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Brasília

Começa nesta terça a mostra ‘A Alemanha nas telas’, no Goethe-Zentrum

O lançamento será com exibição do filme ‘Em pedaços’ e tem entrada franca

O jovem Torless: adaptação da literatura de Robert Musil, com enfoque em bullying
(foto: FIlmbegleitmaterialien/Divulgação)

Para além da exibição do excelente longa alemão que ganhou o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro deste ano, Em pedaços, o circuito da cidade traz espaços alternativos para a exibição de fitas germânicas. E melhor: em caráter gratuito. No Goethe-Zentrum (SEPS 707/907), nesta terça-feira (20/3), há o começo da mostra A Alemanha nas telas. Duas horas antes do filme, marcado para as 19h, quem for ao local poderá comprar comida nos food trucks recheados de culinária alemã. Bratwurst (salsicha), apfelsrtudel (torta de maçã) e weissbier estão entre atrativos complementados pela oferta de comidas turcas, com destaque para falafel e kebabs.

Para além da exibição do excelente longa alemão que ganhou o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro deste ano, Em pedaços, o circuito da cidade traz espaços alternativos para a exibição de fitas germânicas. E melhor: em caráter gratuito. No Goethe-Zentrum (SEPS 707/907), nesta terça-feira (20/3), há o começo da mostra A Alemanha nas telas. Duas horas antes do filme, marcado para as 19h, quem for ao local poderá comprar comida nos food trucks recheados de culinária alemã. Bratwurst (salsicha), apfelsrtudel (torta de maçã) e weissbier estão entre atrativos complementados pela oferta de comidas turcas, com destaque para falafel e kebabs.

A exibição do longa mudo Gente no domingo (1929), sob acompanhamento musical do pianista Serge Frasunkiewicz, trata de cirandas amorosas com personagens simples que se encontram no lago Wannsee. Ambientada na República de Weimar (como ficou designada a Alemanha, após a Primeira Guerra), a fita foi uma das cinco escolhidas pelo curador da mostra Pablo Gonçalo, professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília. Entre as curiosidades, Gente de domingo traz a assinatura de Robert Siodmak e Edgar George Ulmer, conhecidos nas investidas em Hollywood, com filmes como Pirata sangrento (1952) e O gato preto (1934) que reuniu Bela Lugosi e Boris Karloff.

Projetado ao lado de nomes como Wim Wenders e R.W. Fassbinder, o diretor Volker Schlondorff (que ganhou o Oscar com o filme O tambor) terá o clássico O jovem Torless(1966) mostrado na quarta-feira (21), às 19h. Adaptado de romance de Robert Musil e premiado pela crítica, no Festival de Cannes, o longa aprofunda o exame de bullying, numa era de atos extremados. Na outra semana, a mostra A Alemanha nas telas terá Phoenix, de Christian Petzold, como atração. No filme, uma sobrevivente de campo de concentração vê o marido às voltas com golpes para ter acesso à herança. Criados, respectivamente, por Tom Tykwer e Fatih Akin, Três: Triângulo amoroso (2010) e Do outro lado (2006) são outros filmes da mostra. Ambos tratam de conturbadas relações amorosas.

Na Embaixada da Alemanha (SES Qd. 807), o dia 29 será marcado pela exibição de Hanami — Cerejeiras em flor, às 19h, com entrada franca. Fita da diretora Doris Dörrie, consagrada em comédias, trata-se de um denso drama. Na trama, Trudi está ciente da iminente morte do adoentado marido e, em clima de despedida, opta por realizar um antigo sonho.

Três perguntas/ Pablo Gonçalo, curador

Na atualidade, pesa o componente feminino, quando se fala em arte. Como o cinema alemão — nos títulos selecionados — se ocupa da presença e retrato feminino?

