Mundo
Xi e Biden concordam em restabelecer comunicação militar em cúpula ‘produtiva’ nos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, elogiou a “produtiva” reunião que teve com seu homólogo da Chinas, Xi Jinping, na quarta-feira, 15, na Califórnia, na qual ambos os líderes concordaram em restabelecer as comunicações militares em um esforço para diminuir as tensões.
Os líderes das duas superpotências iniciaram seu primeiro encontro em um ano com um aperto de mãos nos sumptuosos Jardins Filoli e encerraram com uma caminhada pelas exuberantes áreas verdes da propriedade a 40 quilômetros de San Francisco.
“Acabei de concluir várias horas de reuniões com o presidente Xi, e acredito que foram algumas das discussões mais construtivas e produtivas que tivemos”, disse Biden em uma coletiva de imprensa individual após o encontro, onde, questionado por um repórter, disse que ainda considera Xi um “ditador”.
“É um termo que usamos antes. Ele [Xi] é um ditador no sentido de que é alguém que lidera um país comunista, que se baseia em uma forma de governo completamente diferente da nossa”, argumentou.
O governo chinês criticou nesta quinta-feira (16) a palavra “ditador” utilizada por Joe Biden como referência a Xi Jinping.
Ao ser questionada sobre as declarações de Biden, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, declarou: “Este tipo de discurso é extremamente equivocado e é uma manipulação política irresponsável. A China se opões com veemência”.
“Preciso destacar que sempre há pessoas com segundas intenções que tentam semear a discórdia para arruinar as relações entre Estados Unidos e China e, neste caso, também não terão sucesso”, acrescentou a porta-voz.
Pequim havia cortado as comunicações militares com Washington depois que a então presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, visitou Taiwan em 2022. A decisão de restabelecê-las foi de “importância crucial”, considerou Biden.
Embora as divergências em tópicos como Taiwan tenham persistido, Biden disse que o líder do Partido Comunista Chinês foi “direto” com ele durante a extensa reunião desta quarta-feira.
“Mal-entendidos de ambos os lados podem causar problemas reais com um país como a China”, disse. “E acredito que estamos alcançando um progresso real”.
Os governantes também chegaram a um acordo na luta contra o fentanil: a China concordou em tomar medidas para reduzir a produção de ingredientes para o opioide sintético no centro de uma crise de saúde nos Estados Unidos, informaram autoridades de alto escalão de ambos os lados.
Mais tarde, em um encontro com empresários, Xi expressou sua “empatia” pelas vítimas da droga que provocou uma epidemia nos Estados Unidos.
“Quero dizer a todos que a China empatiza profundamente com o povo americano, em particular os jovens, pelo sofrimento que o fentanil provoca”, disse.
“Não travará uma guerra”
Os presidentes não se encontravam pessoalmente desde novembro de 2022, e as relações esfriaram depois que os Estados Unidos derrubaram um suposto balão espião chinês em fevereiro.
Desde então, diplomatas de Pequim e Washington trabalharam para que os dois líderes se encontrassem pessoalmente. As quatro horas de conversações entre Biden e Xi transcorreram “bem”, afirmou Biden.
Xi teve uma reunião com empresários poucas horas depois e afirmou que a China “não busca esferas de influência e não travará uma guerra, quente ou fria, contra nenhum país”.
“Acredito que, uma vez aberta, a porta das relações entre China e Estados Unidos não será fechada novamente”, disse.
“Se um lado vê o outro como o seu principal concorrente, seu maior desafio geopolítico e uma ameaça constante, isto só pode levar à tomada de decisões erradas, ações equivocadas e resultados indesejáveis”, acrescentou o presidente, que falou em mandarim.
“A China está pronta para ser parceira e amiga dos Estados Unidos”, insistiu.
Liderança conjunta
Biden iniciou a reunião entre os presidentes afirmando que os países devem “garantir que a concorrência não se torne conflito”.
“Senhor presidente, nos conhecemos há muito tempo. Nem sempre concordamos (…) mas nossas reuniões sempre foram francas e diretas”, comentou Biden.
É “primordial que nos entendamos de verdade, de líder para líder”.
“O planeta Terra é grande o suficiente para que os dois países tenham sucesso”, respondeu seu colega chinês por meio de tradução. “Desde que se respeitem mutuamente, coexistam em paz, serão completamente capazes de superar suas diferenças”, acrescentou. “Dar as costas não é uma opção”.
Após a reunião e um almoço em que foram servidos raviólis de ricota com ervas e frango ao estragão com arroz pilaf dourado, Biden reagiu na rede X, antigo Twitter.
“Valorizo a conversa que tive com o presidente Xi (…) Há desafios globais que exigem nossa liderança conjunta. E hoje alcançamos um progresso real”.
Tensões por Taiwan
O presidente Joe Biden desemarca em San Francisco, 14 de novembro de 2023
Mas a retórica não parece ter mudado no tópico Taiwan.
O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que Xi instou Biden a “parar de armar Taiwan e a apoiar a reunificação pacífica da China. A China alcançará a reunificação e isso é inevitável”.
Biden, por sua vez, pediu ao líder chinês que “respeite o processo eleitoral em Taiwan”, a democracia autônoma cuja soberania é reivindicada por Pequim.
A reunião entre Biden e Xi ocorreu no contexto da cúpula da Apec, que convoca os líderes das 21 economias do bloco do Pacífico e acontece até sexta-feira em San
Mundo
Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas
Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”
Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.
A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.
A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.
Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.
Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.
A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.
Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.
No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.
O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.
“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.
“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.
Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.
Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.
Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.
Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.
versão original
Mundo
Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano
Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra
Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.
Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.
Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.
Mundo
Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder
País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando
Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.
A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.
Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.
Como funcionam as eleições?
O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.
Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.
Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.
O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.
Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.
O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.
A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.
O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.
Quem é Keir Starmer?
O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.
Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.
Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.
O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.
Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.
Quando saíram os resultados?
Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.
Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.
Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.
Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.
De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.
-
Mundo8 meses atrás
México vai às urnas em eleição histórica e pode eleger 1ª presidente mulher
-
Geral8 meses atrás
Saiba como fica a composição do TSE com a saída de Moraes e a chegada de André Mendonça
-
Geral8 meses atrás
Após derrotas no Congresso, Lula faz reunião com líderes do governo nesta segunda (3)
-
Política8 meses atrás
Apoio de Bolsonaro e estrutura do PL podem levar Fernando Rodolfo ao segundo turno em Caruaru, mostra pesquisa
-
Saúde7 meses atrás
Cientistas descobrem gene que pode estar associado à longevidade
-
Polícia8 meses atrás
Homem é executado em plena luz do dia em Bom Conselho
-
Comunidade8 meses atrás
Moradores do São João da Escócia cobram calçamento de rua há mais de 20 anos
-
Comunidade8 meses atrás
Esgoto estourado prejudica feirantes e moradores no São João da Escócia