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Criptoromânticos: criminosos aplicam golpes com criptomoedas no Tinder

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Além de roubar o seu coração, eles também podem roubar suas criptomoedas; criminosos aplicam novo tipo de golpe no Tinder

(Getty Images/Thomas Trutschel)

Apesar de ter ganhado destaque no mundo todo como um aplicativo de namoro, o Tinder pode ser utilizado por criminosos para aplicar golpes que se aproveitam do interesse amoroso das vítimas. É o caso do famoso “Golpista do Tinder”, que ganhou até uma série na Netflix em fevereiro.

No entanto, o israelense Shimon Hayut não é o único. Agora, além de mulheres ricas, os investidores de criptomoedas também viraram vítimas do próprio coração. Os casos em que criminosos se passam por outra pessoa a fim de conseguir dados que dão acesso às carteiras digitais das vítimas se tornaram comuns nas redes sociais, e o Tinder não poderia ser uma exceção.

O golpe, que se utiliza da manipulação emocional para atingir solteiros em busca de um relacionamento, está cada vez mais moderno. O golpista convence a pessoa apaixonada por ele a baixar um aplicativo ou clicar em um link falso, que irá captar seus dados pessoais. Entre estes dados, estão as chaves privadas e a frase semente, que funcionam como uma espécie de senha para carteiras digitais contendo criptomoedas. É por meio destes dados que o criminoso consegue roubar o dinheiro da vítima, que confiou na pessoa amada.

Existem duas formas em que o golpe pode ser aplicado:

• Catfishing: muitos criminosos criam perfis falsos no Tinder como mulheres, mesmo que na verdade sejam homens. Eles atraem suas vítimas estabelecendo conexões emocionais e até chegam a oferecer o envio de fotos ou vídeos de nudez em troca de dados de suas carteiras de criptomoedas.
• “Verificação do Tinder”: a fim de evitar o catfishing, o Tinder implementou a verificação de perfil em sua plataforma. Levando isso em consideração, o golpista convence a vítima a verificar seu perfil em um aplicativo específico. O golpista então envia um link que parece ser a verificação do Tinder. No entanto, depois de clicar no link, a vítima é encaminhada para um site de terceiros para inserir informações pessoais, como seu nome, e-mail, data de nascimento e número do cartão de crédito. Depois que a vítima forneceu essas informações importantes, ele passa a focar em sua carteira de criptomoedas.

A prática inusitada no aplicativo de namoro chamou a atenção de autoridades em diversos países, e a polícia da Bulgária já chama os golpistas do gênero de “CryptoRoms”, um acrônimo que no português poderia significar “criptoromânticos”.

Nos Estados Unidos, Mike foi enganado e acabou perdendo US$ 277 mil em criptomoedas, de acordo com a Cyber Forensics. A golpista, chamada Jenny, é da Malásia. Mike pensou que se tratava de uma conexão romântica séria e que Jenny o amava. No entanto, seu interesse era financeiro e rapidamente as criptomoedas sumiram da carteira digital da vítima.

Timothy Benson, da Bitcoin Recovery Company, diz que é bastante claro como os golpistas de criptomoedas do Tinder usam táticas de manipulação emocional para obter acesso às informações pessoais e financeiras de suas vítimas, como chaves privadas para suas carteiras de criptomoedas. Com as informações concedidas quase que deliberadamente pelas vítimas, é mais fácil invadir as carteiras digitais e ter acesso às criptomoedas.

Por isso, é importante ter cuidado com as informações que insere em sites e aplicativos que não conhece. Existem algumas formas de evitar cair no golpe:
• Nunca compartilhe informações privadas ou financeiras na internet, mesmo que esteja apaixonado
• Pesquise os perfis que deu match antes de iniciar a comunicação ou enviá-los qualquer informação
• Pare a conversa assim que a pessoa começar a pedir qualquer informação privada ou financeira
• Registre as informações do golpista em e-mails, números de telefone ou fotos

Além disso, caso descubra que a pessoa com quem está falando é um golpista, o denuncie imediatamente ao Tinder e às autoridades policiais, mesmo que não tenha se tornado a próxima vítima. Apesar do blockchain ser uma tecnologia aberta cujos dados podem ajudar investigações policiais, nem sempre as criptomoedas roubadas são recuperadas, já que as transações são definitivas.

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