As mulheres possuem um forte protagonismo em boa parte dos filmes da Mostra Alemanha nas Telas. Em Gente no domingo (1930), temos uma boa representação de uma liberdade feminina durante o auge da chamada República de Weimar, que era como o regime liberal e parlamentarista era chamado antes da ascensão de Hitler e do Nazismo. São mulheres que votam, trabalham, possuem um enorme prazer no flerte, na brincadeira e, sobretudo esbanjam uma incrível leveza com a vida. Num filme como Phoenix (2014), por outro lado, a personagem Nelly (incrivelmente interpretada por Nina Hoss) precisa se reconstruir depois do trauma da guerra, da sobrevivência ao Holocausto e do embrutecimento do homem que amou. A força da personagem feminina está na forma como um inicial silenciamento explode num marcante canto final.  No filme Três: um triângulo amoroso, de Tom Twyker, temos um enfoque também feminino do famoso tema do menage a trois. Dessa vez são dois homens que se permitem a homoafetividade para amar a mesma mulher. Nesses filmes as personagens mulheres não reforçam um esterótipo do feminino no cinema, mas são personagens fortes, completas, dignas e ousadas e fazem dos seus gestos uma força de atração ímpar, para além do binômio masculino – feminino.

Aspectos da globalização estão contemplados nas tramas de alguns filmes em especial?

Sim, sobretudo nos filmes de Fatih Akin, que enfocam os horizontes e desafios de uma Alemanha multicultural, mais contemporânea. Como um diretor com origem turca, Akin desafia uma forma de se pensar o nacionalismo alemão restrito a uma herança étnica, racial ou mesmo histórica. Seus filmes focam em impasses, em fronteiras tensas, mas também numa esperança que apontam num convívio possível. Os turcos foram uma das principais imigrações nos anos setenta e buscavam uma reconstrução do país, mas aos poucos optam por ficar lá e reivindicar uma forma de participar no cotidiano dessa sociedade. Akin enfatiza as dificuldades e a beleza dessa conquista.

Qual foi o critério para a escolha dos títulos e qual o grande diferencial alemão, quando se fala da cinematografia mundial?

Como toda curadoria, o critério é buscar filmes relevantes, belo, leves e envolventes, que nos permitam tanto revisitar um passado como apresentar outros futuros. A história do cinema alemão é muito marcada pelo trauma da segunda guerra mundial, a estética expressionista, o holocausto e o anti-semitismo, ou por autores caros ao cinema novo alemão, como Wim Wenders, R.W, Fassbinder e mesmo Werner Herzog. Minha busca foi enfatizar outras constelações, menos conhecidas da cinefilia de Brasília e que descobri com muito entusiasmo nos dois anos que morei em Berlim. Um filme como Gente no Domingo, por exemplo, ilumina um cotidiano frugal e um tanto bucólico, de uma comunidade judia e berlinense num singelo final de semana. Tem roteiro de Billly Wilder e foi dirigido tanto por Robert Siodmark como por Edgar Ulmer, diretores que consolidaram suas carreiras nos Estados Unidos, em Hollywood, diretores judeus que como tantos emigraram e nunca mais moraram na Alemanha. Mas o filme é uma pérola e não possui nenhuma atmosfera teneborsa. Pelo contrário, é uma conquista da cidade, da  autonomia e uma celebração da alegria de viver.  Faremos, inclusive, um acompanhamento musical ao vivo para homenagear a performance e o ambiente musical desses anos. Uma obra como Jovem Törless, de Volker Schlöndorff, é outro filme essencial na cinematografia alemã e que raramente é visto e conhecido do público brasileiro. Além de ser uma adaptação do importante escritor Robert Musil, o filme tem a sensibilidade de transmitir, na sua adaptação, parte do tom melancólico dessa geração marcada pela herança do passado do holocausto. Os três filmes contemporâneos realçam os dilemas da Alemanha multicultural assim como as conquistas de um vivência mais livre de um páis que conviveu décadas com muros de vários tipos.

Brasil

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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Brasília

Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Brasília

Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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