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Secretário do RJ se diz surpreso com agressividade da covid-19 em jovens

Edmar Santos destacou que doença está atingindo pessoas na faixa dos 30 e 39 anos de maneira muito agressiva

Coronavírus no Rio de Janeiro: sobre a subnotificação dos casos, o secretário pontuou que, para cada caso confirmado, deve haver 50 subnotificados (Ricardo Moraes/Reuters)

“Não nos contaram tudo sobre esse vírus”. A afirmação foi feita pelo secretário estadual de Saúde do Rio, Edmar Santos, nesta terça-feira, ao comentar o alto número de casos de coronavírus em pessoas entre os 30 e 39 anos.

Em entrevista ao “Bom Dia Rio”, ele destacou que a doença se comporta de maneira bastante agressiva nesses pacientes.

“Não nos contaram tudo sobre esse vírus. A segunda faixa que mais interna é a de 30 a 39 anos de idade. Tivemos óbitos nessa faixa”, disse ele.

De acordo com Edmar, o que se vê no Rio — e também no restante do país — é um vírus muito agressivo, com o quadro de pacientes piorando muito rapidamente:

“Os pacientes, quando começam a chegar ao hospital com pouca falta de ar, rapidamente evoluem para gravidade, alguns morrendo no mesmo dia”, descreve.

Subnotificação de casos

Sobre a subnotificação dos casos, o secretário pontuou que, para cada caso confirmado, deve haver 50 subnotificados. Esse total pode chegar a cem. Ele destacou que ainda é muito cedo para saber se a pandemia no Rio chegou ao ápice.

Segundo Edmar, as curvas de internações e de pacientes que precisam de UTI estão achatando, o que mostra que o isolamento social vem sendo eficaz:

“Por mais que possa haver subnotificações, essa curva hoje é mais precisa do que no início. Então, a população deve comemorar ficando em casa. É um sacrifício que está valendo a pena, está salvando vidas. Se relaxar agora, a curva pode disparar de novo”.

App, grupo de notáveis e kit

Edmar adiantou que está sendo desenvolvido um aplicativo gratuito para ajudar o estado a mapear os casos de coronavírus por região.

“É uma estratégia de juntar os testes da secretaria com o app, com o georreferenciamento. Isso vai permitir que tenhamos uma noção clara de onde o vírus está circulando ou não”, disse.

O secretário anunciou a formação de um grupo de notáveis para ampliar a base de especialistas da secretaria e, com isso, o comportamento do coronavírus ser conhecido de maneira mais detalhada.

Ainda de acordo com Edmar Santos, 400 mil kits de testagem chegam nesta quarta-feira ao Rio:

“Estamos testando mais agora do que no início. Por mais que possa haver subnotificação, os números são mais precisos na curva agora do que no início”.

Menos atendimento de emergência

Desde o início do isolamento social, a média de ocupação nos hospitais caiu de 75% para 68%, segundo Edmar. Isso acontece por causa da redução de cirurgias eletivas e, também, porque, com menos pessoas circulando nas ruas, o número de acidentes diminuiu e, consequentemente, o de atendimentos de emergência.

“As pessoas estão sendo menos atropeladas, há menos acidentes de carro e menos gente caindo de bicicletas. As urgências e emergências estão menos sobrecarregadas com traumas”, destacou ele.

Aglomerações em transportes públicos

Mesmo depois da restrição de circulação no estado, ainda é possível ver aglomerações no transporte público – trens e ônibus circulando lotados e pessoas em fila para embarque na Estação Arariboia das barcas, em Niterói.

Edmar diz que comentários “inadvertidos e perigosos” durante o último fim de semana possma ter levado mais gente às ruas.

“Peço que autoridades parem de falar sobre reabertura. Agora não vai reabrir nada”.

Ele frisou que, apesar de ainda haver essas aglomerações, hoje dez vezes menos pessoas estão circulando no transporte público. E pediu ainda a colaboração de empresas para que façam um escalonamento nos horários de seus funcionários.

Automedicação com cloroquina

Antes de começar a falar sobre o uso da substância, Edmar Santos fez um alerta à população sobre automedicação:

“Se tomar por conta própria, vai morrer. É um remédio que tem efeitos colaterais e tem que ser apoiado por um médico”.

Ele disse que há evidências que o uso da droga pode ser benéfico e que ele está sendo estudado por especialistas. De acordo com o secretário, um protocolo da secretaria prevê a assinatura do paciente ou de alguém responsável para que a cloroquina seja usada numa tentativa de salvar a vida.

A partir desta terça, unidades da rede privada poderão adotar o mesmo procedimento, seguindo o protocolo do órgão.

Avaliação

Pelos próximos 15 dias pesquisadores trabalharão dados junto à Secretaria de Saúde para produzir uma informação correta de qual cenário é seguro sair (do isolamento) sem que haja um retorno da epidemia.

“Pelas curvas, ainda avaliando de maneira preliminar, é que em duas semanas possamos encontrar curva da Coreia do Sul, o que é ótimo para nós. As próximas duas semanas são decisivas”.

 

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Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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