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Brasil

São Paulo iguala recorde de calor e cidades passam dos 40 ºC

A maior temperatura já registrada na capital paulista foi 37,8 ºC, no dia 17 de outubro de 2014. A marca pode ser batida hoje

Os termômetros na cidade de São Paulo voltaram a marcar 37,1 ºC ontem, igualando a maior temperatura do ano e a segunda maior da história das medições na capital paulista. A mesma marca também havia sido registrada anteontem. A onda de calor que atinge o Sudeste e o Centro-Oeste do País fez as máximas passarem de 40 ºC em algumas cidades, calor que pode se intensificar nesta sexta-feira, 2.

A maior temperatura já registrada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) na capital paulista foi 37,8 ºC, no dia 17 de outubro de 2014. As medições foram iniciadas no ano de 1943. A marca pode ser batida hoje, quando a máxima prevista é de 38 ºC.

O fenômeno de temperatura é consequência da massa de ar seco e quente que cobre o Brasil central nesse período de inverno, que começa na segunda quinzena de maio e vai até a primeira quinzena de setembro, ou até o início de primavera.

“Neste ano o diferencial é que a precipitação de chuva está ainda menor do que antes e por isso as temperaturas estão mais altas”, informou Mamedes Melo, meteorologista do instituto.

A tecnóloga em edifícios Jéssica Machado, de 24 anos, tem sofrido com o calor intenso feito em São Paulo. Ela trabalha fazendo consultorias em obras em diversos pontos da capital paulista. Só nos últimos dias, Jéssica precisou visitar obras em Ipiranga, Morumbi e São Mateus. “Fico embaixo do sol, não está fácil, é sofrido. viu? E, para ajudar, ainda pego trem, metrô lotado. É uma sensação que eu já tinha me desacostumando de passar”, disse.

De março a julho deste ano, Machado trabalhou somente em casa por causa da pandemia de covid-19. A partir de agosto, no entanto, ela precisou voltar a trabalhar diretamente nas obras. “Em casa, mesmo com o calor, você fica mais tranquilo, é mais fresquinho”, observou.

Quando vai aos “barracões de obra”, a tecnóloga conta que precisa usar luvas e botas, além da máscara de proteção contra o coronavírus, o que aumenta ainda mais a sensação de calor. “O que eu faço para dar uma amenizada é usar uma camiseta mais leve. Mas a calça jeans não tem jeito, eu tenho mesmo de usar.”

Esses dias muito quentes na capital paulista também não estão sendo fáceis para a designer gráfica Izabelle Alvares, de 32 anos. Na última semana, moradora de uma área no centro de São Paulo, se mudou de apartamento. “A outra casa era muito quente, à tarde eu mal conseguia me mexer de tanto calor e o ventilador ficava ligado as 24 horas do dia. Já neste apartamento novo, como é um andar mais alto, às vezes bate um vento. Quando rola o ventinho, fica tudo bem. Mas quando não, começa a bater o desespero”, falou.

Centro-Oeste

A onda de calor no Centro-Oeste do País manteve ontem os termômetros acima dos 40ºC, com novos recordes históricos de temperatura. Água Clara, no Mato Grosso do Sul, registrou 44,4ºC superando os 44,1°C de anteontem. O recorde anterior no Estado era de Corumbá, com 43,8ºC, registrado em novembro de 1962.

Em Cuiabá, Mato Grosso, os termômetros registraram ontem 43,2ºC, bem perto do recorde de anteontem, 43,7ºC. Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, teve máxima de 40,2ºC. Foram as duas capitais mais quentes do País nesta quinta.

A onda de calor deve permanecer na Região Centro-Oeste por pelo menos mais uma semana. A tendência é de que as cidades de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul continuem, pelos próximos dias, com temperaturas superiores a 40ºC.

O tempo seco e quente na região preocupa também por causa dos focos de incêndio no Pantanal, que se estende por esses dois Estados. Em apenas nove meses, o bioma já bateu o recorde anual de focos. “Não há previsão de chuva para a região do Pantanal. Pode ser que ocorra alguma precipitação entre os dias 8 e 9. Até lá as temperaturas continuarão altas e o ar muito seco”, disse Mamedes.

Já no Estado de São Paulo a passagem de uma frente fria amanhã vai provocar chuva e derrubar as temperaturas. Na capital paulista, o céu ficará encoberto, com expectativa de chuva moderada, e a máxima não vai passar de 23 ºC.

Brasil

Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Brasil

Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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