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Protestos pelo Brasil enquanto mundo chega a 7 milhões de casos

Governo do Distrito Federal recua e fecha o comércio em três regiões após aumento de casos de coronavírus

Protesto em São Paulo: apesar da pandemia, cidades do Brasil tiveram manifestações contra o governo (Amanda Perobelli/Reuters)

A pandemia do coronavírus bateu ontem à noite a marca de 7 milhões de casos confirmados e 402.699 óbitos no mundo, segundo os dados da universidade americana Johns Hopkins. O Brasil se manteve em segundo lugar em número de casos (691.758) e em terceiro em número de mortos (36.455), de acordo com o balanço oficial do Ministério da Saúde. Na noite de ontem, o ministério primeiro divulgou 1.382 mortos em 24h, e depois anunciou outro número, de 524 mortos.

Em contraste com outros países, que começaram a reabrir a economia depois de observar uma redução no número de casos de covid-19, o Brasil iniciou esse processo sem ter indícios de que a pandemia já tenha atingido o pico. Em várias cidades do país, o comércio voltou a funcionar e o movimento nas ruas é intenso.

O risco de retomar as atividades sem a estabilização da pandemia é ter que voltar atrás. No Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha (MDB) decretou o fechamento de comércio, parques e igrejas desde zero hora desta segunda-feira (8) em três regiões administrativas (Ceilândia, Sol Nascente e Estrutural) devido ao aumento dos casos após a flexibilização da quarentena, no dia 27 de maio. Desde então, o número de casos confirmados no Distrito Federal dobrou (de 7.761 para 15.986). No intervalo de 24 horas entre sábado e domingo, foram registrados 1.475 novos casos, um recorde.

A volta das restrições ao comércio e aos eventos coletivos nas três regiões administrativas do Distrito Federal foi publicada em edição extra do Diário Oficial na noite de sábado e valerá por 72 horas. A determinação não atinge as demais regiões administrativas do Distrito Federal, onde o comércio de rua e os shopping centers estão liberados.

Em meio ao avanço da covid-19, o Distrito Federal e outras regiões do país viveram ontem um dia de manifestações contra e a favor do presidente Jair Bolsonaro. Apesar do clima de tensão, no geral os protestos ocorreram de forma pacífica. Com uma agenda ampla, que inclui a crítica à atuação do governo diante da pandemia, a defesa da democracia e a luta contra o racismo, as manifestações anti-Bolsonaro conseguiram reunir membros de diferentes grupos, inclusive de torcidas de clubes de futebol historicamente rivais, como corintianos e palmeirenses.

Os organizadores distribuíram álcool em gel aos manifestantes e a maioria das pessoas usava máscaras. Em tempos de coronavírus, várias pessoas preferiram ficar em casa e manifestar-se pelas janelas dos prédios. Em várias cidades do país – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife – houve panelaços.

Em Brasília, a Polícia Militar montou um cordão de isolamento para separar os grupos de manifestantes a favor e contra Bolsonaro. Não houve incidentes. No Rio de Janeiro, grupos anti-Bolsonaro exibiram cartazes lembrando casos de violência policial, como a morte do menino João Pedro, em São Gonçalo, e o assassinato da vereadora Marielle Franco. De acordo com a PM, alguns manifestantes jogaram pedras contra os policiais, e cerca de 40 pessoas foram detidas.

O principal incidente ocorreu em São Paulo, onde a Justiça havia proibido que os atos favoráveis e contrários ao presidente fossem realizados no mesmo local e horário. Cerca de 100 apoiadores de Bolsonaro se reuniram na Avenida Paulista e gritaram palavras de ordem contra os ministros do STF e o governador João Doria, em meio a pedidos de intervenção militar. Mais tarde, cerca de 3.000 manifestantes se reuniram no Largo da Batata, em Pinheiros, em ato contra o governo Bolsonaro e contra o racismo. Ao final do protesto, a polícia usou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar um grupo de manifestantes que pretendia seguir a pé até a Avenida Paulista.

 

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Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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