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Ucrânia aumenta a pressão para receber mais armas dos países ocidentais

Em resposta, a Rússia alertou que, se os países ocidentais fornecerem à Ucrânia armas de longo alcance capazes de atacar o território russo, isso levará a uma escalada “perigosa” do conflito

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, criticou a Alemanha nesta quinta por hesitar em entregar tanques ao seu país, dizendo que não era uma “boa estratégia” (AFP/AFP Photo)

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pressionou seus aliados ocidentais novamente nesta quinta-feira, 19, para fornecer ao seu país mais armas pesadas na guerra contra a Rússia, na véspera de uma reunião importante sobre ajuda a Kiev.

Em resposta, a Rússia alertou que, se os países ocidentais fornecerem à Ucrânia armas de longo alcance capazes de atacar o território russo, isso levará a uma escalada “perigosa” do conflito.

“É potencialmente muito perigoso, isso significaria que o conflito vai para um novo nível que, é claro, não é um bom presságio para a segurança europeia”, disse o porta-voz presidencial russo Dmitri Peskov.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, criticou a Alemanha nesta quinta por hesitar em entregar tanques ao seu país, dizendo que não era uma “boa estratégia”.

“Há momentos em que você não deve duvidar ou se comparar. Alguém disse ‘eu dou tanques se outra pessoa também fizer'”, disse Zelensky, em um discurso por videoconferência à margem do Fórum de Davos.

O presidente ucraniano se referia a reportagens da imprensa segundo as quais Berlim entregaria tanques se os Estados Unidos dessem veículos Abrams.

“Necessidade urgente”

Mas, por enquanto, Washington não está disposto a fornecer esses blindados mais avançados, disse uma autoridade do Pentágono na quarta-feira.

Os ministros da Defesa e das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleksii Reznikov e Dmytro Kuleba, também instaram seus aliados a “reforçar consideravelmente” suas entregas de armas, incluindo tanques Leopard, de acordo com um comunicado conjunto divulgado nesta quinta-feira.

Os dois funcionários pediram a uma dezena de países, incluindo a Turquia — que quer ser mediador no conflito — e a Alemanha, que entreguem esses veículos blindados o mais rápido possível, “uma das necessidades mais essenciais e urgentes” do Exército ucraniano.

Os tanques Leopard estão entre os principais tanques de batalha modernos de estilo ocidental que Kiev está reivindicando dos aliados e que, segundo especialistas, seriam cruciais nos combates no leste da Ucrânia.

Na sexta-feira, ministros da Defesa e altos oficiais militares dos países aliados da Ucrânia se reunirão na base aérea de Ramstein, na Alemanha, com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, para discutir o apoio a Kiev. Austin se reunirá nesta quinta-feira com seu colega alemão Boris Pistorius, nomeado nesta semana.

Secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, no Fórum de Davos, em 18 de janeiro de 2023
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse na quarta-feira em Davos que os países da aliança militar forneceriam a Kiev armas “mais pesadas e modernas”.

No seu discurso, o líder ucraniano também reiterou que o objetivo é “libertar todos os nossos territórios”, incluindo a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

“A Crimeia é nossa terra, nosso território, nosso mar e nossas montanhas. Deem-nos suas armas e teremos nossa terra de volta”, disse ele a seus aliados ocidentais.

Em relação à ajuda ocidental a Kiev, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, anunciou nesta quinta-feira que seguiria para a capital ucraniana para discutir com Zelensky novas medidas de apoio.

As declarações do líder ucraniano em Davos acontecem um dia após a queda do helicóptero nos arredores de Kiev, na qual o ministro do Interior, Denis Monastirski, e outras 13 pessoas perderam a vida.

Questionado se foi um acidente, Zelensky disse que “várias teorias” estavam sendo consideradas na investigação, mas não estava autorizado a falar sobre elas.

As autoridades ucranianas abriram uma investigação criminal, ordenada pela Presidência, sobre o acidente na quarta-feira.

O helicóptero, um Super Puma EC-225, caiu perto de um jardim de infância e um prédio residencial de 14 andares na cidade de Brovary, a leste da capital.

Após a morte de Monastirski, no cargo desde julho de 2021, o chefe da polícia nacional da Ucrânia ficará temporariamente à frente do Ministério, disse Zelensky.

Mundo

Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

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Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

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Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

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País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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