Tecnologia
Facebook encontra novas campanhas de desinformação e aparelhos para 2020 Torrent
SAN FRANCISCO (Reuters) – O Facebook disse na segunda-feira que encontrou e retirou quatro campanhas de desinformação apoiadas pelo Estado , a mais recente de dezenas que a empresa identificou e removeu este ano.
Três das campanhas foram originadas no Irã e uma na Rússia, segundo o Facebook, com atores apoiados pelo Estado disfarçados de usuários genuínos. Seus posts visavam pessoas no norte da África, América Latina e Estados Unidos, informou a empresa.
Ao mesmo tempo, a rede social lançou várias novas iniciativas para reduzir a disseminação de informações falsas em seus serviços, incluindo um esforço para rotular claramente algumas postagens imprecisas que aparecem no site.
As medidas sugerem que, enquanto o Facebook amplia suas proteções antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2020, atores maliciosos que desejam moldar o discurso público não mostram sinais de que vão embora.
“As eleições mudaram significativamente desde 2016, mas o Facebook também mudou”, disse Mark Zuckerberg, executivo-chefe do Facebook, em uma teleconferência. “Enfrentamos ataques cada vez mais sofisticados de estados-nação como Rússia, Irã e China, mas estou confiante de que estamos mais preparados.”
O Facebook, de longe a maior rede social do mundo, enfrenta uma enxurrada quase diária de críticas de candidatos à presidência americana, do público, da imprensa e de órgãos reguladores de todo o mundo, muitos dos quais argumentam que a empresa é incapaz de controlar adequadamente seu poder desproporcional.
A senadora Elizabeth Warren , líder da indicação presidencial democrata, acusou recentemente o Facebook de ser uma ” máquina de desinformação com fins lucrativos “. A Federal Trade Commission e o Departamento de Justiça estão conduzindo investigações sobre o poder de mercado do Facebook e o histórico de aquisições de tecnologia.O Facebook geralmente adota uma abordagem prática em relação aos usuários que compartilham informações falsas ou imprecisas no site. Na semana passada, Zuckerberg fez uma defesa sólida das políticas da empresa , incluindo a capacidade de usuários e políticos de publicar postagens imprecisas. Ele disse que o Facebook foi fundado para dar voz às pessoas.
No entanto, mesmo que o Facebook tenha defendido a liberdade de expressão, ele foi incapaz de conter a desinformação que as pessoas publicam em seu site. Na segunda-feira, a empresa disse que as campanhas de desinformação removidas incluíam conteúdo que abordava conflitos no Oriente Médio, conflitos raciais e postagens envolvendo Alexandria Ocasio-Cortez, uma congressista democrata de Nova York. Os postos cruzavam categorias e linhas ideológicas, aparentemente com nenhuma intenção específica além de fomentar a discórdia entre os cidadãos em vários países.
Zuckerberg disse que, nos últimos três anos, o Facebook se tornou mais capaz de procurar e remover redes de influência estrangeira, contando com uma equipe de ex-oficiais de inteligência, especialistas em forense digital e jornalistas investigativos. O Facebook tem mais de 35.000 pessoas trabalhando em suas iniciativas de segurança, com um orçamento anual que chega a bilhões de dólares.
Mas, como o Facebook aprimorou suas habilidades, seus adversários também, disse ele. Ele acrescentou que houve uma escalada de ataques sofisticados vindos do Irã e da China – além das campanhas iniciais de desinformação da Rússia em 2016 – sugerindo que a prática só se tornou mais popular nos últimos anos. Uma indústria caseira de empresas também surgiu, disse ele, vendendo serviços de desinformação direcionados ao Facebook para governos e outros maus atores.
Embora a empresa não queira ser um árbitro do discurso permitido em seu site, o Facebook disse que deseja ser mais transparente sobre a origem do discurso. Para esse fim, agora aplicará rótulos em páginas consideradas pela mídia patrocinada pelo Estado – incluindo veículos como o Russia Today – para informar as pessoas se os veículos estão total ou parcialmente sob o controle editorial do governo de seu país. A empresa também aplicará os rótulos na página do Facebook, além de tornar o rótulo visível dentro da biblioteca de publicidade da rede social.
“Manteremos essas páginas com um padrão mais alto de transparência, porque elas combinam a influência de uma organização de mídia na tomada de opinião com o apoio estratégico de um estado”, disse o Facebook em um post no blog.
