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Setor industrial completa 10 meses sem queda nos empregos, diz CNI

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Sondagem Industrial do mês de abril da Confederação Nacional da Indústria aponta aumento da confiança na indústria e recuperação dos níveis de estoque

(crédito: Divulgação/IBGE)

Setor industrial completa 10 meses sem queda nos empregos, como aponta a Sondagem Industrial do mês de abril da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta segunda-feira (28/6). De acordo com a pesquisa, o índice de evolução do número de empregados ficou em 50,0 pontos em abril.

O índice de evolução da produção ficou em 46 pontos, abaixo da linha divisória de 50 pontos que separa alta de queda da produção. Segundo a confederação, abril costuma ser um mês de atividade industrial mais fraca na comparação com o mês anterior, de forma que nos meses de abril o número costuma ficar abaixo de 50 pontos. O índice em 2021 supera o do mesmo mês de 2020, quando a atividade industrial ficou praticamente paralisada por conta da pandemia, mas é inferior ao dos dois anos anteriores.

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ficou em 68% em abril de 2021, percentual idêntico ao do mês anterior. Desde agosto de 2020, a UCI se mantém em um patamar elevado na comparação com os últimos cinco anos. O percentual de abril de 2021 é o maior para o mês desde 2014, quando atingiu 71%.

O índice de utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual recuou 1,3 ponto, para 43,6 pontos. Apesar do recuo, o índice é o maior para o mês desde 2013, quando foi a 46 pontos.

Nível de estoques

Após um longo período de ajuste, a Sondagem da CNI mostrou que, neste mês, o nível de estoques se aproximou do planejado pelas empresas. O índice de nível de estoque efetivo em relação ao planejado vinha se mantendo abaixo da linha de 50 pontos desde maio de 2020, mostrando estoques mais reduzidos do que o planejado. O índice mostrou nível crítico em setembro e outubro de 2020, e vinha melhorando desde então, mas ainda se encontrava em redução. Agora, em abril de 2021, o nível alcançou 49,6 pontos, o que mostra que esse ajuste praticamente terminou.

Expectativas e confiança na Indústria

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) — Resultados setoriais registrou, em junho, o segundo mês consecutivo de confiança disseminada entre toda a indústria. O indicador subiu em 29 dos 30 setores analisados pela CNI.

“Essa consolidação de uma confiança mais alta, disseminada por toda a indústria, é importante, pois aponta para um segundo semestre positivo. Empresários confiantes tendem a produzir, contratar e investir mais”, explica o gerente de Análise Econômica, Marcelo Azevedo.

A confiança caiu em apenas um deles: Outros equipamentos de transporte (-1,1 ponto). Mesmo assim, o índice ficou em 57,6 pontos, bem acima da linha divisória de 50 pontos. O Icei varia de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos indicam confiança do empresário e quanto mais acima de 50 pontos, maior e mais disseminada é a confiança. Valores abaixo de 50 pontos indicam falta de confiança do empresário e quanto mais abaixo de 50 pontos, maior e mais disseminada é a falta de confiança.

Os setores com as maiores altas de confiança no mês de junho foram: Máquinas e materiais elétricos (+7,9 pontos), Móveis (+6,6 pontos) e Produtos de madeira (+6,4 pontos).

Em relação às expectativas, os empresários industriais permanecem otimistas com relação aos próximos seis meses. O índice de expectativa de demanda aumentou 2,6 pontos, para 58,7 pontos. É o maior índice de 2021 até o momento.

Os índices de expectativa de compras de insumos e matérias-primas aumentaram 1,5 ponto, para 56,4 pontos, enquanto o de número de empregados cresceu 1,2 ponto, para 52,5 pontos. Os índices mostram que os empresários pretendem comprar mais insumos e aumentar as contratações. O índice de expectativa de quantidade exportada manteve-se praticamente estável (alta de 0,1 ponto) em um patamar que mostra expectativas de alta das exportações. O índice foi para 54,8 pontos, acima da linha divisória de 50 pontos.

Assim, o índice de intenção de investimento também mantém-se praticamente estável há três meses. O índice estava em 55,8 pontos em março, oscilou para 55,7 em abril e voltou para 55,8 pontos em maio. Apesar de estar em um patamar 55 mais baixo que o pico de 59,9 pontos alcançado em janeiro de 2021, o índice permanece acima da média histórica, 45 de 50,2 pontos.

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