Brasil
Escolas de samba se preparam… para futuro carnaval
O clima é de retomada com cautela, após meses de atividades presenciais quase paralisadas. Mas ainda não se base quando o carnaval de São Paulo será realizado
Os sons, a movimentação, a quantidade de gente… Quem frequenta barracões de escola de samba diz que nunca viu um início de ano como este, sem a correria para terminar os últimos acabamentos e deixar tudo pronto para o desfile. É um momento histórico e triste. Adiado, o carnaval de São Paulo ainda não tem uma definição se será realizado no segundo semestre de 2021, como foi cogitado no setor. Segundo a Prefeitura, a decisão é condicionada à área sanitária e está sendo articulada com as instituições envolvidas.
O clima é de retomada com cautela, após meses de atividades presenciais quase paralisadas. As ruas internas das Fábricas do Samba ainda mantêm carros alegóricos e alegorias de carnavais passados, como um deus Ganesha com um braço só, a cabeça de um leão, uma grande coroa desbotada e esqueletos.
No barracão da Vai-Vai, cerca de 20 manequins desnudos estão guardados em um canto, enquanto as máquinas de costura seguem silenciosas e sacolas guardam fantasias de fevereiro passado que serão vendidas e doadas para escolas do interior. Só seis trabalham na confecção das fantasias piloto, que servirão de modelo para as que serão replicadas ali e em ateliês terceirizados.
Nesta época do ano, o galpão estaria repleto de mesas com até 50 pessoas na finalização de fantasias e adereços, enquanto o trabalho com carros alegóricos ocorreria debaixo de uma grande tenda, hoje desmontada. “Está sendo diferente, não tem a correria, a adrenalina”, conta Luciana Mazola, que trabalha no carnaval há 20 anos e até tatuou o escudo da Vai-Vai no antebraço.
Na pandemia, ela chegou a fazer cerca de 5 mil máscaras como alternativa de renda. “O próximo carnaval vai ser a superação de tudo. Tem pessoas que só sabem fazer isso”, comenta ela, que às vezes desfila, às vezes prefere observar o resultado do trabalho perto das arquibancadas. “Ver aquela multidão, olhando o que você fez, faz você lembrar de onde saiu, como foi feito, que passa em dezenas de países.”
Diretor de carnaval da escola, Gabriel Mello descreve o trabalho hoje como “devagarinho com constância”. Parte da equipe trabalhava na concepção do carnaval desde setembro, mas a transformação dos desenhos em fantasias começou há cerca de duas semanas. O samba escolhido será anunciado este mês. A ideia é manter os trabalhos. “Independentemente de quando for o carnaval a escola tem de estar pronta”, comenta Mello. “A gente trabalha com uma previsão mínima e máxima para o desfile. Seja neste ano, seja no outro, estaremos aqui. O carnaval serve para a gente adoçar um pouco a vida, extravasar o que guardou o ano inteiro. Desta vez, vai ser o que guardou por mais de um ano.”
Na Acadêmicos do Tucuruvi, os trabalhos foram divididos em dois lugares para evitar aglomerações, deixando as alegorias no barracão e a confecção de fantasia na quadra da escola, em um momento em que não há ensaios. No local que costumava receber apresentações, as mesas de confecção ficam no espaço onde funcionava o bar, de frente para os instrumentos da bateria, ensacados.
Como em outros barracões, por lá também se costuma ouvir sambas-enredo durante os trabalhos. “É para acelerar o coração. A gente é movido à bateria”, conta o carnavalesco Dione Leite, sobre o retorno das atividades presenciais neste mês. “Estava todo mundo esperando muito tempo por esse momento. É muito melhor usar máscara, até tomar álcool em gel se precisar do que ficar sem trabalhar. Além da questão financeira, o que é mais agravante é a sanidade mental.”
Para Leite, o próximo carnaval será histórico. “Antes da pandemia existia um sonho. Veio a pandemia e congelou o sonho de todo mundo. Aí veio esperança (com a retomada paulatina)”, lembra. “Será um grande carnaval. Acredito que vai ser o maior carnaval de todos.”
Já a Unidos de Vila Maria adotou o escalonamento dos trabalhos, com equipes reduzidas. Como outras agremiações, há dificuldades e aumento de preços de matéria-prima, majoritariamente importada da China. “Está tudo mais caro e não se encontra a variedade de antes”, conta o diretor executivo Demis Melo. “Este ano vamos nos virar com material nacional.”
Diferentemente de outros o presidente da escola, Adilson José, é otimista quanto à realização dos desfiles ainda neste ano, mesmo com máscaras, adaptadas às cores e características das fantasias.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
-
Mundo8 meses atrás
México vai às urnas em eleição histórica e pode eleger 1ª presidente mulher
-
Geral8 meses atrás
Saiba como fica a composição do TSE com a saída de Moraes e a chegada de André Mendonça
-
Geral8 meses atrás
Após derrotas no Congresso, Lula faz reunião com líderes do governo nesta segunda (3)
-
Política8 meses atrás
Apoio de Bolsonaro e estrutura do PL podem levar Fernando Rodolfo ao segundo turno em Caruaru, mostra pesquisa
-
Saúde7 meses atrás
Cientistas descobrem gene que pode estar associado à longevidade
-
Polícia8 meses atrás
Homem é executado em plena luz do dia em Bom Conselho
-
Comunidade8 meses atrás
Moradores do São João da Escócia cobram calçamento de rua há mais de 20 anos
-
Comunidade8 meses atrás
Esgoto estourado prejudica feirantes e moradores no São João da Escócia