A empresa disse que desenvolveu sua definição de mídia patrocinada pelo Estado com a participação de mais de 40 organizações globais externas, incluindo Repórteres Sem Fronteiras, Centro Europeu de Jornalismo, Unesco e Centro de Mídia, Dados e Sociedade.
A empresa também rotulará com mais destaque as postagens no Facebook e em seu aplicativo do Instagram que foram consideradas parcial ou totalmente falsas por organizações externas de verificação de fatos. O Facebook disse que a mudança foi feita para ajudar as pessoas a determinar melhor o que deveriam ler, confiar e compartilhar. O rótulo será exibido com destaque em cima das fotos e vídeos que aparecem no feed de notícias, bem como nas histórias do Instagram.
Pode ser difícil determinar quanta diferença os novos rótulos mais agressivos farão. Lar de mais de 2,7 bilhões de usuários regulares, o Facebook e o Instagram veem bilhões de conteúdos compartilhados diariamente em suas respectivas redes. Notícias e postagens verificadas por fatos representam uma fração desse conteúdo. Uma riqueza de informações também é difundida em particular nos serviços de mensagens do Facebook, como o WhatsApp e o Messenger, dois canais que foram identificados como canais principais para disseminar informações erradas.
Tecnologia
“Brainrot”, você tem isso? Conheça esse efeito colateral da vida digital
Termo descreve a “deterioração mental” causada por consumir grandes quantidades de conteúdo de baixo valor, como memes e vídeos sem sentido
Se você leu meu texto sobre a slopficação da internet, talvez agora você fique um pouco mais assustado. Senta que lá vem a história…
Se você é millennial, como eu, e tinha uma certa esperança que a próxima geração seria melhor e daria conta de um monte de coisas que não conseguimos, bem… nascer e crescer imerso em redes sociais parece que não está fazendo muito bem, pelo menos na construção de gosto e o que se escolhe consumir online.
Entender minimamente a GenZ (Geração Z) e a Geração Alpha tem consumido boa parte do tempo das minhas pesquisas online. Sacar os movimentos e tentar entrar na cabeça dos jovens é interessante e surpreendente, já que os valores e gostos são completamente diferentes. E olha que pra muita coisa eu sou mais Z que Y.
Mas vamos para o que interessa. Você já ouviu ou viu, em algum lugar, termos como:
- Skibidi Toilet
- Level Five Gyat
- Rizz
- Fanum Tax
- Only in Ohio
- Sigma Looksmaxxing
- Grimace Shake
Parece erro, palavras sem sentido, mas eles têm aparecido com frequência em uma série de conteúdos virais, mais especificamente memes, e que têm sido atribuídos ao tal do “brainrot”. Se você perguntar para o Google Tradutor, não vai conseguir nada. Já para o ChatGPT, ele traz uma luz. Olha só:
Acho que, com isso, você já consegue ir sacando o que é “brainrot”. Apesar desse termo ser antigo (usado desde 2004), é agora que ele está bombando em redes sociais muito usadas por jovens da GenZ, como o TikTok.
E não é pouco dizer que esses jovens internautas estão obcecados com a tal “brain rot” ou “brainrot”. Tanto que a própria viralização do termo explica muito o que estamos vivendo nos tempos atuais: “doomscrolling“, essa rolagem infinita nos nossos feeds, e também nosso estado online crônico.
Traduzido por “podridão cerebral”, “apodrecimento do cérebro” ou até “cérebro apodrecido”, o termo, ou condição, descreve a “deterioração mental” causada por consumir grandes quantidades de conteúdo de baixo valor, como memes e vídeos sem sentido, que podem afetar negativamente as habilidades cognitivas e a capacidade de pensar criticamente.
Longe de ser um termo médico ou científico, é simplesmente um efeito colateral do nosso comportamento online, principalmente em redes sociais, frequentemente motivado por um desejo compulsivo de se manter atualizado, principalmente com eventos negativos, mesmo quando isso pode ser emocionalmente desgastante ou prejudicial para a saúde mental.
Basicamente, estamos gastando mais tempo e literalmente nos entregando e absorvendo grandes quantidades de informações irrelevantes e de baixa qualidade.
Sem entrar nas questões neurodegenerativas, não precisamos de muito para entendermos que, ao consumirmos conteúdos piores, ficaremos piores. Ou seja, nossos cérebros vão trabalhar com o que recebem. Se consumimos porcarias, vamos pensar em porcarias. Simples assim.
