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Médicos infectados e falta de recursos agravam coronavírus na Itália

Até domingo, a Itália confirmou 59.138 casos de coronavírus e 5.476 mortes por coronavírus

Médicos infectados e falta de recursos agravam surto de coronavírus na Itália (Antonio Masiello/Reuters)

No hospital italiano Oglio Po, 25 dos 90 médicos estão infectados com o coronavírus, o que agrava a pressão enfrentada por um sistema de saúde sobrecarregado pelo segundo pior surto do mundo.

Somando-se a isso, enfermeiras, técnicos e outros funcionários, um quinto dos empregados do hospital foi diagnosticado com a doença, disse a diretora Daniela Ferrari.

Eles e agentes de saúde como eles quase certamente disseminaram o vírus involuntariamente antes de precisarem de tratamento ou de se isolarem, disseram pesquisadores e sindicatos.

O quadro é o mesmo em outros hospitais, entre famílias de médicos e em casas de repouso – exacerbado pela falta de máscaras e luvas suficientes quando o surto foi detectado um mês atrás, dizem líderes do setor, sindicatos e médicos.

“Estamos no limite de nossas forças”, disse o doutor Romano Paolucci, que abandonou a aposentadoria para ajudar o hospital Oglio Po, próximo de Cremona, uma das cidades mais atingidas da região da Lombardia.

“Não temos recursos suficientes, e especialmente funcionários, porque, além de todo o resto, agora os funcionários estão começando a adoecer.”

Na Lombardia, região com o maior número de casos e mortes, ao menos dois hospitais se tornaram focos de contaminação – pacientes contaminaram pessoal médico, que em seguida espalhou a doença ao circular em suas comunidades antes de uma interdição severa ser imposta.

Este é um dos fatores que vêm ajudando o vírus a se disseminar tão rapidamente, disse Giuseppe Remuzzi, diretor do Instituto de Pesquisa Farmacológica Mario Negri.

“Pacientes infectaram outros pacientes e médicos, que depois saíram e contaminaram outros”, explicou Remuzzi.

Em nível nacional, 4.268 agentes de saúde – ou 0,4% do total – haviam contraído o vírus até 20 de março, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde.

Em Bergamo, cidade do nordeste da Lombardia, 134 de 600 médicos de família – ou 22% – adoeceram ou foram postos em quarentena, disse Guido Marinoni, chefe da associação local de clínicos gerais. Três médicos morreram.

Nas casas de repouso da cidade, a situação é ainda pior, já que 1.464 de 5.805 agentes de saúde adoeceram, disse.

Militares italianos detêm passageiros que querem fugir da covid-19

A polícia e o Exército italianos estão controlando quem procura trens para outras cidades. Decreto do governo do primeiro-ministro, Giusseppe Conte, assinado no sábado (21) impede os deslocamentos entre regiões e cidades.

No domingo, 22, 120 passageiros foram impedidos de embarcar na estação central de Milão, capital da Lombardia e centro da epidemia do coronavírus na Itália. Nesta segunda-feira, militares do Exército controlavam o embarque na Estação Termini, em Roma.

Conte resolveu estreitar ainda mais as regras de fechamento de atividades na Itália depois de ser pressionado pelos governadores de províncias afetadas, como a Lombardia, e por aqueles do Sul do país que ainda temiam uma fuga moradores do norte em direção a áreas ainda menos afetadas pela covid-19.

Além de controlar os deslocamentos, os decretos de fim de semana de Conte mandam fechar até 3 de abril todas as atividades não essenciais na Itália. A Pirelli, por exemplo, fechou; já a Barilla, não. Isso porque toda a indústria automobilística foi paralisada, enquanto a de alimentos pôde permanecer aberta.

Na última semana, o governador Attilio Fontana (Lombardia) havia pedido medidas mais drásticas ao governo italiano. Ele está senso assessorado por médicos chineses que enfrentaram a epidemia de coronavírus com o toque de recolher na China.

Fontana emitiu um decreto que é ainda mais rígido do que o de Conte e determinou o fechamento na região de negócios que haviam passado ilesos nas determinações do primeiro-ministro.

Esses são os casos dos escritórios de advocacia e dos de contabilidade, que fecham na Lombardia enquanto permanecem abertos no restante do país.

Davide Camparini, assessor da região lombarda, criticou o governo Conte: “Disse que deveríamos ter esperado. Aqui se está morrendo. Na Lombardia, os hotéis serão fechados, os escritórios profissionais serão fechados e a desobediência será punida com 5 mil euros de multa”, afirmou ao Corriere della Sera.

A Itália havia registrado até domingo 59.138 casos de coronavírus no país, dos quais 5.476 pacientes morreram e 7.024 foram curados. Sozinha, a Lombardia contava no domingo com mais mortos do que a China. Foram 3.456 e 5.865 pacientes curados. Ao todo 17.889 pessoas estavam em tratamento em razão da covid-19 na região. (Com agências internacionais).

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Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

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Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

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Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

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País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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