Brasília
K2-141b, o planeta onde chove pedra, os ventos são supersônicos e os oceanos são feitos de lava
Bem-vindo ao planeta K2-141b, uma ‘super-Terra’ tão quente que a rocha vaporiza e chove do céu, os oceanos são feitos de lava e os ventos atingem velocidades supersônicas; e você pensou que 2020 na Terra era difícil!
Em K2-141b, a chuva é feita de rochas, há um oceano de lava com mais de 100 km de profundidade e os ventos sopram a uma velocidade quatro vezes maior que o som.
“Este é um planeta muito emocionante, com clima extremo, chuva mineral e neve e vento supersônico”, diz o astrônomo Tue Giang Nguyen à BBC.
“Não é um lugar feliz para se viver, mas é um planeta legal para estudar coisas estranhas“, acrescenta seu colega, o professor Nicolas Cowan.
Junto com uma equipe de astrônomos da Índia e do Canadá, eles publicaram um novo artigo com as últimas descobertas em K2-141b, um planeta rochoso como a Terra … ou talvez não exatamente como ela.
Bem-vindo ao ‘planeta lava’
K2-141b, também conhecido pelo nome mais poético de EPIC 246393474.01, fica a 202 anos-luz da Terra, na constelação de Aquário.
Este é um mundo incandescente e inóspito, onde o tempo realmente voa: K2-141b orbita tão perto de sua estrela que um ano termina em menos de sete horas.
Sua estrela é o que os astrônomos chamam de “anã laranja” — consideravelmente mais fria que o nosso Sol — e é tão opaca que não pode ser vista da Terra.
K2-141b “é um planeta de lava”, dizem os cientistas que analisam e interpretam os dados no Instituto Indiano de Educação e Pesquisa Científica (Calcutá, Índia), Universidade de York (Toronto, Canadá) e Universidade McGill (Montreal, Canadá).
É também uma “super-Terra”, porque embora não seja muito maior que o nosso planeta, sua massa é cerca de cinco vezes maior (ou seja, a atração gravitacional do K2-141b é cinco vezes maior do que a da Terra).
Embora o K2-141b tenha sido descoberto em 2018 pela “missão K2” do Telescópio Espacial Kepler, os pesquisadores só agora estão começando a descobrir suas maravilhas.
Então, como é o clima?
Embora K2-141b gire em torno de sua estrela em questão de horas, ele não gira em torno de seu eixo, como a Terra.
“Isso significa que dois terços do planeta estão sempre expostos à luz em um dia eterno, e as temperaturas ali podem chegar a até 3.000ºC”, diz Cowan.
Já o lado oposto está sempre no escuro e as temperaturas despencam para -200ºC.
Essas mudanças drásticas de temperatura resultam em condições climáticas extremas … e o que os astrônomos chamam de “chuva rochosa”.
Imagine o ciclo da água na Terra por um minuto: a água evapora do solo, forma nuvens na atmosfera, chove para reabastecer lagos e oceanos e o processo recomeça.
“Bem, em K2-141b é a mesma coisa, mas com pedras”, diz Cowan.
‘Estranho e emocionante
“O que é preciso ter em mente é que, neste planeta, tudo é feito de rocha“, afirma.
O calor no lado diurno do planeta é “tão ridiculamente intenso que a rocha se vaporiza e os minerais sobem para sua fina atmosfera. É estranho, mas emocionante”.
“Mas literalmente não há atmosfera no lado noturno do planeta, que é superfrio e congelado em estado sólido”, acrescenta.
Essa mudança drástica de pressão e temperatura entre o lado claro [quente] e o lado escuro [frio] do planeta gera ventos supersônicos — estamos falando de velocidades de até 5 mil km/h.
Estes “transportam o vapor de rocha para o lado noturno do planeta, onde se condensa em gotas de rocha”, diz Cowan.”Basicamente, você acaba com chuva de rocha, e às vezes até neve de rocha, caindo no oceano de magma abaixo”, acrescenta.”Este estudo é o primeiro a fazer previsões sobre as condições meteorológicas no K2-141b”, diz Nguyen, que está animado com o que pode ser detectado “a centenas de anos-luz de distância com telescópios de próxima geração”.
Devemos nos importar?
Tudo isso é muito interessante, mas por que isso importa para nós, terráqueos?
“Estudar o K2-141b pode nos ajudar a entender mais sobre o passado da Terra, já que ela já foi um mundo envolto em magma”, diz Nguyen, o autor principal do estudo.
“Os planetas de lava nos dão um raro olhar neste estágio da evolução planetária“, afirma Cowan. “Todos os planetas rochosos, incluindo a Terra, começaram como mundos derretidos, mas depois esfriaram e se solidificaram rapidamente.”
Portanto, descobrindo mais sobre o K2-141b, poderíamos desenvolver um melhor entendimento de como a Terra surgiu. Mas há um incentivo adicional para continuar procurando…
“Pode servir de base para estudos futuros de incontáveis planetas de lava ainda a serem descobertos. É um passo para uma maior exploração de planetas semelhantes à Terra ou de mundos habitáveis além do nosso Sistema Solar”, diz Nguyen.
“Esses planetas de lava são muito divertidos e nos permitem estudar todo tipo de coisas estranhas” acrescenta Cowan.
Se você não tem acesso a um telescópio multimilionário, mas gostaria de mergulhar em um pouco de astronomia, você ainda pode verificar o K2-141b e seus arredores no catálogo da NASA que oferece um close-up fantástico com modelos cientificamente precisos.
Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio
Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:
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A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.
A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.
Brasília
Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS
Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.
Por Agência Brasil
Brasília
Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.
O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.
Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.
Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.
O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.
Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.
Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.
A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.
O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.
SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR
O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.
O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.
A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.
O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.
A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.
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