E tem muita gente online falando que já está com “brainrot” só de ter recebido ou passado por certos conteúdos, justamente porque estão muitos expostos a eles. E assim como os “slops” causam uma certa confusão mental, os conteúdos associados ao brainrot também, desassociando imagens ou conceitos de seus contextos reais.
Um exemplo é a imagem de um soldado da Segunda Guerra Mundial com um olhar atordoado, que faz parte da pintura de Tom Lea “That 2,000 Yard Stare“, que é usado em muitos conteúdos meméticos, e que TikTokers dizem ser brainrot.
Popularização e perigos
Fazendo uma pesquisa rápida no Google Trends, percebemos que tivemos uma procura maior do termo em 2005 e 2010, mas, a partir da segunda metade de 2023 até agora, o termo explodiu. E é interessante notar que esses picos estão muito associados à cultura gamer e a jogos que contribuíram com seu uso ao longo da década de 2010.
Inclusive, “brainrot” é uma doença que os jogadores podem contrair no jogo de “2011 The Elder Scrolls V: Skyrim“. Em 2007, ano que muita gente considera o surgimento do termo, ele aparece em posts no X, nos quais os usuários descreviam reality shows de namoro, videogames e certos comportamentos, como brainrot.
Um artigo recente do NYT, Jessica Roy relata como alguns usuários do TikTok até começaram a criar paródias de pessoas que parecem “ter” essa condição, ajudando, assim, na popularização, ridicularização e adoção do termo. E, apesar de não ser um elogio falar que alguém tem brainrot, algumas pessoas demonstram um leve orgulho ao admitir a condição.
Em um quiz recente do BuzzFeed, dava até pra saber se “o seu cérebro está 1000% cozido”. Outra leva de vídeos fala que quanto mais gírias da internet uma pessoa usa, mais brainrot ela tem.
E apesar do humor que tudo isso traz, existe um lado bem ruim. Sabe quando a gente fica obcecado por algo e vê aquilo em todo lugar, ou quando gostamos tanto de um personagem ou uma celebridade e começamos a ficar parecidos com elas? Bem, consumir conteúdos de baixa qualidade pode nos deixar menos preparados a certaz situações e “menos inteligentes”, como colocam os jovens com brainrot. Muitos compartilham nas redes seu medo de ficaram “burros”.
Há muitos pesquisadores que estão se debruçando nesse tema, como o neurocientista Michel Desmurget, que tem um livro bastante controverso, assim como outros que se adentram nesse tema, “A fábrica de cretinos digitais: Os perigos das telas para nossas crianças”.
Esse medo de ficarmos piores cognitivamente é real, porque somos o que comemos e consumimos. A “Geração Touch” e as “crianças de iPad” certamente carregam consequências disso, tanto pela tela e o aumento de miopia, muita quantidade de luz azul, que traz alterações no sono, e por aí vai, até o que é visto, assistido e lido.
Em toda a história da humanidade, acompanhamos as consequências boas e ruins das mais diversas tecnologias que foram sendo introduzidas nas nossas vidas, e se tratando de internet, hoje e sempre, independente da tecnologia em si, sabemos que “gostamos” de certos conteúdos justamente pelo modo como nosso próprio cérebro funciona.
Nem vou entrar nessa discussão, porque isso daria um outro texto, mas, no caso dos memes, eles são divertidos, rola uma conexão emocional positiva com eles, e isso dá uma ajudinha na disponibilidade de dopamina no nosso cérebro. É entretenimento puro e viciante.
Por isso mesmo, existem muitos pesquisadores interessados no assunto, tanto que, nos Estados Unidos, diversas instituições de saúde já estão estudando isso como um distúrbio. No artigo no NYT, é citada a pesquisa do Hospital Infantil de Boston, que chama essa condição de “Uso Problemático de Mídia Interativa”. E ela mostra que, conforme passamos muito tempo online, mudamos nossa percepção do espaço físico para o online, e isso tem consequências.
E a GenAI nessa história?
Brainrot está na moda hoje em dia, assim como a GenAI (inteligência artificial generativa). Mas será que a IA está ajudando a nos levar a um estado de brainrot generalizado?
