Cidades
Influencer brasileira de viagem e turismo desaparece na África
Nataly Castro está há quase 72 horas sem contato com a família
A influencer de viagem Nataly Castro está há quase 72 horas sem contato com a família, informa um post no Instagram dela, publicado pela prima e assessora. Nataly tem mais de 100 mil seguidores na rede social e desapareceu após sair da República da Guiné.
O perfil da influenciadora (@viajesemlimites) informa que ela busca ser a primeira mulher brasileira a visitar todos os países do mundo e que disputa seis recordes mundiais pela paixão por viagens. A última publicação no feed feita por ela foi em 19 de outubro, um post de aniversário.
– Estou em Cairo, no Egito – escreveu Nataly.
– O mundo é a minha casa e sou feliz pela liberdade que tenho de ir pra onde eu quero e na hora que eu quero. 29 aninhos, muitas histórias, amadurecimento, conhecimento e levando a minha essência aonde passo. Novo ciclo, novas oportunidades, novas realizações – concluiu, no post de comemoração.
SEM COMUNICAÇÃO
A família perdeu o contato com a criadora de conteúdo há mais de dois dias, o que é incomum segundo a assessora Nayane Carolline.
– Apesar dela não ter postado nada esses dias, a Nataly sempre entra em contato com a nossa família – afirmou.
No próprio perfil, ela vem publicando apelos por notícias e ajuda no rastreio da prima. Até o momento, porém, as informações parecem desencontradas.
Ela conta em uma série de stories que a última vez que souberam de Nataly foi por meio de um homem que teria sido o último a ver a influencer, mais de 40 horas atrás.
– Ele não está recebendo mais as nossas mensagens, não atende quando a gente liga. O que ele falou é que ela estava saindo da Guiné para Serra Leoa.
Ela teria chegado a passar pela imigração em Guiné e sido colocada em uma perua.
– A última pessoa que havia visto ela informou que a Nataly não deu notícias por falta de internet – diz um story publicado na página da influencer.
Entretanto, na última atualização publicada por Nayane no @viajesemlimites, ela reproduz o que seria a mensagem de um seguidor que conseguiu contato com a chefe de imigração na fronteira entre Guiné e Serra.
– Acabou de me ligar confirmando que ela foi para a Libéria e não para Serra Leoa. E isso foi há dois dias com base nos registros – diz a mensagem de texto.
QUEM É NATALY CASTRO
Nataly mantinha um canal no YouTube que hoje conta com 162 vídeos. Nele, mostrava as viagens que fazia e também vlogs dando dicas, como um passo a passo para conseguir o visto americano. A página está parada há três anos. O motivo seria o desafio de rodar o mundo.
Na descrição do canal ela informa que o hiato ocorre pela busca de cumprir a meta de passar por todos os países do globo o mais rápido possível e conquistar o recorde de ser a primeira mulher brasileira e negra a completar o feito: “200 países em 18 meses”, explica.
Também no canal, ela se apresenta:
– Meu nome é Nataly, sou jornalista e nômade digital. Viajo o mundo desde 2013 e há nove anos compartilho um pouco de cada lugar aqui.
A jovem de 29 anos é natural de São Paulo e se formou em Comunicação Social pela Faculdade Paulus de Comunicação em 2015. De acordo com o LinkedIn da criadora de conteúdo, ela também é CEO de um café e restaurante no bairro do Butantã, na Zona Oeste da capital paulista.
Entre 2017 e 2018, Nataly teria morado nos Estados Unidos. Em Orlando, na Flórida, atuou como redatora, assistente de edição e produtora de conteúdo nesse período – também de acordo com o perfil no LinkedIn.
Em abril de 2020, por causa da pandemia de Covid-19, fez um vídeo contando que interrompeu as viagens durante a emergência de saúde pública.
– Não tem como. Não quero e não posso viajar nessa situação.
Em entrevista ao portal G1 no ano passado, Nataly falou dos planos de volta ao mundo e sobre os desafios de viajar sozinha. Ao passar pela Polônia, foi agredida na rua.
– Percebi que as pessoas atravessavam a rua para não ficar na mesma calçada que eu. Apontavam, me chamavam de “black” me chamavam de “monkey”, que é macaco, eu fui me sentindo muito desconfortável ao ponto de chorar, começar a chorar no meio da rua, porque eu não estava acreditando naquela situação que eu estava vivendo – disse.