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Brasília

Mais uma no Líbano: tribunal não vê dedo do Hezbollah na morte de premiê

O ex-premiê Rafik Hariri foi morto em 2005, em episódio que marcou o Líbano e aprofundou a crise interna. Julgamento da ONU se arrastava por anos

Outdoor com o rosto de Rafik al-Hariri nesta terça-feira, 18, no Líbano: premiê foi morto em 2005 (Aziz Taher/Reuters)

Em meio à crise no Líbano, um caso antigo volta à tona. Um tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta terça-feira, 18, disse que não há evidência de que as lideranças do Hezbollah ou da Síria estejam envolvidas no assassinato do ex-premiê Rafik al-Hariri.

Hariri, milionário muçulmano e sunita e que se tornou uma das figuras mais importantes do Líbano, foi morto em fevereiro 2005 após a explosão de uma bomba em um carro em Beirute.

Seu filho, Saad Hariri, também foi premiê de 2009 a 2011 e novamente de 2016 a este ano, quando renunciou por protestos que varreram o Líbano diante da crise econômica — intensificada justamente diante das disputas políticas após a morte do pai.

O Hezbollah vem negando nos últimos anos participação no bombardeio que matou Hariri. O julgamento parou o Líbano e está sendo transmitido ao vivo pelas principais redes de televisão do país, mas não foi ao ar na Síria ou nas emissoras aliadas ao Hezbollah.

Líbaneses seguram bandeiras em frente ao tribunal da ONU: julgamento do caso Hariri foi adiado após a explosão em Beirute (Eva Plevier/Reuters)

A morte de Hariri foi vista como um duro golpe para a população do Líbano. Na ocasião, seu assassinato reduziu o poder dos sunitas e ampliou a influência política dos xiitas, grupo muçulmano rival dos sunitas e da mesma linha do Hezbollah.

Empresário do ramo da construção civil, Hariri tinha fortes laços com o governo da Arábia Saudita por ter construído obras no país a partir dos anos 1970. Nos anos seguintes, Hariri acumularia uma grande fortuna com obras para os sauditas e busca de investimentos para o Líbano. Seu império foi além da construção civil e incluiu mais tarde petróleo, bancos, indústrias e telecomunicações.

Na década de 1980, após a guerra civil, Hariri também foi um dos principais responsáveis pela reconstrução da capital Beirute por meio das obras de suas empreiteiras.

O julgamento do caso Hariri deveria ter acontecido no começo do mês, mas foi adiado após a explosão que matou ao menos 178 pessoas. O caso aprofundou a crise no Líbano e fez o governo atual renunciar.

No julgamento de hoje, o tribunal da ONU apontou que embora acredite que “Síria e Hezbollah talvez tenham tido motivos para eliminar o Sr. Hariri e seus aliados políticos, contudo, não há evidência que a liderança do Hezbollah teve qualquer envolvimento com o assassinato do Sr. Hariri e não há evidência direta do envolvimento da Síria”, disse o juíz David Re ao ler a decisão da corte, segundo a agência Reuters.

O caminhão-bomba que matou Hariri em 2005 tirou também a vida de outras 21 pessoas e deixou 226 feridos.

Quatro suspeitos, ligados ao Hezbollah, eram o centro do julgamento desta terça-feira, que se arrasta há mais de cinco anos. O juiz que leu a conclusão do caso diz que as evidências encontradas nos celulares dos julgados eram “quase inteiramente circustanciais” — o juiz também explicou que, por criptografia das ferramentas, não têm acesso às mensagens na íntegra, apenas a metadados.

Crise política no Líbano

Após a explosão em Beirute neste mês, protestos massivos tomaram conta das ruas do Líbano e levaram à renúncia do governo do premiê Hassan Diab. O Líbano ainda não tem um novo primeiro-ministro.

Diab, aliás, havia chegado ao cargo poucos meses antes após a renúncia de Saad Hariri, o filho de Rafik. Saad Hariri renunciou também em meio a protestos no país, meses antes da explosão. Naquela ocasião, os protestos aconteceram diante da grave crise econômica que vive o Líbano nos últimos anos.

As estimativas apontam que a economia do Líbano deve encolher 12% neste ano. Caso as previsões se confirmem, será um dos piores resultados desde a guerra civil (1975-1990), marcada por conflitos entre libaneses de diferentes religiões e invasões territoriais de Israel.

O conflito com Israel também oficializou uma divisão de poder que perdura até hoje no Líbano. Ficou definido que o presidente seria sempre cristão, o primeiro-ministro, um muçulmano sunita (a corrente majoritária do islã, como os Hariri), e o porta-voz, um muçulmano xiita.

Esse é um sistema criticado por não favorecer escolhas baseadas em critérios técnicos para postos-chave no governo, abrindo as portas para conversas palacianas pouco ortodoxas. Nos últimos anos, o xadrez político ficou ainda mais complexo, o que acabou exercendo um papel relevante no desastre econômico.

A explosão intensificou tanto a crise econômica quanto os conflitos. O Hezbollah já chegou a afirmar que teme uma guerra civil entre os grupos no país.

(Com agências internacionais)

 

Brasil

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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Brasília

Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Brasília

Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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