Se o uso preguiçoso da GenAI pode nos fazer desenvolver menos algumas habilidades ao longo do tempo, não há dúvida. É como foi com a nossa memória, tanto que hoje não guardamos o número do celular de quase ninguém. Claro que nesse cas,o é reversível, podemos treinar e melhorar, graças a neuroplasticidade cerebral.
Mas, assim como a internet está se “slopificando”, ou seja, sendo tomada por conteúdos sem valor sendo gerados sinteticamente, nós também poderemos acabar nos deparando cada vez mais com esse conteúdo, e (por que não?) aumentando o brainrot, assim como nos enganando cada vez mais por conteúdos falsos. As consequências de longo prazo não sabemos, e muito estudo ainda será feito, mas, com certeza, uma coisa pode alimentar a outra.
Deveríamos nos preocupar com o “brainrot”?
Em certo sentido, sim, embora devamos ser cautelosos ao soar o alarme sobre o que impulsiona ou leva ao “brainrot”. É muito fácil referir-se a praticamente qualquer coisa como causadora de “brainrot”, se formos pensar.
A cultura da internet sempre traz questões e termos interessantíssimos que podem nos fazer pensar e desenvolver muitas teorias e conceitos. Brainrot ainda é uma expressão que carece de rigor científico, principalmente para descrever ou quantificar a saúde mental real. Mesmo assim, não significa que devemos ignorar ou minimizar as preocupações que estão no cerne desse termo.
Tecnologia
Tik Tok planeja lançar o Whee, plataforma de fotos ‘cópia’ do Instagram
Na plataforma, será possível manter um feed de imagens, utilizar filtros nas fotos tiradas pelo próprio aplicativo, além de manter um fluxo de conexão de amigos
O TikTok está trabalhando em seu próprio Instagram, afirmou o site Android Police na terça-feira, 18. O aplicativo, chamado Whee, tem como objetivo o compartilhamento de fotos com melhores amigos – uma mistura da rede de Mark Zuckerberg com o BeReal, de fotos instantâneas e não editadas. O app, que já pode ser utilizado em alguns países, ainda não chegou ao Brasil.
De acordo com as imagens vistas pelo Android Police, o Whee é um app separado do TikTok, mas também mantido pela ByteDance. Na plataforma, é possível manter um feed de imagens, utilizar filtros nas fotos tiradas pelo próprio aplicativo, além de manter um fluxo de conexão de amigos.
Configurações básicas como curtidas e comentários também estão presentes, em um layout bastante parecido com o do Instagram.
“Capture e compartilhe fotos da vida real que somente seus amigos podem ver, permitindo que você seja mais autêntico”, afirma a descrição do Whee no Google Play, loja de apps do Android. “Whee é o melhor lugar para amigos próximos compartilharem momentos da vida”, completam.
O TikTok e a ByteDance ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o aplicativo, mas já é possível encontrar a nova rede social em alguns países em celulares com sistema operacional Android.
Tecnologia
YouTube testa recurso que introduz “notas” de contexto em vídeos
Testes começarão nos Estados Unidos e serão feitos, inicialmente, com usuários e criadores selecionados
O YouTube anunciou, nesta segunda-feira (17), que permitirá em breve que os usuários adicionem “notas” que fornecerão contexto sobre alguns de seus vídeos. Os testes fazem parte de um novo recurso que inicialmente será lançado nos Estados Unidos.
A plataforma convidará alguns usuários e criadores de conteúdo, como parte da fase inicial de teste, para escrever notas destinadas a fornecer “contexto relevante, oportuno e fácil de entender” sobre os vídeos.
As notas, por exemplo, poderão esclarecer quando uma música é uma paródia, apontar quando uma nova versão de um produto que está sendo analisado estiver disponível ou informar aos espectadores quando imagens antigas são erroneamente apresentadas como eventos atuais.
A rede social X, antigo Twitter, possui um recurso semelhante chamado Notas da Comunidade, que permite que colaboradores selecionados adicionem contexto às publicações, incluindo tags como “enganoso” e “fora de contexto”.
O recurso de notas no YouTube será, inicialmente, disponibilizado em dispositivos móveis para usuários nos Estados Unidos e em inglês. Nessa fase, avaliadores externos classificarão a utilidade das notas, o que ajudará a treinar os sistemas, antes de um possível lançamento mais amplo, disse o YouTube.
*Com reportagem de Yuvraj Malik, em Bengaluru
CNN Brasil
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