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Brasília

Parecer da reforma tributária pode ser entregue nesta segunda-feira

Expectativa é de que o texto seja fatiado: primeiro, seria votada a proposta do governo que unifica o PIS e a Cofins

Congresso Nacional do Brasil (Moment/Getty Images)

Em mais de uma ocasião, nos últimos dias, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), definiu esta segunda-feira, 3, como data definitiva para a entrega do parecer da reforma tributária. Mas, mesmo que o relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), apresente o texto no prazo, ainda restam dúvidas sobre qual proposta será levada adiante.

Com o apoio de Lira, o governo negocia uma reforma fatiada. O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), defendeu, na última quinta-feira, 29, em plenário, que a reforma seja feita em quatro etapas — a começar pela fusão do PIS e da Cofins, que seriam substituídos pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).

No dia seguinte, Barros foi ao Twitter explicar que ainda precisava consultar os parlamentares envolvidos. Faltava conversar com o núcleo da comissão mista que discute o assunto: o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45, que cria uma reforma mais ampla e seria usada como base para o parecer; o presidente do colegiado, senador Roberto Rocha (PSDB-MA); e Ribeiro.

Reforma Tributária, sobre o fatiamento da reforma tributária, a decisão depende ainda de consultas ao Relator DEP Aguinaldo Ribeiro, ao autor DEP Baleia Rossi, à comissão mista, Sen Roberto Rocha é dep Hildo Rocha e aos senhores líderes partidários. É importante para o Brasil.

— Ricardo Barros (@RicardoBarrosPP) April 29, 2021

Mesmo depois dessa ressalva, ainda na sexta-feira, 30, Barros confirmou  que a reforma será fatiada. Segundo parlamentares que participam da negociação, o foco deixará de ser a PEC 45, que cria um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) no lugar de cinco impostos sobre consumo (IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS), e passará a ser a unificação mais simples, apenas de dois tributos federais: PIS e Cofins.

É esse arranjo que está sendo articulado pela liderança do governo, com o apoio de Lira. Do ponto de vista prático, é mais fácil aprovar a CBS do que uma simplificação mais ampla. Isso porque a fusão do PIS/Cofins está prevista em um projeto de lei, que exige maioria simples do plenário para aprovação — ou seja, voto favorável de metade mais um dos presentes.

Já as mudanças previstas inicialmente pelo relator, baseadas na PEC 45 ou na PEC 110, do Senado, precisariam dos votos favoráveis de três quintos dos deputados, em duas rodadas de votação. Esse é o apoio mínimo exigido para mudanças na Constituição, inevitáveis no caso de uma reforma mais ampla, que inclua impostos estaduais e municipais.

A maior facilidade na tramitação é um dos motivos para o governo investir apenas na CBS. “Em um primeiro momento, a unificação do PIS/Cofins, feita por projeto de lei, já seria uma sinalização muito positiva para o mercado. Defendo que façamos por etapas. Depois, podemos acrescentar outros impostos”, afirma o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), integrante da comissão mista que discute a reforma.

Para Costa Filho, seria muito difícil avançar se fossem colocados, de cara, todos os impostos sobre consumo. “Existem questões como desoneração, incentivos fiscais, situação de micro e pequenas empresas. Uma série de fatores e detalhes que de certa forma, neste momento, dificultariam fazer a unificação integral”, acredita.

Mas nem todos os parlamentares estão satisfeitos com a ideia de fatiar a reforma. Parte deles acredita que, passada a CBS, dificilmente haverá outras etapas. “Se aprovar a primeira parte, que não resolve problema nenhum, não vai ter ambiente nem para uma segunda, imagine para mais três. É ingenuidade pensar que o governo enviaria mais alguma coisa”, afirma o deputado Luis Miranda (DEM-DF), também integrante da comissão mista.

Divisão

A ideia de dividir o projeto não é novidade. O governo apresentou o projeto de lei que cria a CBS em julho de 2020. À época, o ministro da Economia, Paulo Guedes, garantiu que essa seria apenas a primeira de quatro fases da reforma. Em seguida, viriam mudanças no Imposto de Renda, no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e nos lucros e dividendos.

“Mandaremos todas. Imposto de Renda, dividendos, impostos indiretos. Todos os impostos serão abordados”, prometeu Guedes, em julho do ano passado. Nove meses depois, o restante das propostas não chegou. No Congresso, existe a expectativa de que os próprios parlamentares tomem a frente.

A expectativa de investidores é que, junto com a CBS, também seja aprovada a taxação de lucros e dividendos e, em compensação, uma redução no Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) — essa era uma das propostas anunciadas por Guedes.

Outra fase da reforma trataria de uma reformulação no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), não detalhada. Também eram previstas mudanças no IPI. A ideia era transformá-lo em um Imposto Seletivo, que incidiria apenas sobre produtos como bebidas e cigarros. Nessa fase também entraria a revisão da incidência da Cide, que pode ser extinta. As próximas fases, entretanto, podem ser modificadas.

 

Brasil

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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Brasília

Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Brasília

Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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