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Doria e Covas ficam longe da meta de 21 piscinões; relatório aponta pouca verba para enchente

Desde 2017, foram entregues 14 reservatórios, sendo três entre 2017 e 2018, cinco em 2019 e mais seis no ano passado. No início da gestão, a meta era de 21 a 30 piscinões

Governador do Estado de São Paulo, João Doria e o Prefeito da Cidade de São Paulo, Bruno Covas em coletiva de Imprensa (Governo do Estado de São Paulo Seguir/Flickr)

A chegada da temporada de chuvas em São Paulo acendeu a luz amarela para os investimentos na proteção contra enchentes. Para minimizar o impacto de temporais, que já atingiram a capital paulista nos primeiros dias de 2021, uma das principais apostas da prefeitura têm sido a construção de piscinões, cujas obras sofrem com atrasos.

Levantamento do GLOBO aponta que até agora, a prefeitura está longe de cumprir a meta de entrega de 21 a 30 piscinões prometidos no início da gestão de João Doria e Bruno Covas (PSDB). Desde 2017, foram entregues 14 reservatórios, sendo três entre 2017 e 2018, cinco em 2019 e mais seis no ano passado. Neste ano, a prefeitura estima entregar mais três. Ao todo, essas obras consumiram R$ 408 milhões nos últimos quatro anos.

A gestão Covas afirma que a pandemia da Covid-19 reduziu a produção de aço das siderúrgicas, o que impactou a construção civil e levou a atrasos nas obras de piscinões como o de Paciência, na Zona Norte da capital paulista. A entrega era prevista para dezembro e o novo prazo agora é para o final deste mês.

Antes da pandemia, porém, ainda em 2019, a prefeitura não havia usado toda a verba prevista no orçamento para obras relacionadas a enchentes. Em dezembro de 2019, o relatório final do Comitê de Chuvas e Enchentes da Câmara Municipal apontava que, de um total de R$ 740,6 milhões previstos no orçamento, somente cerca de R$ 166 milhões haviam sido liquidados pela gestão municipal.

O documento alerta que é “imprescindível haver previsão orçamentária e programação financeira que permita a contratação de serviços ou de projetos e início de obras antes do período provável de chuvas”.

Tragédia em enxurrada

Enquanto as obras andam em ritmo mais lento do que o previsto, as fortes chuvas seguem provocando situações de risco e tragédias. No dia 1º de janeiro, a cidade foi atingida por um temporal que transbordou ao menos três córregos, em bairros das zonas Sul, Leste e Norte, e deixaram a capital em estado de atenção. O Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) também emitiu alerta de risco de enchente por conta do volume de água no córrego Morro do S, na Zona Sul.

No dia 29 de dezembro, o córrego transbordou devido a outro temporal, que causou a morte de um casal de servidores públicos surpreendidos pela enxurrada. Um corpo que seria o da mulher, identificada como Rosana Correia, foi encontrado quase uma semana depois, na última terça, às margens do Rio Pinheiros. O corpo do homem, Lúcio Pereira Correia, foi encontrado no dia seguinte na região.

Ex-secretário de Meio Ambiente de São Paulo e ex-presidente do Comitê de Chuvas e Enchentes, o vereador Gilberto Natalini (PV), cobra investimentos em medidas preventivas que entende serem menos custosas para os cofres públicos:

— O piscinão é a última escolha, mas é uma obra cara e leva tempo. Há medidas mais simples que vão desde o incentivo à captação de águas das chuvas e a criação de calçadas permeáveis até a manutenção adequada de bocas-de-lobo, galerias e córregos. Infelizmente prevenção de enchentes nunca foi prioridade. Só ocorre quando acontece a calamidade — afirma Natalini, acrescentando que o fenômeno do aquecimento global tornou as chuvas mais intensas e concentradas, o que tende a agravar os riscos de inundações e mortes.

Em nota, a prefeitura de São Paulo informou que os 14 reservatórios inaugurados devem representar um aumento de 44% no número de equipamentos para contenção da água das chuvas, já que até 2017 a cidade contava com 34 reservatórios.

“Juntos, esses reservatórios podem armazenar até 1,5 milhão de metros cúbicos de água, equivalente a 661,7 piscinas olímpicas”, diz a nota.

O município disse ainda que trabalha em obras de canalização de córregos e que concluiu 10 mil metros de novas galerias, canalizações e adequação de margens nos córregos Paciência, Tremembé, Dois Irmãos, Aricanduva, Cacareco, Zavuvus, Mirassol e Alcatrazes.

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Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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