Economia
Alta no preço das passagens aéreas pode se tornar ainda pior
Valorização do dólar, combustível mais caro e retomada de procura por viagens, após a pior fase da pandemia, encarecem os bilhetes no momento em que restrições a deslocamentos são reduzidas no país e no exterior
Quem está pensando em viajar neste fim de ano deve se preparar. O preço das passagens aéreas explodiu nos últimos meses, e pode subir ainda mais. A alta dos combustíveis e o dólar nas alturas estão entre os principais motivos do aumento, que se tornou mais perceptível com a flexibilização sanitária no Brasil e em países que querem receber visitantes para aquecer o setor de turismo. As empresas aéreas — impactadas pela pandemia de covid-19 — também querem recuperar o tempo perdido e estão pesando a mão sobre o bolso dos consumidores.
Uma pesquisa da Decolar, uma das maiores empresas de viagens da América Latina, aponta que o interesse dos viajantes brasileiros cresceu 63% nas últimas semanas. O principal alvo são os Estados Unidos — com aumento de 84% nesta última semana, em relação à anterior. O país é um dos que deixou de exigir quarentena das pessoas que visitaram o Brasil e, a partir de novembro, vai pedir apenas o esquema de vacinação completo.
Os preços, porém, estão mais salgados. O custo de um bilhete entre São Paulo e Orlando (EUA), um dos destinos mais procurados pelos brasileiros, subiu 22% na semana passada, em relação à semana anterior. O preço médio de voo de Brasília a Fort Lauderdale teve alta de 10%.
Nova York, Orlando, Miami, Los Angeles, Las Vegas, Boston, São Francisco, Washington, Chicago e Fort Lauderdale são os lugares mais procurados. “Com a flexibilização das restrições, o avanço da vacinação e as divulgações sobre as medidas de segurança no turismo, as pessoas estão mais confiantes para viajar. Observamos esse movimento se ampliando nos últimos dias, com aumento em torno de 60% nas buscas para o período do Natal e de 116% para o Ano Novo”, afirma Bruna Milet, diretora Global de Publicidade e Institucional Brasil da Decolar. Dentro do Brasil, as capitais Recife (PE) e Rio de Janeiro (RJ) são os destinos mais pesquisados.
O economista Luis Fernando Mendes explica que as passagens aéreas estão entre os itens que mais pressionaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de setembro, divulgado na semana passada. O aumento médio, no mês, foi de 28,76%, após a queda de 10,90% observada em agosto, de acordo com o IBGE. “O custo da operação aérea é bastante atrelado ao dólar, logo, quando há uma desvalorização do real (e é preciso ter mais reais para pagar os mesmos custos em dólar), os valores das passagens são pressionados para cima”, destaca.
Com o prejuízo de 2020, por conta da pandemia, as empresas estão repassando o custo final aos consumidores. Outros fatores também colaboram para o aumento, como a relação entre oferta e demanda. Por outro lado, as companhias afirmam que aumentaram o preço por conta do combustível da aviação.
Os preços, porém, estão mais salgados. O custo de um bilhete entre São Paulo e Orlando (EUA), um dos destinos mais procurados pelos brasileiros, subiu 22% na semana passada, em relação à semana anterior. O preço médio de voo de Brasília a Fort Lauderdale teve alta de 10%.
Nova York, Orlando, Miami, Los Angeles, Las Vegas, Boston, São Francisco, Washington, Chicago e Fort Lauderdale são os lugares mais procurados. “Com a flexibilização das restrições, o avanço da vacinação e as divulgações sobre as medidas de segurança no turismo, as pessoas estão mais confiantes para viajar. Observamos esse movimento se ampliando nos últimos dias, com aumento em torno de 60% nas buscas para o período do Natal e de 116% para o Ano Novo”, afirma Bruna Milet, diretora Global de Publicidade e Institucional Brasil da Decolar. Dentro do Brasil, as capitais Recife (PE) e Rio de Janeiro (RJ) são os destinos mais pesquisados.
O economista Luis Fernando Mendes explica que as passagens aéreas estão entre os itens que mais pressionaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de setembro, divulgado na semana passada. O aumento médio, no mês, foi de 28,76%, após a queda de 10,90% observada em agosto, de acordo com o IBGE. “O custo da operação aérea é bastante atrelado ao dólar, logo, quando há uma desvalorização do real (e é preciso ter mais reais para pagar os mesmos custos em dólar), os valores das passagens são pressionados para cima”, destaca.
