Brasília
Tudo sobre depressão pós-parto: o que é, sintomas e tratamento
Perceber a doença não é fácil, mas quanto antes isso acontece, melhor para se curar e aproveitar a nova etapa de vida.
O bebê chegou e com ele vem a maior alegria da vida, não é? Nem sempre! O problema é que muita mãe se cobra demais, acha que a tristeza e o misto de sentimentos estão relacionados apenas com o esgotamento provocado pela nova fase de vida e demora a perceber que pode estar com depressão pós-parto.
É estimado que cerca de 25% mães brasileiras apresentem sinais de depressão entre 6 e 18 meses após o parto, conforme constatou o estudo da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz.
Os sintomas da doença se aproximam bastante ao de um quadro de depressão comum, com tristeza e fadigas intensas e persistentes, humor instável, perda de interesse, distúrbios de sono e no apetite.
Mas será que não é só baby blues?
É preciso cuidado para distinguir! O baby blues tem os mesmos sintomas, mas é passageiro (é só uma questão de tempo para o corpo encontrar o equilíbrio dos hormônios) e não precisa de tratamento. Uma boa rede de apoio nessa fase ajuda a resolver a questão.
Conforme explica a ginecologista Beatrice Nóbrega, “baby blues ou blues puerperal é a alteração psiquiátrica mais comum após o parto, atingindo até 80% das mães”. Seus sintomas costumam aparecer nas duas primeiras semanas após o parto e são provocados pelo reequilíbrio hormonal, desaparecendo após o fim deste período.
Caso os sintomas persistam por mais tempo, fica o alerta de depressão pós-parto.
O que pode levar à depressão pós-parto
“Todas as doenças psiquiátricas precisam de uma combinação entre a predisposição genética e o ambiente onde se encontra o indivíduo. Na depressão pós-parto, isso não é diferente”, explica Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina – APAL, diretor e superintendente técnico da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Durante a gravidez e o puerpério, o corpo sofre uma série de alterações hormonais. Logo após o parto, por exemplo, há uma queda drástica do nível dos hormônios progesterona e estrogênio, algo que pode levar a problemas como insônia, irritabilidade e outros sinais característicos de depressão. A redução desses hormônios também é responsável por diminuir a ação da serotonina, neurotransmissor que regula o humor.
Além das mudanças no corpo, a maternidade causa alterações emocionais profundas, que podem dar início a crises de ansiedade e esgotamento. É comum que após o nascimento do bebê, a mãe passe por privação de sono, estresse ao lidar com as novas responsabilidades e se sinta pressionada, seja por ela mesma ou por outras pessoas, a desempenhar esse novo papel perfeitamente, sem cometer erros e precisar descansar.
“Quando a mulher tem um bebê, muda tudo, corpo, hormônios, prioridades e a vida em si. Mas a sociedade cobra uma felicidade absoluta, como se ela tivesse que estar feliz o tempo todo. Nem sempre as pessoas entendem que a mãe pode ter saudades de quando ela não tinha o bebê e conseguia dormir. E isso fica tão demarcado que a própria mulher, mesmo fazendo tudo que ela já faz para o filho, continua se cobrando mais, a ponto de se questionar se está sendo uma boa mãe”, conta Alberto Guimarães, ginecologista, obstetra e percursor do projeto Parto Sem Medo.
Fatores de risco
Todo mundo está sujeito a desenvolver depressão, mas existem vários fatores que tornam uma pessoa mais predisposta do que outra a desenvolver o transtorno. No caso da depressão pós-parto, situações como problemas psiquiátricos prévios, falta de apoio, dificuldades financeiras, gravidez não planejada e cesariana de emergência elevam as chances.
É importante lembrar que a atenção deve ser redobrada caso a mulher já tenha passado por uma depressão pós-parto anteriormente, pois as chances de repetição nas gestações seguintes são altas.
Como ajudar?
Em primeiro lugar, é preciso identificar com antecedência a presença de fatores de risco e oferecer o tratamento adequado. Além disso, há enorme importância em oferecer apoio à gestante, antes e depois do parto, com ou sem a existência de predisposição.
“Apoio nesse momento é fundamental! Dar suporte, ajudar a mãe com o recém-nascido ou com as tarefas domésticas, e deixá-la descansar auxilia na prevenção!”, constata a dra. Beatrice.
Diagnóstico e tratamento
Dificilmente a mamãe perceberá primeiro que está com depressão pós-parto. O mais comum é que os sinais sejam identificados por familiares ou por quem convive com ela. “Quem está em uma situação de depressão pós-parto pode não se dar conta e, muitas vezes, a mulher sofre calada sem pedir ajuda. Por isso, o entorno tem que estar atento“, esclarece o ginecologista do Parto Sem Medo, Alberto Guimarães.
Então, se houver uma suspeita, é preciso buscar ajuda de um psiquiatra, para que ele avalie o caso conversando com a mulher e, se houver necessidade, com seus familiares.
Um método bastante utilizado internacionalmente para rastrear os sintomas e sua intensidade é a Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo. “Esse é um questionário simples que visa identificar sentimentos de culpa, distúrbios do sono, baixa energia, perda do interesse nas atividades prazerosas e a ideação suicida”, explica o presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina.
Já o tratamento consiste em sessões de psicoterapia e, em casos mais graves, uso de medicamentos prescritos pelo médico especialista. Os remédios receitados não devem apresentar riscos para a mãe ou bebê, principalmente se ela estiver amamentando. A duração do período de tratamento é variável, dependendo do quadro de cada paciente.
O importante é saber que dá para tratar e curtir essa nova fase de vida!
Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio
Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:
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A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.
A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.
Brasília
Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS
Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.
Por Agência Brasil
Brasília
Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.
O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.
Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.
Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.
O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.
Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.
Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.
A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.
O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.
SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR
O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.
O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.
A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.
O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.
A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.
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