Tecnologia
O que a IA pode fazer pela gestão pública? A CLP e Microsoft querem ajudar a entender
Depois que o ChatGPT se tornou a inteligência artificial (IA) generativa mais usada mundialmente, com 100 milhões de usuários, surgiu rapidamente entre as empresas a preocupação sobre como seus funcionários utilizam o bot da OpenAI e tantos outros que surgiram ao longo deste ano. Na tangente, em menor intensidade se discutiu como os governos e todo o setor público dariam uso para esse potente recurso tecnológico.
Para mitigar os efeitios nocivos, mas também impulsionar o que de bom a IA pode oferecer, a Microsoft Brasil e o Centro de Liderança Pública (CLP) anunciaram o lançamento de um guia dedicado à aplicação de inteligência artificial na gestão pública. O evento de lançamento ocorreu durante o 127º Fórum Nacional de Secretários de Estado da Administração em Maceió, Alagoas, em novembro.
O guia, disponível no link, destaca as múltiplas possibilidades de uso da IA no setor público, abrangendo áreas como saúde e segurança. Segundo Tadeu Barros, diretor-presidente do CLP, o objetivo é orientar os servidores para um uso ético e benéfico da inteligência artificial no governo.
“O documento baseia-se no NIST AI 100-1 Artificial Intelligence Risk Management Framework, desenvolvido pelo National Institute of Standards and Technology dos EUA. Na concepção, fizemos a divisão entre uma versão mais simples e introdotória, e um mais robusto, que serve para usos mais avançados e que trabalhem com a IA com mais profundidade”, diz Barros.
No contexto internacional, o Brasil ainda busca avanços significativos no uso de IA em políticas públicas e regulação. Um ranking global da Tortoise Media colocou o Brasil na 35ª posição, atrás de países como República Tcheca e Malta, mas à frente de nações como Nova Zelândia e Hungria.
Ronan Damasco, diretor de Tecnologia da Microsoft Brasil, reforça a importância do guia para o avanço do setor público no uso da IA, destacando seu potencial para melhorar a eficiência dos serviços públicos e beneficiar a economia e a sociedade.
“Além do guia, o CLP desenvolveu um manual de boas práticas em inteligência artificial na gestão pública brasileira, compartilhando iniciativas em andamento no país. Um dos exemplos citados é o assistente virtual Jaque, usado pela Secretaria do Tesouro Nacional, que já realizou mais de 2.800 interações, reduzindo a carga de trabalho dos servidores”, conta Damasco