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Com salto de casos, cidades voltam a decretar lockdown no interior de SP

As medidas mais rigorosas foram adotadas em Franca, Bebedouro e Batatais, na região norte de São Paulo, e estão sendo estudadas em outros municípios

Ante o crescimento no número de casos e internações pela covid-19, mais cidades decretaram lockdown e toque de recolher, nesta quarta-feira, 19, no interior de São Paulo. No mesmo dia, o governador João Doria (PSDB) anunciou uma nova flexibilização no funcionamento do comércio no Estado a partir de 1º de junho. As medidas mais rigorosas foram adotadas em Franca, Bebedouro e Batatais, na região norte de São Paulo, e estão sendo estudadas em outros municípios. Além de mais casos de covid-19, as cidades têm hospitais lotados e já há pacientes à espera de leitos em UTI.

Com 56 pacientes no pronto-socorro municipal aguardando transferência para hospitais, a prefeitura de Franca publicou decreto nesta quarta-feira, 19, fechando o comércio não essencial durante 15 dias. A medida, que entrará em vigor a partir de zero hora desta quinta-feira, 20, inclui toque de recolher das 20h às 5h. Superlotado, o pronto-socorro municipal atende cerca de 500 pacientes por dia e tinha na manhã desta quarta 56 pacientes à espera de transferência para hospitais.

O fechamento inclui shoppings, lojas de rua, academias, bares e restaurantes. Nas praças públicas, os jogos de tabuleiro e de cartas estão proibidos. O prefeito Alexandre Ferreira (MDB) disse que a situação epidemiológica na cidade é grave, com aumento de casos, mortes e internações. “Precisamos diminuir o contato entre as pessoas, pois o índice de transmissão está muito alto. O francano precisa ficar em casa, do contrário não vamos conseguir conter a transmissão do vírus”, disse, em rede social.

A medida foi anunciada após reunião com vereadores e representantes dos setores comerciais. Conforme o prefeito, a taxa de transmissão na cidade está em 1,4, ou seja, cada 100 pessoas doentes transmitem o vírus para outras 140. Na terça, a cidade registrou dez novas mortes, chegando a 555 óbitos desde o início da pandemia. Na região, os hospitais têm taxas de ocupação acima de 93%. “Não podemos nos omitir, temos de tomar decisões duras, mesmo sentindo no coração e na alma”, disse Ferreira. No período do confinamento, os índices de transmissão serão monitorados.

A prefeitura de Bebedouro decretou lockdown na cidade a partir desta quinta-feira, 20, até o próximo dia 30. O fechamento é total, proibindo inclusive o encontro de pessoas nas vias e praças públicas. O transporte coletivo, os serviços de táxi e de aplicativos ficam suspensos, a não ser para transporte de profissionais de saúde e serviços essenciais. Além de clubes e academias, igrejas e templos também fecham.

Também foi decretado toque de recolher das 19h às 5h. A circulação de pessoas fica proibida nesse horário, exceto para emergências ou serviços essenciais. A multa é de R$ 1.095 para quem furar o isolamento. Já as empresas ficam sujeitas à multa de 10.950, além da cassação do alvará. Serão realizadas rondas para fiscalização.

O prefeito Lucas Seren (DEM) disse que a situação é praticamente de colapso, com 129 pacientes internados, dos quais 38 aguardando vagas em UTI. Há dificuldade até para encontrar leito em enfermaria. “Não temos outra saída, pois os números estão crescendo aqui e em toda a região”, disse.

Em Batatais, o lockdown iniciado no último sábado, 15, ficou mais rigoroso na terça-feira, 18, com o fechamento dos serviços essenciais, como supermercados, padarias e açougues, que só podem fazer entregas a domicílio. O toque de recolher vigora entre 20h e 5h, com multa de R$ 1,1 mil em caso de desrespeito.

O transporte público foi suspenso. Nesta quarta-feira, a Guarda Civil Municipal realizava bloqueio sanitário no acesso à cidade pela rodovia Cândido Portinari. Quem chegava de fora era orientado sobre as restrições na cidade.

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Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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