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MST vandaliza sede da Bayer em Jacareí (SP)

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Cerca de cem militantes incendiaram pneus, destruíram estruturas e picharam as paredes do galpão da farmacêutica alemã

A sede da Bayer em Jacareí (SP) | Foto: Divulgação

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vandalizou nesta sexta-feira, 10, a sede da farmacêutica Bayer no município de Jacareí, localizado a 80 quilômetros de São Paulo. Cerca de cem militantes incendiaram pneus, destruíram estruturas e picharam as paredes do galpão da empresa alemã.

 

Foto: Divulgação

 

De acordo com os invasores, a Bayer exporta para o Brasil “substâncias proibidas em boa parte do mundo”. No Twitter, o MST escreveu que “uma pessoa morre de envenenamento por agrotóxico a cada dois dias”.

Últimos espasmos

Como mostrou reportagem publicada na Edição 115 da Revista Oeste, as invasões perpetradas pelos movimentos sem-terra estão diminuindo sensivelmente. Segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), 11 invasões de fazendas foram registradas no país no ano passado. Em 2020, foram apenas seis. No ano anterior, sete. Trata-se dos menores números verificados desde 1995, quando o Incra passou a organizar as estatísticas.

Nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), os sem-terra invadiram quase 2.500 fazendas. A administração de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou cerca de 2.000 invasões. Na era Dilma Rousseff (PT), por sua vez, houve menos de 1.000 crimes dessa natureza.

Os números mostram que o atual governo, liderado por Jair Bolsonaro (PL), apresenta um desempenho melhor até mesmo que o verificado na gestão de Michel Temer (MDB), que durou de agosto de 2016 a dezembro de 2018: foram 54 invasões durante o tempo em que o emedebista esteve à frente do Palácio do Planalto, enquanto nos últimos quase quatro anos elas não passaram de 15.

Pulverizando mitos

Apesar das acusações do MST, o Brasil não encabeça o ranking de países que mais gastam com defensivos agrícolas por quantidade de alimentos produzidos.

Reportagem publicada na Edição 100 da Revista Oeste mostra que o Japão lidera a lista, com 8 quilos colhidos por cada dólar investido. Na Europa, a média é de 58 quilos e, nos Estados Unidos, de 94 quilos/dólar. O Brasil produz mais de 140 quilos de alimentos para cada dólar investido em pesticidas, graças à eficiência tecnológica de sua produção.

No ranking de países que mais usam defensivos por hectare, o Brasil está em sexto lugar (menos de 5 quilos por hectare/ano). A Holanda ganha a medalha de ouro, com cerca de 20 quilos por hectare/ano. Seguem-se Japão (17,5), Bélgica (12), França (6) e Inglaterra (5,5).

A presença do Brasil entre os países que mais usam pesticidas em volume total é explicada pela grande dimensão territorial de sua agricultura e pelo clima tropical, onde a incidência de fungos, insetos e ervas daninhas é elevada. Por outro lado, as características ambientais do país permitem o plantio praticamente nas quatro estações e a colheita de até três safras anuais.

Em virtude dessas condições, o país precisa investir em defensivos nos 12 meses do ano, enquanto países como Rússia, Estados Unidos, Canadá e Noruega utilizam esses produtos apenas nos períodos mais quentes. Isso acontece porque, no Hemisfério Norte, a neve cobre o solo durante o inverno, o que por si só contribui para o controle de pragas.

(Revista Oeste)

 

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