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Brasília

Startup argentina utilizará foguetes chineses para lançar 90 satélites

ILUSTRAÇÕES DOS MICROSSATÉLITES QUE SERÃO LANÇADOS AO ESPAÇO (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Nunca foi tão barato construir um satélite e colocá-lo em órbita. Entre os diversos setores que se beneficiam dessa revolução está o mercado da observação da Terra. Muitas empresas anunciam projetos ambiciosos para fotografar, a partir do espaço, cada pedacinho do planeta em alta resolução. Uma delas é a Satellogic, startup de tecnologia espacial fundada em 2010 na Argentina. Acabam de divulgar uma importante parceria com a empresa China Great Wall Industry Corporation (CGWIC): ambas firmaram um contrato em janeiro que prevê o lançamento de 90 microssatélites em foguetes chineses até o final de 2020.

Quanto estiver operando na órbita baixa, a constelação de satélites será capaz de fazer um remapeamento completo da superfície terrestre a cada semana, em uma resolução detalhada que revela até um metro com nitidez. “Isso é novo, não apenas para nós, mas para a Terra”, afirma Marco Bressan, diretor de soluções da Satellogic. “Mesmo se juntássemos todos os satélites de observação lançados desde o início da era espacial, não teríamos a capacidade de enxergar em alta resolução o que está acontecendo em cada metro quadrado do planeta todas as semanas.” Será como ter 90 olhos que tudo veem pairando sobre nossas cabeças.

Nosso mundo é quase como um organismo vivo, dinâmico, em constante mudança, seja por forças naturais, seja pelas mãos humanas. Com tanta coisa se passando simultaneamente, fica fácil perder o controle das situações. Para diversos setores da sociedade que lidam com transformações rápidas, ter acesso a análises geoespaciais de qualidade para embasar a tomada de decisões é algo fundamental, que pode salvar vidas ou poupar muito dinheiro. Clientes típicos de empresas como a Satellogic são governos, indústrias, agronegócio, manejo de recursos naturais, mineração, energia, ou até finanças e seguros.

“Satélites são um meio para se chegar a um fim”, explica Bressan. Nesse sentido, apenas os pixels de milhões de imagens pouco valem: é preciso um mecanismo inteligente que interprete esse volume monstruoso de dados. Por isso a empresa se preocupou desde o princípio em desenvolver paralelamente tecnologias para manufatura de satélites em Buenos Aires e Montevidéu, e de inteligência artificial e deep learning em Barcelona. Outras sedes ficam em Tel Aviv, Miami e Pequim.

Isso faz da Satellogic, uma pequena multinacional, a única empresa do ramo a integrar verticalmente todas as etapas da geoanálise. O acordo com a CGWIC prevê o primeiro lançamento do contrato para o último trimestre de 2019, no qual serão colocados em órbita 13 satélites. Junto com os três que já estão em funcionamento, e mais três que os chineses devem lançar nos próximos meses, a companhia fechará o ano com 19 satélites em operação. São pequenos, muito pequenos: medem um metro de comprimento por meio metro de largura e de altura. Pesam só 45 quilos.

FOGUETE CHINÊS LEVARÁ OS SATÉLITES AO ESPAÇO (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Oswaldo Loureda, engenheiro aeroespacial formado pelo ITA, considera a proposta da Satellogic interessante e um bom exemplo do NewSpace, tendência global cujo objetivo é reduzir drasticamente os custos dos projetos espaciais através da eficiência da iniciativa privada. “Agências espaciais e grandes corporações como a Airbus constróem até hoje satélites de grande porte, pesados, a Satellogic está mostrando que não precisa ser assim”, diz o fundador e CEO da startup Acrux Aerospace Technologies.

Loureda compara com os satélites de monitoramento ambiental CBERS, desenvolvidos pela Agência Espacial Brasileira (AEB) em parceria com a China: ao custo de centenas de milhões de dólares e com peso equivalente ao de 40 satélites da Satellogic, têm capacidade igual ou até inferior. Sendo que o custo de produção de cada microssatélite não ultrapassa US$ 2 milhões.”É o mesmo nível de tecnologia que a gente poderia utilizar aqui no INPE ou nas startups nacionais, porém no Brasil não há investimento privado e a AEB até agora não teve essa visão”, afirma.

Ele diz que há um lobby industrial de meia dúzia de empresas de São José dos Campos (SP) que insistem na lógica do produto caro, demorado, grande e pesado. “Se a atual estrutura não mudar, é impossível fazermos qualquer coisa parecida com a Satellogic.” A empresa argentina ocupa posição privilegiada no mercado graças à junção das soluções próprias de geoanálise com a fabricação dos próprios satélites, podendo oferecer serviços a preços bem mais baixos que os da concorrência.

“Entregamos todos esses atributos: alta resolução, alta frequência e preços acessíveis, enquanto outros players da indústria só contemplam no máximo dois deles”, diz Bressan. A meta é eventualmente alcançar uma constelação com mais de 300 satélites ligados em uma plataforma totalmente automatizada, capaz de gerar informações diários. O contrato também é bastante estratégico para a CGWIC. Única empresa autorizada pelo governo chinês a atuar comercialmente na indústria espacial, a parceria coloca o foguete Longa Marcha 6 no páreo do acirrado e nascente mercado dos lançamentos de pequenos satélites.

O lançador só voou duas vezes desde o voo inaugural de 2015, mas é considerado promissor. Ele pode colocar até uma tonelada em órbita, capacidade superior à de concorrentes como o Electron, da Rocket Lab, que transporta no máximo quatro vezes menos carga. Se depender da ambição de empresas como a Satellogic e de suas constelações de satélites cada vez maiores, os pequenos foguetes terão um grande trabalho pela frente ao longo dos próximos anos.

Fonte: Revista Galileu

Brasil

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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Brasília

Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Brasília

Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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