Cidades

Sem precisar de transplante de rim, homem é operado e morre

Publicado

em

Francisco das Chagas de Oliveira Moura foi operado no lugar de outro Francisco que precisava do órgão

Um erro gravíssimo no sistema de saúde do Rio de Janeiro levou à morte de Francisco das Chagas de Oliveira Moura, de 52 anos, que passou erroneamente por uma cirurgia de transplante de rim da qual não precisava. A falha aconteceu por que o homem passou pelo procedimento no lugar de uma outra pessoa com um nome similar: Francisco das Chagas de Oliveira, de 58 anos.

Apesar de o nome ser, em parte, praticamente o mesmo, os dois homens têm tipos sanguíneos, idades e dados pessoais diferentes. Mesmo assim, o Francisco que não precisava de transplante foi levado para a mesa de cirurgia e morreu após a operação. Os dois eram pacientes de hemodiálise e faziam sessões no Hospital São Francisco da Providência de Deus, no Rio, mas nunca se conheceram.

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro descobriu o erro e mandou toda a apuração para o Ministério Público e para a polícia, que abriu um inquérito. A investigação aponta uma série de erros que começou ainda em setembro de 2020, quando a central de transplantes do Rio notificou o hospital sobre a doação de rim.

A assistente social Vanda Regina Braga Briggs alegou que não conseguiu contato com Francisco das Chagas de Oliveira Moura, o paciente que estava na lista de transplantes. Uma das falhas graves no procedimento residiu no fato de que Moura foi para a mesa de cirurgia mesmo sem apresentar um documento essencial para o procedimento, chamado RGTC.

Francisco Moura teve uma hemorragia e morreu no dia seguinte à cirurgia, sem que o transplante fosse feito. Segundo especialistas, a operação precisa ser feita com urgência por causa da conservação do órgão a ser transplantado.

Por conta do fato, a polícia indiciou por homicídio culposo, sem a intenção de matar, as assistentes sociais Maria da Conceição Loroza e Vanda Regina Braga Briggs, e as médicas Lívia Maria Silva Assis e Deise Rosa de Boni Monteiro Carvalho. Deise não participou do caso, mas é a responsável pelo setor.

Trending

Sair da versão mobile