Economia
Ibovespa hoje: Bolsa opera estável entre maior cautela por discurso de Powell e alta do petróleo
Falas de presidente do Federal Reserve alimentam expectativas de alta de juros mais dura em setembro
O Ibovespa opera próximo da estabilidade nesta segunda-feira, diante de maior cautela do mercado internacional. A contribuição positiva vem das petrolíferas, beneficiadas pela alta do petróleo, apesar das preocupações derivadas do discurso presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.
- Ibovespa: + 0,02%, 112.323 pontos
Em sua mensagem de sexta-feira, 26, em Jackson Hole, Powell sinalizou que fará o que for para controlar a inflação americano, mesmo que prejudique a atividade econômica.
“Jerome Powell descartou a possibilidade de corte de juros em breve nos Estados Unidos. Obviamente, o mercado sente, principalmente ações de crescimento, que sofrem bem mais que as de valor”, disse Jerson Zanlorenzi, head de renda variável do BTG Pactual, em morning call desta segunda. “E hoje continua, com o mercado ainda apreensivo.”
Apostas de um aperto mais duro da política monetária americana cresceram desde o discurso, com a probabilidade de mais uma elevação de 0,75 ponto percentual se consolidando. A probabilidade nesta segunda está 64,5%, enquanto a chance de abrandamento para 0,50 p.p. é precificada 35,5%. Perspectivas de juros mais alto afetam diretamente bolsas dos Estados Unidos, que caíram mais de 3% no último pregão e estendem as quedas nesta manhã.
- S&P 500 (EUA): – 0,58%
- Nasdaq (EUA): – 0,65%
O melhor desempenho do mercado brasileiro é motivado pelas ações da Petrobras, com a segunda maior participação no Ibovespa. Os papéis da companhia saltam mais de 2%, seguindo a valorização do petróleo brent, que voltou a ser negociado acima de US$ 100. A 3R (RRRP3) e PetroRio (PRIO3), saltam mais de 5% e 3%, respectivamente. Como pano de fundo da apreciação da commodity estão rumores de que a Opep+ prepara um corte de produção.
- 3R (RRRP3): + 5,02%
- PetroRio (PRIO3): 3,28%
- Petrobras (PETR3): + 2,14%
Ventos favoráveis também sopram na economia brasileira. Estimativas para o crescimento e inflação deste ano voltaram a ser positivamente revisadas em Boletim Focus desta segunda, com o IPCA esperado saindo de 6,82% para 6,70% e o PIB saltando de 2,02% para 2,10%.
Além das perspectivas para os principais indicadores econômicos do país, economistas digerem os dados do Caged divulgado nesta segunda.A publicação revelou a criação de 218.902 empregos de carteira assinada em julho, abaixo do consenso da Bloomberg, de 258.000.
Embora abaixo do esperado, os dados foram classificados como “relevantes” por André Perfeito, economista-chefe da Necton. Perfeito, no entanto, acredita que a criação de empregos deve desacelerar nos próximos meses. “Provavelmente devemos ver uma acomodação na criação de vagas, afinal avançou bastante ao longo dos últimos meses.”