Brasil
Coronavírus: só uma cidade do Brasil, mineira, segue livre da doença
Em Minas Gerais, 9.405 pessoas morreram por causa do novo coronavírus desde o início da pandemia.
Cedro do Abaeté, cidade na região Central de Minas com pouco mais de mil moradores, é a única ainda sem casos registrados de coronavírus em todo o Brasil. Segundo o boletim epidemiológico do estado divulgado nesta sexta-feira (13), a cidade de Pedro Teixeira, que também estava livre da doença até a véspera, já registrou seu primeiro paciente infectado.
A secretária de Saúde da cidade, Cássia Maria dos Santos, justificou a boa situação de Centro do Abaeté dizendo: “É coisa de Deus”.
A cidade não tem hospital e, para evitar o contágio, as medidas sanitárias foram reforçadas, segundo Cássia. A começar pela contratação de médicos especialistas, que desde o início da pandemia, atendem na cidade para evitar o deslocamento da população. Antes, essas especialidades eram oferecidas em Abaeté, um município de pouco mais de 23 mil habitantes, que fica distante de Cedro apenas 35 quilômetros, por um trajeto feito pela BR-352.
“A Prefeitura deslocava com os moradores para Abaeté, que é a nossa referência, mas com a pandemia passamos a custear várias especialidades como neurologista, psiquiatra, urologista e também exames de ultrassom. Tudo isso para que os moradores não tenham que se deslocar e ficarem expostos aos riscos”, disse a secretária.
Além disso, a prefeitura também instalou barreiras sanitárias, que funcionam 24 horas por dia, nas entradas que dão acesso ao município. Nas tendas instaladas para proteger os agentes de saúde do sol, todos usam, diariamente, máscaras e equipamentos de proteção completos, como luvas, toucas e aventais.
Cedro do Abaeté, no Centro-Oeste de Minas Gerais — Foto: Prefeitura do Cedro do Abaeté/Divulgação
Minas Gerais já teve 379.274 casos confirmados de coronavírus, dos quais 9.405 acabaram em morte. Foram 2.737 casos a mais – e 146 registros novos de mortes nas últimas 24 horas.
Dentre os pacientes infectados pela Covid-19, 19.895 seguem em acompanhamento, internados ou em isolamento domiciliar. E 349.974 mineiros são considerados “recuperados” da doença, ou seja, são pessoas que receberam alta hospitalar e/ou cumpriram isolamento domiciliar de dez dias e estão há 72 horas assintomáticos e sem intercorrências.
Ao todo, 342.380 mineiros já tiveram que ficar em isolamento domiciliar, à espera da recuperação de infecção por Covid-19, desde o início da pandemia. Outros 36.894 tiveram o quadro mais grave da doença e precisaram de internação hospitalar.
Casos na capital
Até esta sexta-feira (13), 852 das 853 cidades mineiras já tiveram pelo menos um caso de paciente infectado pela Covid-19. Ou seja, apenas 1 cidade, Cedro do Abaeté, continua livre do novo coronavírus no estado, segundo o boletim epidemiológico do governo.
Belo Horizonte já passou de 50 mil pacientes infectados pela Covid-19 desde o início da pandemia. São 50.403 casos registrados, segundo o boletim epidemiológico do governo estadual e segundo o boletim da prefeitura. Ao todo, houve 1.551 mortes na capital mineira.
O número médio de transmissão do vírus por infectado (RT) está em 1,06 (alerta amarelo) em BH. A taxa de ocupação dos leitos está em 31% para baixo (nível verde).
Perfil dos pacientes
A maioria dos pacientes que morreram com a Covid-19 era de homens: 57% do total. E idosos: 79% têm mais de 60 anos. Dos óbitos, 41% são de cor branca e 44% de cor parda. Além disso, 75% dos óbitos ocorreram em pacientes que já tinham fatores de risco, principalmente cardiopatia, diabetes e pneumopatia.
Outros fatores de risco registrados foram doença renal, transtornos mentais, doença neurológica, tabagismo, neoplasia, hipotireoidismo e doença genitourinária.
Parrerito deixa saudades aos fãs do Trio Parada Dura
Internado desde 29 de agosto em um hospital de BH, o cantor Parrerito, do Trio Parada Dura, morreu com Covid-19 no dia 13 de setembro.
Eduardo Borges, conhecido como Parrerito, tinha 67 anos e era diabético. No dia 31, ele teve um mal súbito e precisou ser levado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular da capital mineira, onde permaneceu em estado grave.
No dia 14 de setembro, ele foi enterrado em meio a homenagens de amigos, parentes e fãs, que fizeram um cortejo até o cemitério.
Parrerito nasceu em São Fidélis (RJ), mas construiu a carreira, com o Trio Parada Dura, em Minas Gerais. Ele morava com a família em Contagem, na Região Metropolitana de BH. O artista deixa esposa, filhas e netos.
