou o fim do relacionamento
O irmão da jovem, Elvis Barbosa, afirmou que a irmã e o suspeito estavam juntos há dois meses, e que ela havia terminado o relacionamento com ele no dia em que ocorreu o crime. “Ela pediu um tempo, e ele, não satisfeito, foi até a casa da minha mãe, pegou uma faca sem minha mãe ver, foi no serviço dela [vítima], ficou conversando com ela, e depois dela falar que não queria mais, ele a esfaqueou nove vezes”, diz.
Segundo o irmão, Ana e o ex-companheiro brigavam constantemente, e por isso ela optou pelo término. “Minha irmã não teve direito nem de lutar pela vida. Era uma moça cheia de sonhos, professora formada, trabalhava na farmácia da UBS, e faria, daqui a alguns dias, a cirurgia bariátrica que tanto sonhava. Ela também estava para comprar o primeiro carro, mas, infelizmente, atrapalharam o sonho dela”, finaliza.