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Covid-19: Boris Johnson reafirma segurança de vacina da AstraZeneca

O primeiro-ministro anunciou ainda que receberá a vacina em meio à campanha em massa de seu país

(crédito: JESSICA TAYLOR / AFP / UK PARLIAMENT)

O governo de Boris Johnson defendeu, nesta quarta-feira (17), a segurança da vacina da AstraZeneca e o primeiro-ministro anunciou que receberá a vacina em meio à campanha em massa de seu país, que pode ser desacelerada devido à redução de abastecimento.

Vários países, incluindo Espanha, França e Alemanha, suspenderam nos últimos dias o uso da vacina desenvolvida por cientistas da Universidade de Oxford e do laboratório sueco-britânico AstraZenaca como medida de “precaução” por possíveis efeitos colaterais, como a formação de coágulos sanguíneos.

Mas nesta quarta-feira Boris Johnson rejeitou essas preocupações. “Vou receber minha injeção, muito em breve”, afirmou ele ao Parlamento. “Será com certeza uma da Oxford/AstraZeneca”, acrescentou o primeiro-ministro, de 56 anos, cuja faixa etária está sendo vacinada atualmente.

O Reino Unido, país mais castigado da Europa pela pandemia com quase 126.000 mortos, iniciou em 8 de dezembro uma campanha de vacinação em massa.

“Não há evidências de que essas vacinas tenham causado coágulos sanguíneos”, escreveu Hancock no jornal The Sun, enfatizando que esta não é apenas a sua opinião, mas também a do regulador britânico MHRA, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

“Mais de 11 milhões de doses da vacina AstraZeneca já foram administradas no Reino Unido e a taxa de casos notificados (de trombose) entre os vacinados é menor do que seria naturalmente esperado na população em geral”, argumentou o ministro.

O país vacinou primeiro os idosos em casas de repouso e os profissionais da saúde e, desde então, procede por faixas etárias regressivas com o objetivo de administrar pelo menos uma dose em todos os adultos até o final de julho.

No entanto, o serviço público de saúde na Inglaterra alertou em uma carta aos centros de vacinação que o fornecimento das doses serão “significativamente reduzidos” a partir de 29 de março e durante um mês.

“O fornecimento de vacinas sempre é irregular e enviamos com frequência cartas técnicas para explicas os contratempos do fornecimento nas próximas semanas”, disse Hancock em coletiva de imprensa.

Algumas vozes no Reino Unido acusam os países que suspenderam seu uso de atuar por motivação política para desviar a atenção de suas campanhas de vacinação que avançam lentamente, em pleno conflito com o laboratório britânico, que anunciou que só poderá entregar no primeiro trimestre um terço das 120 milhões de doses inicialmente prometidas para a União Europeia.

O Reino Unido lançou sua campanha de vacinação em massa em 8 de dezembro com as vacinas AstraZeneca/Oxford e Pfizer/BioNTech. Desde então, cerca de 25 milhões de pessoas receberam a primeira dose, quase metade da população adulta.

O país está “no caminho certo para cumprir a meta” de ter administrado uma dose a todos os adultos até o final de julho, ressaltou Hancock.

“Esta semana, um aumento do fornecimento nos ajudará a acelerar ainda mais a imunização”, acrescentou ele, em um momento em que outros países estão reclamando de atrasos nas entregas.

Risco de perder a confiança

O professor Jeremy Brown, especialista em medicina respiratória e membro do Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização (JCVI) do governo britânico, afirmou nesta quarta-feira que a suspensão do uso da vacina por vários países “não é lógica”.

“Não faz sentido para mim, porque sabemos que a vacina funciona (…) É uma vacina incrivelmente eficaz e, ao administrá-la, mortes são evitadas”, declarou à BBC.

Brown também expressou, em declarações ao canal ITV, sua preocupação de que isso cause uma maior relutância em relação às vacinas. “Tememos que, com o que está acontecendo na Europa, as pessoas no Reino Unido percam a confiança na vacina AstraZeneca”, reconheceu.

Em um artigo na revista Future Healthcare Journal, publicada pelo Royal College of Physicians, que representa 39.000 médicos de todo o mundo, o príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, atacou o movimento antivacinas.

“Quem poderia imaginar que no século XXI haveria um lobby significativo contra a vacinação, considerando seu histórico de erradicação de tantas doenças terríveis e seu potencial atual para proteger e libertar do coronavírus algumas das pessoas mais vulneráveis em nossa sociedade?”, escreveu.

No artigo, Charles, de 72 anos, que por sua idade já recebeu a primeira dose contra a covid-19, defendeu uma abordagem integrada da saúde que combine ciência, políticas públicas e comportamento individual.

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Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

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Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

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Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

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País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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