Casal morre no mesmo dia
Um casal de idosos morreu vítima de coronavírus no mesmo dia, entre a madrugada e a manhã do dia 29 de agosto, em Pouso Alegre (MG). Benedito Pinto de Castro, de 79 anos, e Ermelinda Claret Ribeiro de Castro, de 78, viveram juntos por 58 anos e morreram com uma diferença de menos de quatro horas.
A primeira internação foi de seu Benedito, no dia 11 de agosto. Segundo um dos filhos, o casal seguia corretamente o isolamento. Após uma biópsia e a descoberta de um câncer, veio o diagnóstico da Covid-19, seguida da confirmação da doença também na esposa. Uma das filhas do casal, que mora na mesma casa, não foi infectada.
Doze dias após a internação de Benedito, Ermelinda foi internada no mesmo hospital com sintomas graves. Desde então, o casal ficou internado em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A aposentada morreu por volta das 2h45 do dia 29. Às 6h30, foi confirmada a morte do marido.
Professores vítimas da Covid-19
Professora de Química morre vítima de Covid-19 em Belo Horizonte, nesta quarta-feira (2) — Foto: Colégio Santo Antônio
A professora de química e coordenadora pedagógica do ensino médio do Colégio Santo Antônio, em Belo Horizonte, Maria das Graças Cária, de 69 anos, morreu na manhã de 2 de setembro, vítima da Covid-19. O colégio publicou nas redes sociais um comunicado lamentando a morte da professora. O marido dela também morreu vítima da doença no sábado anterior.
“A professora Cária participou da formação de muitas gerações de alunos, marcando a nossa história com seu importante legado de conhecimento no campo da Química, dedicando-se por décadas ao Colégio Santo Antônio. Seu legado de trabalho, alegrias, ideias, amor e carinho ficarão para sempre nas mentes e nos corações de sua família, amigos, colegas e alunos”, informa a nota da instituição.
O colégio decretou luto e suspensão das atividades pedagógicas por dois dias.
Professor Pedro Américo de Souza Sobrinho morreu com Covid-19 — Foto: Thiago Peruch/Assessoria EEFFTO/Divulgação
O professor aposentado Pedro Américo de Souza Sobrinho morreu no dia 24 de agosto, aos 71 anos, por Covid-19. A causa da morte foi confirmada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde ele dedicou uma vida de trabalho ao esporte adaptado para pessoas com deficiência.
O Comitê Paralímpico Brasileiro divulgou uma nota de pesar sobre o falecimento, dizendo que o professor “era considerado uma das grandes referências do país em educação física adaptada e do esporte aplicado à reabilitação”.
Morte da professora Elaine Rodrigues por Covid-19 fez prefeitura decretar luto oficial em Botelhos (MG) — Foto: Divulgação/Redes sociais
Uma professora e diretora de escola municipal de Botelhos, no Sul de Minas, morreu no dia 6 de maio. Eliane Rodrigues, de 50 anos, ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital em Poços de Caldas (MG) por 10 dias, mas não resistiu.
O prefeito Eduardo Oliveira publicou um vídeo nas redes sociais lamentando a morte.
“Com muita tristeza no coração que recebemos hoje de manhã a notícia do falecimento da nossa colega de trabalho, professora, diretora, minha amiga Eliane Rodrigues, que infelizmente nesta manhã ela não suportou e foi mais uma vítima dessa Covid”.
O prefeito enviou solidariedade à família, decretou luto oficial de três dias na cidade e reforçou a necessidade de se manter os cuidados contra a transmissão do coronavírus na cidade. “Tudo o que a gente tem feito é para amenizar a doença”.
Pai e filha morrem em BH
O primeiro teste de Covid-19 que o aposentado fez deu negativo. Sr. Paulo Roberto morreu no último sábado (13). — Foto: Arquivo pessoal
Paulo Roberto Dias Câmpara tinha 75 anos e era pai de três filhos. Ele falava três idiomas, adorava tocar instrumento de corda e participou de várias apresentações musicais. Para completar a renda da família, trabalhava como vendedor ambulante empurrando um carrinho de picolé pelas ruas do Bairro Santa Cruz, na Região Nordeste de Belo Horizonte.
Fumante, no dia 3 de junho ele deu entrada na UPA Noroeste com quadro de enfizema pulmonar e pneumonia. De acordo com a família, o aposentado chegou a fazer um teste para a COVID-19 mas o primeiro resultado deu negativo. Com a piora do quadro, ele precisou ser levado para o Hospital Odilon Behrens. A filha mais velha, Samira Diniz Câmpara, fez companhia para o pai durante a internação.
No Hospital Odilon Behrens, o quadro de saúde de Paulo Robertou pirou. Um segundo exame feito na unidade de saúde atestou a presença do coronavírus. Mas o aposentado não resistiu. Morreu no sábado, dia 13 de junho, em decorrência de uma parada cardíaca.
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
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