Com o prejuízo de 2020, por conta da pandemia, as empresas estão repassando o custo final aos consumidores. Outros fatores também colaboram para o aumento, como a relação entre oferta e demanda. Por outro lado, as companhias afirmam que aumentaram o preço por conta do combustível da aviação.
A especialista em viagens e turismo Ilka Liberato destaca a importância de checar todas as exigências do país de destino. “As informações sobre restrições são atualizadas todos os dias e mudam de país para país. É importante se atualizar sobre o destino que você deseja ir e nos portais do governo local. Eles disponibilizam sobre cuidados, documentações necessárias e providências que é preciso tomar antes de embarcar para algum local”, aponta.
Ilka Liberato também sugere outros cuidados. “Muitas pessoas desconsideram a necessidade de fazer um seguro viagem. Um seguro que cubra, por exemplo, tratamento médico, medicamentos, caso você precise, é fundamental. Alguns países, inclusive, exigem o seguro viagem com proteção relacionada especificamente à covid-19”, conclui. (Colaboraram Gabriela Chabalgoity, Gabriela Bernardes, Bernardo Lima e João Vitor Tavarez, estagiários sob a supervisão de Odail Figueiredo)
Palavra de especialista
Cuidado, a pandemia não acabou
Dentro dos aviões, geralmente se utilizam filtros hepa, que limpam 99% do ar que circula. Então, o risco maior não é quando a aeronave decola, mas, sim, fora. Principalmente, no rol de entrada dos aeroportos — onde as pessoas costumam não manter o distanciamento e, às vezes, utilizam a máscara facial de forma inadequada. Para quem vai viajar dentro do país, em voos domésticos e curtos, recomendamos que cada um leve o seu álcool em gel, evite tocar em superfícies e passar a mão nas mucosas, olhos, boca e não ficar manuseando a máscara dentro do aeroporto ou avião. É recomendado uma máscara PFF2 ou, se possível, usar duas descartáveis. Também é necessário ficar atento ao nosso próprio distanciamento no momento do embarque, porque as pessoas tumultuam muito. Quanto aos locais, alguns estão requerendo o teste PCR e isso pode variar. Pode ser um exame de 24 horas, de 48 horas antes do voo, por exemplo. Além disso, temos países que pedem cartão de vacina. Quando chegar no local de origem, faça uma ponderação. Quem você vai visitar? É uma pessoa vacinada? É alguém que está vulnerável? Você tem algum sintoma ou risco de infecção? Mantenha a consciência e os cuidados para não levar o vírus de um lugar para o outro.
Joana Darc, médica infectologista
Fronteiras abertas
» Dois dos destinos internacionais mais populares entre os brasileiros anunciaram que pretendem suspender restrições de viagens nos próximos meses. Os Estados Unidos, que permitirão a entrada direta a partir de novembro, e a Argentina, que reabrirá suas fronteiras em 1º de outubro, avisaram que turistas com a vacinação completa contra a covid-19 não precisarão de quarentena para entrar nos seus territórios.
» As novas regras exigirão que todos os estrangeiros que chegam aos países apresentem prova de que possuem o esquema de vacina completo. Enquanto isso, boa parte da Europa mantém o protocolo sanitário rigoroso para que pessoas que estiverem no Brasil e em outros países possam entrar.
Confira o protocolo de exigências e restrições para entrar nos principais destinos procurados pelos brasileiros
Joana Darc, médica infectologista
Fronteiras abertas
» Dois dos destinos internacionais mais populares entre os brasileiros anunciaram que pretendem suspender restrições de viagens nos próximos meses. Os Estados Unidos, que permitirão a entrada direta a partir de novembro, e a Argentina, que reabrirá suas fronteiras em 1º de outubro, avisaram que turistas com a vacinação completa contra a covid-19 não precisarão de quarentena para entrar nos seus territórios.
» As novas regras exigirão que todos os estrangeiros que chegam aos países apresentem prova de que possuem o esquema de vacina completo. Enquanto isso, boa parte da Europa mantém o protocolo sanitário rigoroso para que pessoas que estiverem no Brasil e em outros países possam entrar.Confira o protocolo de exigências e restrições para entrar nos principais destinos procurados pelos brasileiros
França — Esquema vacinal completo